Winter Of Wolfes - ABO

Capítulo 18 - Gods

Camila Cabello | Point Of View


Acordei de manhã sem Lauren do outro lado da cama, mais cedo eu consegui acordar brevemente para ver ela sair e depois de me dar um beijo e me cobrir eu acabei apagando.


Me levantei olhando para janela, o sol já estava bem forte, mas o vento era meio frio o que trazia uma sensação de alívio. Me levantei para fazer minhas higienes, e me enfiei no primeiro vestido longo que achei no meu guarda-roupa.


Desci para a sala de jantar encontrando minha família tomando café da manhã, desejei bom dia antes de me sentar e começar a me servir.



— O que temos para hoje? – Perguntei após beber um pouco do meu suco de maracujá.

— Seu pai pediu que você e Dinah ajudassem Louis nos cadastros, ainda faltam pessoas que não deram tempo de ir. – Minha mãe disse.

— Vou com Harry para as trincheiras, mas antes deixo Sofi no campo de treinamento. – Demi disse enquanto pegava um pedaço de bolo.

— Eu vou continuar com as outras nas roupas. – Normani comentou e minha mãe afirmou dizendo que também iria.

— Vou ficar aqui não me sinto muito bem… – Selena que até então estava calada, se pronunciou me fazendo analisar ela.


Só aí notei o cuidado extremo de Demi com a ômega, o cheiro dela também estava se modificando, estava mais fraco. Olhei para minha mãe que sorria abertamente olhando sua nora, aquilo só podia dizer um coisa. Era quase certeza de que Selena estava grávida!



— Demi deixe apenas Harry ir, apenas deixe Sofia no treinamento. Volte e fique com Selena, qualquer coisa você manda me chamarem e iremos ao centro de tratamento. – Minha mãe disse e minha irmã somente afirmou com a cabeça.



Tomei meu café observando o cuidado de Demi com Selena, ela dava calmamente os alimentos na boca da ômega. Que mesmo com suas feições claramente demonstrarem seu enjoo e pouca vontade de se alimentar, comia se agradando com o mimo da minha irmã.


Peguei me condenando por deixar passar aquele detalhe desapercebido, muito provavelmente ela já devia estar com esses sintomas a dias e por causa desse turbilhão de coisas acontecendo eu nem notei.



×××




Sai de casa vendo Harry conversando com Louis um pouco mais a frente, observei que meu cunhado parecia estar em conflito. Meu irmão falava sem parar enquanto Louis parecia um pouco incomodado com a aproximação do mesmo, olhando constantemente para os lados como se tivesse medo de algo.



— Hum... Oi! Atrapalho alguma coisa? – Disse meio incerta, assim que cheguei mais próxima dos dois.

— Claro que não Mila, eu estava apenas fazendo companhia para Louis que estava lhe aguardando. – Harry me abraçou pelos ombros, fiquei sem entender aquela atitude do meu irmão.

— Pois é Camila, seu irmão insistiu em esperar comigo que você chegasse. – Louis disse parecendo aliviado.

— Então já pode ir Harry, já não era para você estar nas trincheiras? – Questionei meu irmão que ainda agia de maneira diferente.

— Era sim, mas não podia deixar Louis aqui sozinho… Mas eu já vou indo, até mais! – Harry se afastou e eu fiquei observando ele se afastar.

— Desculpe por isso Louis, meu irmão esta meio fora dos eixos ultimamente. – Me virei para o ômega.

— Tudo bem Camila, Harry estava apenas querendo me impressionar. – Me surpreende com aquelas afirmações.

— O quê? – Perguntei incrédula.

— Ele vem com essa atitude desde o seu casamento com a Laur, penso que ele quer algo comigo. – O mais alto explicou e deu de ombros.

— Pelo visto existe muita coisa acontecendo que eu deixei passar. – Falei mais para mim do que para ele.

— Mas podemos usar o dia de hoje para falarmos sobre isso, e ainda nos conhecermos melhor. Afinal de contas agora somos família, mas sabemos muito pouco um do outro. – Louis falou com euforia e cabei rindo e afirmando com a cabeça.

— Então vamos indo?



Durante o percurso até o centro da cidade, Louis me falou sobre as investidas do meu irmão em cima dele. Mas que ele não havia dado brecha para ele já que Lauren não iria gostar nada dessa aproximação, já que Harry não estava passando uma boa imagem para alfa.


Questionei sobre seus sentimentos e vontades, e ele disse que enxergava muito mais em Harry. Mas infelizmente não poderia passar por cima da sua irmã, já que além de estar certa sobre Harry, quando eles saíram de casa o pai deles deixou Lauren com a responsabilidade de cuidar dele.


Quando chegamos, mal tivemos tempo para conversas paralelas. Muitas famílias não haviam feito o cadastro, por isso passamos a manhã toda terminando de atender a todos.


Terminamos de fazer o último cadastro já era hora do almoço, convidei o ômega para irmos comer na taberna da família de Taylor. Eles faziam a melhor comida da alcateia, sem contar que eu estava com saudades da minha amiga.


— Mila! – Taylor gritou assim que me viu passar pela porta.

— Tay que saudade… – Murmurei enquanto a mesma me esmaga em um abraço.

— Eu que o diga, você se casou e sumiu! – A loira fingiu estar brava, mas logo sorriu.

— Muitas coisas aconteceram em cima da outra, mal tive tempo para respirar. – Expliquei. — Esse é o meu cunhado Louis, e Lou essa é minha amiga Taylor. – Apresentei os dois.

— Prazer em conhecer você Louis… – Eles se abraçaram. — Venham eu faço questão de atendê-los. – Ela nos guiou até uma mesa.




Lauren Jauregui | Point Of View



— É bem diferente do que imaginei que fosse… – Comentei com Simas enquanto caminhávamos no centro do território nômade.

— Tive essa mesma impressão na primeira vez que estive aqui. – O conselheiro disse sorrindo.

— Eles se parecem com a gente, se não fosse as orelhas eu diria que são idênticos. – Shawn disse observando cada detalhe daquele lugar.

— Meu pai disse que os deuses castigaram os nômades por usarem magia negra durante a grande guerra, então arrancaram parte de suas orelhas para que jamais se esquecessem dos seus maus feitos. – Alejandro contou enquanto caminhavam.

— O mesmo meu pai disse que aconteceu com os trolls, os deuses castigaram eles pela sua ganância e maldade dando eles aquela aparência horrenda. – Disse me lembrando das histórias contadas por meu pai.

— E ao restante os deuses tiveram piedade de suas almas, lhe deram os poderes de um lobo para que pudessem se proteger e se lembrar que nem so de punições eles se recaiam sobre nós. – Simas completou aquele conto tão ouvido por todos.

— Os deuses são justos, tenho certeza que essa afronta e covardia dos trolls não será passado batido. –Shawn afirmou.



A civilização nômade me deixou impressionada assim que coloquei meus pés aqui, eles eram bastante parecidos os lobos. Tanto em sua aparência humana, quanto em seu estilo de vida. O estranho era que eles viviam em tendas, o que me deixou entrigada sobre como eles conseguiam manter uma higiene naquelas condições.


O cheiro forte daquele lugar já me dava uma ideia de que a higiene não era uma de suas preocupações ali.


Caminhamos até nos afastar um pouco da civilização, adentramos a floresta e me surpreende quando chegamos a uma casa rústica feita de madeira.


— Simas, leve Shawn com você e faça as trocas. Eu vou entrar com Lauren e assim que terminarmos aqui encontraremos vocês no mercado. – Alejandro disse e seu conselheiro afirmou e deu a volta com Shawn em seu encalço.


Quando me virei para casa novamente, levei um susto ao ver uma mulher baixa parada na porta nos observando.



— Não imaginei que você fosse demorar tanto para trazê-la aqui. – A mulher disse com um sorriso irônico nos lábios.

— Tivemos muitos contratempos na alcateia. Como sabia que eu iria trazer ela? – Alejandro tinha uma postura séria diante da mulher que não parecia se abalar na presença do homem.

— Ela é a salvação do seu povo, era óbvio que traria ela até a mim. – Ela disse apontando para mim. — Meu nome é Allyson e o seu é Lauren, eu sei disso porque a deusa Fama me disse sobre você. – A mulher dizia e seus olhos pareciam querer gravar cada detalhe meu.

— Então os deuses falam com você? – Questionei meio incrédula.

— Entrem! – Ela deu passagem ignorando minha pergunta.



Entramos e por dentro aquela casa era bem a cara daquela mulher, cheio de bugigangas e pedras que eu não fazia menor ideia do que se tratava.


— Respondendo a sua pergunta, os deuses não falam comigo. Eu não sou digna deles, meus pais e seus antepassados foram amaldiçoados devido a seus atos desesperados. Quem me revela as coisas é a deusa Fama, ela é quem decide o que devemos ou não saber sobre o futuro.

— Você já sabia que eu viria, me chamou de salvadora.

— A deusa me falou tudo sobre você, me mostrou muito sobre seu futuro e me mandou te orientar. – Allyson me olhava fixamente como se quisesse me mostrar que cada palavra sua era verdadeira.

— Pode dizer Allyson, para isso estamos aqui. – Alejandro disse fazendo a mulher rir.

— Você foi escolhida ainda no ventre de sua mãe, Zeus quem te escolheu. Quando você nasceu, Ares e Atena foram de visitar e te abençoaram. Isso porque você foi escolhida para salvar os justos, e você não tem decepcionado já que seu caráter é algo invejável. – As palavras daquela mulher mexeram comigo.

— Mas não é só isso que você tem para me dizer. – Comentei ainda mexida com aquelas palavras.

— O que eu tenho para dizer, é para você tomar cuidado com as pessoas e não temer o seu julgamento. – Allyson me entregou um colar com uma mulher segurando uma espada e uma balança. — Deixe que a Têmis te guie pelo caminho da justiça e da verdade. – Olhei para Alejandro que afirmou rapidamente, então coloquei o colar no pescoço.



Conversamos mais um bom tempo, aonde Allyson me passou ainda mais credibilidade em suas palavras. Não que eu não acreditasse antes, mas eu precisava vir ouvir sair da boca dela para ter cem por cento de certeza.



— Obrigado por nos receber Allyson. – Alejandro se levantou e estendeu a mulher um saquinho cheio de moedas.

— Eu não posso aceitar dessa vez, foram os deuses quem mandaram eu falar. – Allyson recusou.

— Aceite por favor, é apenas um agradecimento. – Alejandro disse entregando as moedas.

— E se um dia vier a precisar, por favor não deixe de me procurar. – Disse sorrindo.

— Eu digo o mesmo para vocês...



Deixamos a casa de Allysson e fomos nos encontrar com Simas e Shawn que já estavam esperando por nós na entrada do mercado nômades e transformamos e deixamos aquele território, já era quase noite.


Toda aquela conversa foi bastante esclarecedora para mim, agora mais do que nunca estava confiante sobre meu papel naquela alcateia.