Cap 20

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{Error's p.o.v}
No final daquela tortura, que eles chamam de aula de matemática, eu fui obrigado a ir pra casa com aquele parasita. É melhor do que ir a pé, então eu aceito ir de carona. Entro no carro, e ele começa a puxar assunto, como se eu quisesse conversar!
-Bro, como foi seu dia?
-Uma merda como sempre...
-Wow, okay, então não conversaram hoje né?
Ele diz ligando o carro e eu apenas me relaxo no banco.
-Ta falando de quem?
-Talvez do maninho Ink?
-Conversamos, mas isso não muda nada...
-Muda sim, eu ja notei isso.
O carro está andando, e ele por se achar o fodão desde que tirou a carteira, está indo até que rápido demais, mas não vamos bater isso eu tenho certeza.
-Primeiro, você não me conhece. E segundo, ele não se lembra caso você tenha esquecido...
Olho pela a janela, aquela cidade de merda estava a mesma desde que eu me entendo por gente. Eu só quero explodir tudo quando eu for embora.
-Nah, eu lembro, e você também...-suspiro, e la vamos nós-Por que não conta?
-Talvez, porque não vai fazer diferença?
-Talvez faça! Error, não pode continuar escondendo isso pra sempre.
-Posso e vou, isso não é da sua conta!
Digo me, ajeitando no assento e o encaro irritado. Não aguento mais ouvir esse sermão, eu ja fui trouxa o suficiente, não vou abrir o bico sobre isso. Ele que se vire, se tiver interesse ele vai descobrir.
-Okay...-O silêncio maravilhoso permaneceu por exatos cinco segundos-Geno vai vir no final do ano, e eu só acho que vamos abrir a cápsula.-me assusto por dentro, mas por fora apenas levanto a sobrancelha interessado-Você sabe o que tem lá dentro, então tome a decisão certa. Se ele descobrir sozinho, só vai piorar sua situação.
-Tsc, tanto faz.
Digo voltando a olhar pra fora, e percebo a casa da árvore.
"Eu não vou contar, e ponto final."

{Ink's p.o.v}
A semana está acabando, estamos na sexta feira, e me sinto aliviado por estar sobrevivendo esse último ano. Chegando em casa, minha mãe estava pegando alguns papéis, ela estava bem apressada pelo que parecia.
-Oi...?
-Ink, filho, bem eu tenho que ir logo!-ela diz guardando os papéis em uma bolsa de carteiro, e pega seu Notebook com as chaves na mão-Me chamaram de última hora, o Dany não deu conta...
-Eu te avisei!
Digo dando risada e ela beija minha testa.
-Posso voltar só de manhã, então já sabe não?
-Sim, não se preocupe.
-Tchau!
Ela sai de casa e eu olho ao redor, não decoro desde que tiramos os enfeites de Natal. Talvez outra hora eu possa decorar de novo, mas hoje não. Subo as escadas até meu quarto e me surpreendo ao ver um gato em cima da minha cama.
-Huh?-É um gato branco com manchas no corpo, não tem coleira-Como entrou aqui?
Pergunto deixando minha mochila no chão. Me aproximo dele, e olho para minha janela e o galho de árvore do lado de fora.
"Não fechei a janela"
Olho para o gato que estava deitado de barriga pra cima, e bem não é ele mas sim uma gata.
-Bem, você não parece ter dono...-passo minha mão levemente em sua cabeça e ela ronrona-Pode ficar aqui hoje, mas eu vou ter que ficar fora...
"Vou ter que trancar ela aqui, se ela sair pela janela pode se machucar e eu não vou arriscar deixar ela solta para sujar a casa..."
Saio do quarto e vou pegar um pouco de água para ela, obviamente fecho a porta. Olho o horário.
-Da tempo de eu me arrumar, e arranjar um lugar para ela dormir...
Penso em voz alta. Ela só vai passar uma noite, mas já estou preparando até coisa demais para uma noite. Dou risada de mim mesmo.
Quando estou pronto para ir dou uma última olhada para meu celular e vejo a data, percebo que falta pouco tempo para meu aniversário e não me sinto tão bem.
Olha eu não tenho tantos motivos para detestar meu aniversário, mas acho que eu não gosto porque foi o mesmo dia em que eu ganhei alta do hospital quando eu acordei daquele mini coma de qua do quebrei a perna. Mesmo eu tendo ganhado alta, eu não me sentia tão bem, parecia que algo estava errado. Eu não sentia dor, eu simplesmente não me sentia como antes.
Tranco a porta do meu quarto, e tenho certeza que a janela está fechada, e vou para a Yellow trancando a porta de casa. O caminho é silencioso, e calmo. Até chega a me incomodar. Chego na Yellow, e me surpreendo ao ver meu chefe conversando com um outro garoto. Ele parece ter minha idade, alto, cabelos castanhos claros, o estilo dele é algo próximo ao vintage mas não tão exagerado. Ele tem covinhas, e sardas no rosto.
"Nunca vi ele na escola"
Me aproximo mais e os cumprimento.
-Hey Fred, e você é....?
Pergunto ao garoto.
-Sou Ccino, seu novo colega de trabalho!
-Sério?
Pergunto animado e ele faz que sim com a cabeça.
-Ele é meu sobrinho, quis arranjar um trabalho mas não se preocupe ele não é meu favorito!-dou uma risada falsa tentando fingir que foi uma boa brincadeira, e eu sou convincente-Bem, ensine para ele tudo por favor. Nos vemos depois...
Ele diz saindo e então eu e Ccino nos encaramos.
-Então, vamos começar?
Ele fica animado.
-Sim!
Entramos na cafeteria. Ele é legal, sabe tudo sobre café e doces, e parece ser fascinado com gatos. E eu descobri porquê nunca o vi na escola, ele é do segundo ano. Não temos tantos clientes como de costume, mas também não significa que eu não veria ele. Error entra na cafeteria com seu sorriso cínico que aos poucos se desfaz.
-Tintinha, tá com acompanhante?
-Ele é meu novo colega de trabalho, vai querer o que?
Perguntou pegando o bloquinho de notas e uma caneta para anotar o pedido, como se o café estivesse cheio.
-Hum, vocês se conhecem?
Ccino pergunta.
-Sim!
Dissemos juntos. Error e eu nos encaramos, sei que coro um pouco mas não me importo e apenas suspiro.
-O que você vai querer?
-O de sempre.
-Extra forte?
-Sim.
Dou o papel para Ccino que vai até a máquina e começa a fazer o pedido. E eu apenas tento me distrair com a caneta.
-Ele é um dos peguetes do Kraken sabia?
-Não, mas não me importo...-o encaro e dou risada ao ver sua feição-Ciumes?
E por que ele teria? Ele me detesta, e nem estamos juntos. Ele revira os olhos.
-Só avisando, e ele já comprou da minha mão uma vez.
-Okay, ele é meu colega de trabalho. Não somos amigos.
-Se você diz.
Ele dá de ombros. Ccino chega com o pedido em mãos com um sorriso simpático.
-Aqui está deu...
-Eu sei quanto deu!
Ele diz frio e apenas coloca o dinheiro na minha frente irritado e eu dou um sorriso de canto.
-Até depois, Glitch.
Ele não me responde e apenas sai do estabelecimento.
-Ele é bem...
-Frio? É eu sei.
Digo colocando o dinheiro no caixa.

O Lado Complicado de Amar Seu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora