O Lado Complicado de Amar Seu inimigo

Cap 28

Não fui, eu acabei me deitando depois de tomar um banho a tarde, e bem. Eu dormi, e até que foi bom. Mas eu me senti culpado, com medo do Error ter ido e me esperado. Mas por que ele me esperaria? Ele não tem motivo para ter me esperado... Okay, talvez ele tenha. Mas não acho que ele tenha se importado de eu não ter ido.
No dia seguinte, eu fui para a escola como sempre, o caminho estava com algumas poças da água, resultado da chuva de ontem que ainda não tinha ido embora. O ar ainda estava frio, a ventania não tinha passado, e dessa vez a escola estava cheia. Até vi PJ nos corredores, ele estava com Fresh.

"Bom que eles viraram amigos."

Dou um sorriso e vou para o meu armário, vejo Nightmare vindo do muro da escola meio estressado. Killer estava vindo atrás, de cabeça baixa.

"Okay, o que aconteceu?"

KIller e Nightmare sempre ficam um do lado do outro, e o KIller nunca fica de cabeça baixa, ele sempre fica olhando para frente. Ele está sempre mais intimidador. Mas, algo aconteceu. Volto a andar, aos poucos olhando para frente. Mas eu acabei me esbarrando com alguém.
-Foi mal...
-Olha pra onde anda.-me viro e vejo Cross. É estranho eu ter esperado ver o Error?-Ah, hey...
-Oi...-coço a nuca e olho pro chão-O clima é meio chato entre nós dois né?
-É mas acho que temos motivo...
-Sim,haha.-dou uma risada sem graça-Mas olha, acho que não precisamos disso...-ele me encara confuso-Eu gostei de ver que a Dream está feliz com você, e aquela vez...
-Aquela vez foi mais culpa do Error do que sua.
-Pra ser honesto, eu queria uma vingança sim...-ele me encara raivoso e eu recuo-Mas nada daquilo, eu só queria que ela soubesse como aquilo machucou.
-Sei...
Ele diz desconfiado e cruza os braços.
-Mas bem, eu não quero briga, nem nada... Então...-estendo a mão para um cumprimento-colegas?
Cross suspira e aceita meu cumprimento. Ele não está fazendo isso por ele, tá bem claro isso.
-Colegas...
Dou um sorriso e saimos do cumprimento.
-Bem, até mais então...
-Falou, Ink.
Ele diz e sai da minha frente, enquanto eu o acompanho com o olhar. Ele é gente boa, mesmo que dessa vez ele não tenha feito isso por ele. Dou uma risada fraca e me viro para ir até meu armário, mas dessa vez, quando eu me viro e lá está ele.
-Tintinha, se dando bem com o cara que te deu esses chifres lindos?
-Oi Glitch...
-Tava falando com ele por quê?
-Por que se importa?
-Eu perguntei primeiro.
Ele se aproxima e eu desvio dele caminhando até meu armário.
-Não te interessa...
Ouço ele grunhir, o que me faz querer rir. Ele vem atrás de mim.
-Se não interessasse não teria te perguntado.
-Se fosse da sua conta você saberia, não acha?
Acabo espirrando depois da frase. Desde ontem meu nariz tá meio ruim, mas não é gripe, se não eu  estaria com febre. Mas não me sinto quente, não muito pelo menos.
-Alguém gripou né?
-Não, eu tô bem...
Digo e me aproximo do meu armário, o abrindo.
-Não parece, tá meio vermelho, ou você só tomou tinta mesmo?
Ele dá risada. Okay, a piada é velha, e maldosa, mas ele acha engraçado.
-Vermelho é a cor da raiva e do ódio,-fecho meu armário violentamente e o encaro-se eu tivesse tomado tinta vermelha Error, seria melhor você não me irritar hoje.
Cerro os dentes. Ele fica sério, me encarando de volta. Seus olhos se destacam em seu rosto, por sua pele ser mais escura. O azul de seus olho, mesmo que seja um azul escuro e fique tampado por alguns fios de seu cabelo bagunçado, se destaca e traz mais vida ao seu rosto.
-O que vai fazer, tintinha? Esqueceu que eu não tenho medo de você?
-Não eu não esqueci, Glitch.
Aproximo meu rosto do dele ainda irritado. Sinto uma tontura, mas não é de uma crise. Parecia mais ter sido da febre, eu estou fraco, mas me mantive em pé.
-Então você que deveria se conter, tintinha.
-Ha, eu não sei se vou fazer o que você manda, Glitch.
Digo começando a ficar meio sem ar.
-Você tá bem?
-Você se importa?
Pergunto e afrouxo o colarinho da minha camisa, pra ver se ajuda. Fecho os olhos e respiro fundo. Tento sair de lá, mas ele segura meu pulso, e eu o encaro.
-Pode me soltar?
-Não.-ele junta nossas testas, e não tenho certeza se corei mais ou não-Deus, você tá muito quente, Ink!
-Você me chamou pelo meu nome...
Murmuro e tento me separar dele, ele não solta meu pulso ainda. Mas separa nossas testas e me puxa pelos corredores.
-Vamos pra enfermaria.
-Error...
Tento o alertar do que eles está fazendo.
-Sem discussão Ink.
-Error.
-Quer calar a boca?
Olho ao redor, e todos estão nos encarando. Respiro fundo e grito.
-QUER ME SOLTAR?
Ele se assusta e se vira para mim me soltando.
-Esqueci isso...
Ele murmura e eu olho ao redor novamente, e ele também o faz.