Capítulo 46 - Switching To The South

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Harry Cabello | Point Of View


Em toda a minha vida eu nunca tive tanta certeza de algo como agora, sempre fui acostumado a te a minha mãe pensando e fazendo tudo por mim. Diversas vezes eu me escondi atrás dela, falei e fiz burradas porque quando eu agia sem as ordens delas eu não era nada.

Precisei amar e perder o amor da minha vida, para acordar para o mundo a minha volta. Ver Louis ser tirado de mim, depois de apanhar na frente dele e de toda a minha família me trouxe para a realidade.

Eu pensava que tinha tudo, que merecia tudo somente pelo fato de eu ser o primogênito do homem mais importante da alcateia. Mas a chegada repentina de Lauren me mostrou que eu não merecia nada, que tudo que eu pensei que tinha era um ilusão da minha cabeça. Por esse motivo eu a odiei, por ciúmes eu fiz se tudo para que ela se sentisse mal aqui e fosse embora.

No fundo eu não queria admitir que ela era tudo que eu nunca chegaria a ser, a inteligência e seu incrível dom de lidar com as pessoas. Eu morria de ciúmes dela, de ver que em tão pouco tempo ela já havia conquistado a alcateia. Que ao contrário eu nunca me importei em me relacionar com eles, minha mãe me dizia que ele devia me respeitar e ponto.

Eu não era nada mais do que uma marionete nas mãos da minha mãe, não tinha vontade própria e pensamentos próprios.

Mas Louis veio para mudar as coisas, desde o momento em que meus olhos encontraram o ômega. Eu me apaixonei me imediato, ele tem algo completamente diferente de todos os ômegas que eu já conheci. O cheiro, a voz e cada detalhe dele era como se fosse um imã me puxando.

Mas eu estraguei tudo, meu ciúmes da irmã dele me afastou dele uma vez e eu quase surtei quando Louis quis se afastar de mim. Eu precisei lutar muito para que ele voltasse para mim, mas eu sabia que ele me amava da mesma foram que o amava.

Quando voltamos fizemos planos, iriamos esperar a guerra passar para contar a Lauren sobre a nossa relação. Louis tinha muito medo da reação da irmã, temia que ela não nos aprovasse e mandasse ele embora do norte. Naquela época eu era um tolo que não acreditava que Lauren tinha todo o poder e influência que ela tinha, então aceitei que Louis fizesse da forma que ele queira.

Mas por mim eu reivindicaria Louis como meu ômega sem pedir a permissão de Lauren, eu não acreditava que ela pudesse fazer o que fez.

A minha surpresa não veio somente com a atitude de Lauren, mas me surpreendeu foi a minha mãe ter feito o que fez nos expondo apenas para provocar a ira de Lauren. No meio de toda aquela confusão e desespero, eu notei o comportamento controverso da minha mãe.

Durante o meu desespero em saber que Louis estava sendo levado para longe de mim, pensando que eu poderia nunca mais encontrar com ele novamente. Eu vi que a minha mãe era a causadora daquele caos, foi ela quem contou para Lauren sobre o meu segredo com Louis e tudo para alimentar o ego dela.

E quando Lauren me deu a chance de mudar, eu aceitei. Aos poucos ela me mostrou a verdade e eu pude escolher sem influência de ninguém o caminho que eu queria trilhar.

E esse era o momento, o momento decisivo da minha vida. Eu tenho a segunda chance de mostrar que eu sou um verdadeiro alfa, e também que sou digno de ter Louis de volta.


Me  transformei no ar e fui para o chão em posição de ataque, observei Ian se transformar e vir para cima de mim. Lembrei os ensinamentos de Lauren, respirei fundo e esperei que o lúpus me atacasse. Desviei do ataque de Ian e empurrei com as patas traseiras, ação que deixou ele irritado.

Seguimos em luta enquanto um atacava e esquivava do outro, a diferença era que eu não tinha interesse de machucar Ian. Ele saltou uma última vez em minha direção e eu usei meu corpo para jogá-lo para longe, enquanto Ian se levantava Lauren entrou na minha frente.


— Chega, já temos provas o suficiente... – Lauren falou e então voltei a forma humana.

— Vamos entrar e conversar lá dentro. – Meu pai chamou convidou os Jauregui.


Enquanto todos entravam, Sofia me entregou um moda de roupa e vi Lauren fazer o mesmo com Ian. Ele se vestiu e os dois vieram para perto de mim, tentei disfarçar o mervosimos.


— Minha irmã te ensinou bem. – Ian falou sorrindo de lado.

— É uma ótima professora, você me mataria em outras circunstâncias. – Falei meio sem jeito.

— Vamos entrar, as coisas ainda não acabaram. – Olhei para Lauren sem entender.

— Não pensou que era só lutar comigo e tudo estaria certo né? – Ian me olhou com deboche.

— Não... – Neguei com a cabeça.

Entramos e todos estavam na sala, a mãe de Lauren abraçava Camila e conversava animadamente com a minha irmã. Eu conhecia Camila muito bem para saber que ela estava bastante nervosa.

As apresentações forma feitas, os Jauregui’s levaram um bom tempo com Camila. Estavam encantados com a minha irmã, e o fato dela estar grávida de gêmeos.

— Então você é o famoso Harry... – Michael me avaliava com cuidado. — Eu ouvi muito sobre você nos últimos tempos, coisas boas e coisas ruins...

— Senhor Jauregui, eu tenho total consciência do homem que eu fui antes e dos erros que eu cometi. – Falei olhando nos olhos dele.

— A minha vontade era de deixar que Ian arrancasse a sua cabeça ou eu mesmo fazer isso. – Engoli a seco. — Agradeça a Louis por ainda ter a cabeça intacta. – Olhei de canto e Louis sorriu levemente.

— Eu errei muito em não ter feito as coisas com Louis da forma correta, eu admito. – Abaixei a cabeça.

— Mas como você conseguiria ficar com um lúpus, nas suas palavras nós somos irracionais e sanguinários. – Ian me encarou seriamente.

— Eu já não penso mais dessa forma, eu mudei.

— E você vai provar isso como? – Clara me perguntou me olhando imparcialmente.

— Eu gostaria de pedir a vocês a mão de Louis em casamento, gostaria de me casar com Louis no sul e viver lá. Quero me redimir com todos, inclusive com os lúpus, sei que não é garantia de nada mas eu peço um voto de confiança de vocês. – Vi todos ficarem surpresos.

— Você não pode ir embora daqui! – Minha mãe falou afetada.

— Eu posso sim, mãe. E sinto que o norte não precisa de mim para nada, quero estar em algum lugar que eu possa agregar algo. – Eu queria poder construir a minha história em um lugar aonde ninguém tivesse uma imagem ruim minha.

— Confesso que essa me pegou de surpresa... – Michael falou pensativo.

— Eu acho que todos aqui nessa sala devemos acreditar nas mudanças de Harry, eu as vi acontecendo pessoalmente. Então se a minha opinião conta, eu apoio a vontade de Harry. – Olhei para Lauren que sorriu para mim.


××××


Fomos jantar ainda não havia obtido a resposta sobre o meu pedido de casamento para Louis, meu pai e Alejandro iniciaram uma longa conversa sobre vários assuntos enquanto Clara estava com Taylor e Louis conversando com todos menos eu e minha mãe. Eu era o deslocado ali, estava tenso e preocupado então justificava o meu isolamento. Mas por que a minha mãe estava daquela forma, eu sentia um leve temor da sua parte.

Somente na hora do jantar que Louis conseguiu se aproximar, nos sentamos lado a lado. E debaixo da mesa ficamos de mãos dadas e meu coração ainda acelerava com os mínimos toques do meu ômega.

Todos foram par a casa ao lado aonde Lauren e Camila estavam morando, alegando cansaço e que precisavam dormir. Consegui me despedir rápido de Louis, sendo assistido por todos na sala. Minhas outras irmãs se recolheram e somente eu e meus pais ficamos na sala.


— Lá no sul você vai estar sozinho... – Meu pai falou me olhando sério.

— Eu sei disso pai, mas eu sinto que é para lá que eu tenho quer ir. – Falei olhando para os meus dedos.

— Eu não concordo com nada disso, você deveria estar liderando o seu povo. –  Suspirei ouvindo a ladainha de minha mãe.

— Por favor mãe parece de bobagens, eu só estou fazendo o que eu acho ser melhor para mim. – Falei e minha mãe simplesmente sai sem falar nada.

— Deixe ela filho, sua mãe é difícil de lidar. – Meu pai não estava nada contente com a reação de Sinu. — Vai ter meu apoio, sua irmãs também eu tenho certeza que vão lhe apoiar. – Sorri me sentindo aliviado.

— Obrigado, pai. – Nós dois levantamos ao mesmo tempo e nós abraçamos.

— Agora suba, tome um banho e durma. Vou pedir ajudar para arrumar a suas coisas, algo me diz que você não vai mais voltar. – Meu pai sorriu tristemente para mim.

— Espero que não volte mesmo, quero me adaptar ao sul e viver lá.


Subi para o meu quarto, tomei um longo banho e me deitei. Mas antes de dormir eu fechei meus olhos e agradeci aos deuses pelo dia, se fosse em outras circunstâncias provavelmente eu estaria morto.


Alejandro Cabello | Point Of View


Caminhei pela mata com ajuda de uma luminária, já era bem tarde da noite. Avistei a casa que há muitos anos atrás eu havia construído com um objetivo, que eu jamais consegui concluir. Entrei vendo que a lareira estava acessa e a mulher sentada em um sofá, bebericando um líquido em uma xícara e com os olhos concentrados no fogo.

Me sentei ao lado dela e ela nem se importou em me olhar, esses clima desconfortável entre nós era comum a muitos anos.


— Nosso menino vai embora... – Falei baixo encarando o fogo.

— Eu soube, e que saber de uma coisa... – Ela fez uma pausa ponderando. — Eu acho bom, vocês me tiraram meu filho dos braços dizendo que dariam para ele o que eu nunca poderia dar um dia, e olhe bem o resultado dele. Mimado, arrogante e completamente despreparado para a vida. Precisou alguém de fora vir e fazer o que vocês não fizeram e me impediram de fazer. – Fiquei calado por ela tinha razão.

— Eu fiz o melhor que pude, você veio trabalha lá em casa para ficar perto dele...

— Você sabe que Sinu não me deixava encostar no meu filho, nem meu leite ela deixou que ele tomasse. – Olhei para ela e vi lágrimas em seus olhos. — Me sinto culpada porque ele nunca vai saber da verdade... – Tentei segurar a mão dela para lhe passar conforto, mas ela esquivou do meu toque.

— Mas você tem Camila.

— Que eu amo como a se fosse a minha filha, mas não substitui e não me faz sentir menos culpada.


Ficamos em silêncio ambos perdidos em seus pensamentos...


— Eu sinto muito por tudo... – Falei baixo.

— É bom que sinta mesmo...

Fiquei ali assistindo a mulher que eu mais amei na vida guardando as coisas que havia colocado fora do lugar, ela pegou as suas coisas e saiu daquela casa onde prometemos que seríamos muito felizes ali, e me deixando sozinho. Fiquei por um longo tempo assistindo o fogo consumir a madeira e aos poucos eles diminuindo da intensidade deixando o ambiente mais escuro, o peso na minha consciência naqueles momentos eram muito maiores.

Winter Of Wolfes - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora