Winter Of Wolfes - ABO

Capítulo 12 - Trial

Lauren Jauregui | Point Of View



— Fico aliviado em ver você recuperada, Lauren. – Alejandro disse enquanto caminhávamos pelo jardim de sua casa.

— Estou bem obrigada pela preocupação…

— Logo a tarde teremos o julgamento de Hector, as atitudes dele me pegaram de surpresa. São anos de lealdade e seriedade em prol da alcateia, para ele jogar tudo fora em um ato de ódio. – Alejandro não escondia a grande decepção por Hector.

— Alfas com ego ferido é um grande perigo. – Comentei.

— Em falar em grande perigo, percebo que vamos precisar de mais mão de obra para conseguirmos estar prontos para o inverno. – Alejandro parou e se virou de frente para mim.

— Você precisa contar para todos, quanto antes melhor! – Expliquei. — As pessoas precisam saber da verdade, não somente para nos ajudar, mas também para se prepararem psicologicamente. – O Alfa concordou suspirando.

— Vamos primeiro cuidar do julgamento de Hector, depois irei fazer um pronunciamento oficial. – Alejandro bateu levemente em meu ombro. — Ainda temos que casar você com Camila, você já enrolou demais minha princesinha! – Ri com o seu comentário.

— Não se preocupe, eu quero que esse casamento chegue o mais rápido possível. – Afirmei e vi meu futuro sogro me olhar com surpresa.



Passamos mais um tempo conversando, ele atualizou sobre o status das atividades da alcateia. Louis se juntou a nós para informar o andamento do estoque de provisões, também expôs uma ideia para o melhor controle de alimentos no inverno.


— Uma excelente ideia Louis, assim que eu fizer o pronunciamento vamos começar a fazer esse cadastro. Assim podemos não só controlar a distribuição de alimentos no inverno, mas também as roupas e tudo mais que for necessário. — Alejandro falava animado.

— Ninguém vai passar necessidade nesse inverno. Parabéns, irmão, essa foi uma ótima ideia! – Abracei meu irmão de lado e o mesmo corou pelos elogios.

— Vou pedir Harry para te ajudar… – Essa parte não me agradou nem um pouco.



Alejandro nos deixou ali dizendo que precisava resolver alguns detalhes antes do julgamento de Hector, eu ainda estava com o pensamento na idade de ter Harry mais próximo do meu irmão.



— Essa cara de quem comeu e não gostou é por quê? – Louis me olhava atentamente.

— Eu não gosto da ideia de Harry ficar muito perto de você, ele é um Alfa escroto. – Comentei e Louis riu.

— Você precisa para de implicar com ele! – Louis me olhou severamente. — Ele vai ser seu cunhado e vão conviver diariamente na mesma casa. – Não evitei a careta diante daquele fato. — E outra, ele só vai me ajudar e mais nada.

— Ele vai querer bem mais do que apenas de ajudar, vai por mim eu conheço aquele tipinho de alfa. – Comecei a andar e ele veio ao meu lado.

— E qual seria o tipinho dele? – Louis perguntou interessado.

— O que se acha foda por ser alfa e provavelmente usa e abusa do poder que pensa que tem, provavelmente deve passar todos os cios dele em puteiros comendo várias betas. – Louis fez uma cara de nojo me fazendo rir.

— Se ele é mesmo esse tipo de cara, você já devia saber que eu jamais daria trela para um alfa como ele. – Ele me encarou com a sobrancelha arqueada.

— Espero mesmo que não dê, caso contrário eu acabo com a raça dele! – Rosnei.


Fomos caminhado ate a nossa casa, apenas Miley e Lucy estavam ali aquela hora. As meninas não deixaram de comentar sobre o julgamento e o que esperavam que acontecesse a Hector.


O julgamento aconteceria na mesma arena aonde ele me atacou, Alejandro jugou ser melhor que todos tivessem presentes para testemunhar a justiça sendo feita.



×××



— Boa tarde a todos, hoje nós vamos julgar o ato covarde de Hector e através do nosso conselho iremos fazer com que as leis e a justiça seja feita. – Alejandro caminhava no centro da arena, todos gritaram positivamente para o líder. — Tragam Hector, para que possamos dar início. – Ele pediu a um dos guardas.



Como no ritual aquele lugar estava cheio, enquanto eu me direcionava aos acentos com os demais que em acompanhavam. Fui positivamente surpreendida por diversas pessoas me cumprimentando e me dando felicitações pela minha recuperação, fiquei sentada entre Camila e Louis acompanhando Alejandro dar início ao julgamento.


Hector entrou na arena sendo vaiado por alguns espectadores, em um canto mais afastado notei Austin e Regina quietos assistindo tudo. A ômega tinha feições claras de choro, já Austin ele não perderá o olhar de ódio que carregava.


Na arena dois círculos eram feitos, o primeiro era formado por alfas da guarda e o segundo pelos conselheiros e Alejandro. Hector se encontrava no meio e toda estavam assentados com exceção dos alfas da guarda.



— Antes de tudo nós gostaríamos de ouvir a sua versão dos fatos. – Alejandro gesticulou para Hector dando a palavra ao mesmo.

— Tudo que eu fiz foi sendo guiado pela raiva e a inveja, sei que não é uma justificativa. Eu ataquei a Lauren em seu momento de vulnerabilidade por estar com raiva a inveja, ela está em uma posição que era para ser do meu filho. – Hector falava e tinha seus punhos fechados como se tentasse demonstrar todo o ódio que sentia por mim. — Era para o Austin se casar com Camila e ser seu braço direito, não essa intrusa! – Ele olhou para mim com os olhos vermelhos, aquilo não me intimidava. — Eu confesso que fiz jogo sujo, meus atos foram baixos e eu peço perdão por isso. – Sua voz suavizou tentando passar credibilidade.

— Acredito que está bem claro as intenções de Hector. – Simas falou para todos.

— Ele quer o perdão, mas o ódio que ele sempre pela futura nora do líder está estampado em seus olhos. – Asher ponderou.

— Mas não podemos esquecer todos esses anos de lealdade para com a alcateia, Hector durante todos esses anos nos protegeu, seguindo a tradição de seu pai. – Leopoldo interferiu.


As pessoas que assistiam começaram a debater entre si, as opiniões porque eu via estavam bem divididas.


— Silêncio! – Alejandro gritou fazendo toda se calarem. — Aimee, Artur digam a sua opinião. – Ele pediu.


— Eu concordo com todos, as atitudes de Hector foram graves e demonstrou para todos seu descontrole. Mas não podemos dar as costas para tudo que ele fez para alcateia, não só ele, mas como Regina também. – Aimee disse e todos murmuraram em concordância.

— Arthur… – Alejandro chamou pelo homem para que o mesmo se pronunciasse.

— Eu só gostaria de lembrar que antes de ser atacada, Lauren já havia se tornado uma de nós. Espero que Hector tenham uma punição pelos seus atos, mas que não seja esquecido suas benfeitorias para conosco. – Diante as palavras de Arthur, notei que Hector estava mais relaxado.

— Eu já tenho uma decisão tomada! – Alejandro se levantou e silenciosamente pediu que Hector fizesse o mesmo. — A partir de hoje você e sua família estão proibidos de se aproximar de Lauren e sua família, a violação dessa ordem pode causar em punções mais severas não somente para você, mas para toda a sua família. – Alejandro usava sai voz de Alfa que saia alta suficiente para toda a alcateia escutar. — E também a partir de hoje, você não será mais o comandante da guarda da alcateia e amanhã irá se juntar aos demais alfas nas tarefas comuns. Essa é a minha decisão! – Dito isso ele se transformou e rugiu fazendo Hector se curvar perante a ele.



×××


Já era noite e eu estava sentada na varanda com Camila, nós tínhamos terminado de decidir os últimos detalhes do casamento. Como eu havia prometido tentei ajudá-la em algumas escolhas, me esforçando para entender os detalhes da cerimônia que eram inúmeros.


Durante o processo, não pude deixar de pensar em minha mãe. Certamente ela adoraria estar aqui participando dos preparativos, provavelmente estaria com Taylor, Vanessa e Nina em seu encalço ajudando ela em tudo. Minha mãe era mestre em dar grandes festas, ela adorava fazer grandes jantares e festas comemorativas, tudo com toda pompa digna de realeza.



— No que tanto pensa? – Voltei a realidade com Camila me avaliando.

— Na minha mãe, ela adoraria ajudar nos preparativos do nosso casamento. – Suspirei saudosa.

— Você deve sentir falta de tudo… – Ela afirmou me olhando compadecida.

— Não de tudo, somente de coisas importantes. – Sorri lembrando dos meus pais.

— Você pensa em voltar para o sul? — Senti de longe o temor em sua voz.

— Não para ficar, talvez para visitar minha família e meus amigos que ficaram para trás. Agora minha casa é o norte. – Expliquei tratando de tirar qualquer temor dela.



Continuamos a conversar, Camila se mostrou bastante curiosa pela minha família. Contei tudo sobre meus pais e irmãos, falei também sobre Vanessa, Nina e os conselheiros do sul.


Desde nossa conversa ontem Camila tinha se mostrado um pouco mais para mim, era como se uma barreira tivesse se rompido entre nós. Aproveitei para saber mais sobre ela e sobre os seus sonhos, eu queria conquistar Camila e realmente fazer ela feliz.



— E você quer mesmo continuar morando aqui com seus pais depois de nós casarmos? – Perguntei um pouco desconfortável.

— A ideia de ficar aqui não me parece boa, julgo que vai ficar muito apertado para todos. Mesmo sabendo que esse é o plano da minha mãe, nos manter debaixo das asas dela. – Ela fez uma careta me fazendo rir e ficar mais aliviada.

— Depois que a guerra passar e inverno também, podemos ver outra casa para morarmos. – Levantei a possibilidade.

— Gostei da ideia, não seria nada mal se ficássemos perto daqui. Talvez assim minha mãe não faça tanto drama.

— Tudo bem, primeiro vamos nos preocupar com o nosso casamento e vamos amadurecendo essa ideia, pode ser? – Encarei seus olhos esperando sua resposta.

— Pode ser… – Ela afirmou sorrindo e me roubou um selinho rápido me deixando surpresa. — Agora vamos aproveitar essa noite linda enquanto temos paz, esses dois dias antes do casamento vão ser bastante corridos.


Afirmei com a cabeça, me escorei em uma das pilastra e puxei seu corpo para mim, ela pareceu não se incomodar pelo contato e descansou a cabeça no meu peito. Aquele contato me deixou com uma sensação estranhamente boa, como se algo aquecesse meu coração.


Permanecemos ali em silêncio, aproveitando o contato uma com a outra e ouvindo as cigarras e grilos cantando. Aquele era um fim de noite muito agradável para mim, talvez somente agora eu começava a sentir a sensação de que estava no lugar certo.



— Isso soa bem para mim… – Ela quebrou o silêncio.

— O que soa bem para você? – Questionei sem entender.

— Estar assim com você…

— Bem… acredito que soa bem para nós duas. – Apertei ela em meus braços.