Cap 41

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ATENÇÃO:
Apenas avisando que eu não vou começar diretamente no último acontecimento, mas sim desenvolver melhor os acontecimentos depois de o segredo ter sido exposto. Enfim, era só isso meus amores aproveite a leitura!

{...I hate you...}

  As estações do ano, sempre foram uma maneira boa para definir tudo e qualquer coisa. Você consegue uma paleta de cores no inverno, uma paleta de cores no Outono, outra no verão e outra na primavera. Neste momento, eu não quero definir cores, quero definir emoções; então, neste momento, eu me sinto no inverno. É tanto bom, quanto ruim, porque o frio pode ser belo em vários aspectos: Com, neve, as roupas estilosas que conseguimos usar, as datas celebradas nesta época, tudo é lindo e ao mesmo tempo... Aterrorizante. Pelo menos na minha visão.  
  Eu já fiquei trancado em casa, estava sozinho e com frio. Uma tempestade de neve tinha caído, e nesse momento eu tive uma crise. Pensei que ficaria trancado para sempre, pensei que minha mãe nunca voltaria para casa, imaginei vários cenários em que eu morria, e fiquei assim por um bom tempo. Até que minha mãe chegou, eu ainda lembro do desespero em seus olhos quando me viu no chão da sala encolhido. A neve congela tudo que amamos, a neve pode te deixar desesperado, e é insensível com qualquer ser vivo; de uma bela rosa, até uma criança de doze anos com uma perna quebrada. Eu me sinto como o inverno agora, estou me sentindo traído, como se eu não pudesse confiar em ninguém, nem mesmo na minha própria mãe.
   Naquela segunda feira, eu não queria nem mesmo sair da cama, eu só queria ficar ali, apodrecendo e esperando o dia em que Deus, ou seja lá quem, pegar minha alma e levar ela para algum lugar melhor do que a terra. Meu corpo está pesado, e parece que tem um piano e cima de mim; ou só alguma coisa bem pesada. Algo como, talvez, culpa.
-Por que eu me sinto assim? Eu não fui o cuzão da história, ele que decidiu simplesmente não me contar nada...-suspiro e olho para o meu celular vendo o horário-Três da manhã, e eu aqui... Bem legal!-suspiro e olho para o teto-O que eu faço com você em teto? Não sei nem o que fazer com a minha vida...
   Me levanto e pego diário de novo, que já estava aberto. Dia três de dezembro, eu nem sabia que uma data tão insignificante poderia se transformar em algo tão... Importante? O que quero dizer é que, isso muda minha opinião sobre várias coisas. Entendo o motivo agora dele ter feito tantas coisas péssimas comigo, mesmo que não fosse uma justificativa. Fico lendo e relendo aquela página, até que simplesmente decido jogar o caderno na parede.
-Que merda!-sinto  algumas lágrimas em meus olhos-Que merda...-seco algumas e me deito novamente e umedeço meus lábios-Por que por você? Por que você?
Fecho os olhos e não impeço minhas lágrimas de saírem.

   Talvez por isso quando eu acordo meu travesseiro estava meio molhado. Me levanto e me forço a fazer minha rotina de sempre. Me visto; como alguma coisa, e mesmo que minha mãe tenha me oferecido o Rover, eu prefiro ir a pé.
   O sol estava brilhante, pássaros cantando. Parecia com o primeiro dia de aula, quando eu estava acompanhado, feliz e sem preocupações além de ir embora. Acho que minha ambição foi jogada no lixo, junto da minha dignidade, certeza e qualquer outra coisa positiva que eu tinha. 
   Chego na escola, e Error e Fresh estavam no portão, esperando por alguém. Quando o olhar deles me encontra, eu já sei por quem eles esperavam. Corro para dentro da escola antes que um deles me chame ou me segure. Quando passo vejo que os olhos de Error estão meio preocupado, como se tivesse chorado noite passada por algum tipo de término de namoro, mesmo que ele seja um puta insensível que não chora por nada. Pelo menos, nunca na minha frente.

   Depois das primeiras aulas, eu fico na cantina. E me camuflo com meu moletom. Estava começando aquele frio meio irritante de Outono; não era neve, nem nada do tipo, apenas uma ventania gelada que era bem estranha, mas menos medonha do que  no inverno.
   Estava tentando comer alguma coisa quando ouço uma risada estridente do outro lado, e me vir para ver o que era. Me deparo com Error e Heather juntos, na mesma mesa, de mãos dadas. E pela primeira vez, em tempos, vi aquele sorriso dele... O sorriso de verdade. Respiro fundo e  reviro os olhos. Eu não sei sobre o que estavam conversando, mas ele estava parecendo... Satisfeito? Ou só feliz por ter enganado outra. 

O Lado Complicado de Amar Seu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora