°. O Acidente .°

337 40 11
                                    

AVISO:
Este capítulo pode conter algumas descrições desconfortáveis para pessoas sensíveis; entre elas: sangue, crises de ansiedade, fobias, etc...Enfim, caso sigam, aviso que o capítulo pode ser bem longo então aproveitem, e por favor me deem suas opiniões finais.
{...I hate you...}

{Narrador o.n.}
Quando Ink chega em sua casa chorando, e a primeira coisa que vê é sua mãe. Ele sente seus joelhos tremerem e começa a sentir falta de ar.
-Mãe...-ele solta como se fosse um suspiro.
Ela vira para seu filho e vai segurar o mesmo; ela estava desesperada e confusa.
-O que aconteceu? Por que está assim?
Ink não consegue responder apenas puxando o ar com a boca ofegante.
-Ink, me responde!-O garoto não olhava para a mãe.

"Tudo aquilo, eu perdi quantas memórias além disso? Por que ela não me contou nada? Por que o Fresh não me contou nada? Todos mentiram pra mim, e aqui estou eu agora."

-Me diga cinco coisas que consegue ver.
-Não dá...-ele diz ofegante.
-Ink, me siga okay?-ela respira fundo e inspira devagar e Ink imita a mãe-Isso, agora, cinco coisas que você consegue ver.
Ink estava fazendo a respiração enquanto a mãe o conduzia até o sofá.
-O sofá, a cozinha, uma mesa, a televisão...-ele procura por mais alguma coisa-e meu diário.-ele olha para o motivo de sua crise e suspira.
-Certo, quatro que consegue sentir?
-Minha blusa, o diário, minha calça, e meu cabelo.-ele passa mão no cabelo que estava chegando em seu pescoço.
-Certo, três que consegue ouvir?
-Sua voz,-a respiração dele aos poucos volta ao normal, mas as lágrimas dele continuam vindo-a minha voz, e...-Ink fecha os olhos e se concentra-O cronômetro?
-Isso, muito bem.-ela diz e segura a mão do filho-Duas que consegue sentir o cheiro?
-Hum... Seu perfume, e...-Ink continua concentrado-Biscoitos?-ele começa a tremer um pouco menos. Ainda chorando e com a respiração ofegante.
-Uma coisa que consegue comer?
-Biscoitos..-ele suspira e aperta a mão da mãe.
-Quantas vezes vomitou voltando pra casa?-ela pergunta preocupada.
-Duas; uma ontem a noite, e uma agora na volta.
Ele diz como se estivesse explicando para mãe como ele quebrou uma taça especial.
-Ink, por que não me ligou, a noite?
-Eu fiquei cansado depois, e aposto que estava ocupada.
-Não estava pra você.-ela acaricia o rosto do filho-Promete me ligar da próxima?
-Não é nada que tenha que se preocupar.-ela aperta a bochecha dele levemente-Okay, okay, eu te ligo.
-É bom mesmo.-ela beija a testa dele e se levanta-Vou buscar os biscoitos, e uma água.
-Certo...
Ink fica olhando para a escada, preso em seus pensamentos.

"Ela não me contou... Minha mãe me enganou, também?"

Quando a mulher volta, Ink olha para o diário depois volta seu olhar para ela.
-Mãe, como eu quebrei minha perna?
-Você caiu da casa da árvore, querido.-ela diz como se fosse uma pergunta simples.
-Por que eu fiquei em coma pelo resto de Dezembro?
Ela se cala e se vira par ele.
-Error finalmente te contou?
-Por que você não me contou?-ele começa a chorar-Achei que eu poderia confiar em você!
-Você pode, mas isso é complicado..
-Não! Não é!-ele se levanta tremendo um pouco-Vocês poderiam só ter chegado para mim e conversado sobre! Explicado o acidente, respondido minhas perguntas antes! agora eu to aqui, totalmente...-Ink passa a mão na testa jogando a franja para trás.
-Filho, se acalma.
-Eu to calmo!-ele diz e se vira para ela ainda chorando um pouco-Ou melhor, eu não estou! Você ficaria calma sabendo que todas as pessoas importantes pra você mentiram pra você? Eu perdi várias memórias, uma mais importante que a outra, claro que eu não estou calmo!
-Quer suas explicações agora?-Ink solta a franja e olha para ela fixamente-Quer conversar sobre isso agora?
Ele não diz nada, apenas acena que sim com a cabeça se sentando no sofá novamente.
-O que aconteceu no dia do acidente?-Ink pergunta com a voz arrastada e a mão dele se senta ao seu lado.
-Naquele dia, eu só fui informada do que aconteceu quando você já estava no hospital.-ela suspira-Sabe, eu fiquei muito desesperada na hora, já estava até pensando no seu enterro na hora.-ela solta uma risada fraca-Disseram que o Error te empurrou sem querer da casa da árvore, ele me contou a versão dele, mas acho que você já sabe do que houve com detalhes...-ela olha para o diário que Ink estava carregando depois para ele-Ou vai descobrir.
-Por que não me contou?-ele pergunta abraçando o diário.
-Eu e a Crayon fizemos um acordo.-ela diz e ajeita sua postura-Como isso envolvia nossas duas famílias, e você sabe como nossa influência é alta, nós combinamos em manter isso entre nós. Usamos como desculpa que você se machucou caindo da casa da árvore, mas não dissemos que Error te empurrou, apenas que ele te salvou.
-Ele fez isso?
-Ele quem pediu ajuda. Ele te segurou, pediu para que Fresh chamasse Geno e a mãe deles, enquanto te segurou e chamou a ambulância.
Ink suspira e olha para o diário.
-Posso levar alguns biscoitos pro meu quarto?
-Pode sim.-ela entrega o prato cheio de biscoitos-Tudo bem se você não quiser ir pra aula amanhã, apenas... Não fique bravo para sempre okay?
Ink não responde e vai para o quarto. Deixa o prato em cima de um criado mudo e fica observando o diário. Este é um caderninho revestido de couro, parece desgastado e as folhas amarelaram um pouco.
-Eu preciso ler isso... Eu preciso ler tudo.-Ink abre o caderno na data em específico e começa a leitura.

O Lado Complicado de Amar Seu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora