Capítulo 25 - Uncontrollable

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Lauren Jauregui | Point Of View



— Essa proximidade me preocupa muito, será que eles estão se adiantando? – Alejandro gesticulou nervosamente.



Já era manhã e eu estava com meu irmão e Simas na sala do meu líder, narrando os acontecimentos de ontem na floresta. E como já era esperado, Alejandro ficou alarmado pela proximidade de um troll no nosso território.



— Estamos próximos ao inverno, mas acho que o evento de ontem foi apenas uma coincidência. – Zac disse com o olhar distante. — Quando o encontramos ele parecia tão surpreso quanto nós, ouso dizer que tenho quase certeza que por um momento ele exitou em nós atacar. – Encarei meu irmão um pouco perplexa.

— O que será que ele faria ali então? – Simas questionou.

— Não faço ideia. – Zac deu de ombros.

— De qualquer maneira hoje mais cedo já reforcei a guarda na fronteira e deixei os alfas sob aviso, se tentarem atacar estaremos prontos com ou sem inverno. – Eu não tenho medo de nada, portanto nenhum dos homens que eu estou treinando também não terá. Estaremos prontos!

— Vamos dar esse assunto como suspenso e redobrar nossa atenção, os trolls querem nos pegar desprevenidos e isso não vai acontecer. – Alejandro determinou. — Mas me diga Zac, o que te trouxe a nós? – O alfa suavizou as feições.

— Meu pai pediu que trouxéssemos algumas coisas para vocês... – Meu irmão se animou. — Trouxemos roupas que as ômegas fizeram pra vocês a pedido da nossa mãe, ela e a Tay escreveram para você e Louis. – Zac me olhou com tanto carinho, ele sabia que a distância era uma das coisas que mais nos deixam tristes. — Meu pai quando soube, pediu para os ferradores fizessem armaduras para vocês. É uma vantagem que vai ajudar na hora da guerra. – Meu pai não me surpreendeu com a atitude dele, ele é um homem muito bondoso e preocupado com o bem estar de todos.


Era inevitável sorrir orgulhosa ao ver toda a preocupação de meu pai, ele mandou bastante coisas e provavelmente ele antecipou meus pensamentos e mandou  armaduras para todos. E bem era um alívio porque era uma preocupação a menos pra nós resolvermos, já que aqui pelo que pude ver eles não tinha nenhum preparo para a batalha.

Logo Louis apareceu para levar Zac até o centro de tratamento aonde Tullius estava sendo tratado, restando somente eu e Alejandro para guardarmos tudo que meu pai havia trago, já que Simas também havia se retirado para ir a sua casa.



×××


— Seus sentimentos estão tão bagunçado, eu consigo sentir a agonia que seu coração está sentindo. Quer me contar o que se passa? – Camila se sentou no meu colo e me abraçou pelo pescoço.

— Eu estou feliz por ter Zac aqui, eu realmente sinto falta da minha família e tê-lo aqui sacia um pouco essa saudade. – Expliquei sentido ela fazer um carinho gostoso na minha nuca. — Contudo ele já notou que eu perdi a ligação psíquica com ele e a minha antiga alcateia, também notou a minha cicatriz. Tenho medo da reação dele ao descobri tudo que aconteceu desde que saí de casa. – Suspirei pesadamente.

— Faça assim, primeiro fiquei feliz por ter seu irmão aqui. Faz tanto tempo e a saudade que você sente precisa ser sanada agora que tem a oportunidade, depois você conversa com ele e explica com calma todo o ocorrido. Se ele ficar bravo o que eu acho que não vai acontecer, tenho certeza que você vai conseguir controlar. – Ela falou calmamente me passando tranquilidade.

— Como é possível você conseguir me acalmar tão facilmente assim? – Questionei olhando diretamente para os olhos mais lindos que eu já pude ver em toda minha vida.

— Eu sou sua ômega, saber te acalmar e suprir as suas necessidades é a minha função. E eu amo fazer isso, amo você e quero seu bem sempre. – Ela me deu um selinho.


Minha ômega tem esse controle sob mim, Camila sabe muito bem como modificar o meu humor e controlá-lo. Era uma das coisas que eu sempre vi minha mãe, a Vanessa e a Nina fazendo com os alfas da minha casa. Lá no fundo era o que eu sempre quis ter, possuir uma ômega tão virtuosa quanto das da minha casa, com o dom de controlar meus ânimos e me tranquilizar.

Ali sentada com Camila nos meu braços, me trouxe a sensação de estar realizando todos os meus sonhos. Era incrível como os deuses sempre fazem tudo acontecer na hora certa e no lugar certo, e apesar do grande fardo que eu carrego aqui, eles me deram Camila. Uma ômega que faz com que todo esse fardo em minhas costas suma em um passe de mágica, tornando tudo tão simples e lidável.


— Eu te amo Camz... – Falei olhando em seus olhos, vendo suas esferas castanhas brilharem para mim.

— Eu também amo você Lo, muito mesmo. – Ela disse fazendo um carinho na minha nuca.


Suspirei apaixonada e enfiei meu rosto no pescoço dela, sentido seu perfume que é o meu cheiro favorito em todo o mundo. Me apertei mais um pouco no abraço em que estávamos, ouvindo a respiração da minha ômega com ela fazendo um carinho gostoso em mim.


— Atrapalhamos? – Saímos da nossa bolha com Demi e Selena se sentando a nossa frente.

— Lógico que não, estávamos apenas aproveitando um pouco. – Camila falou se sentando ao meu lado.

— Noto como você está radiante desde a chegada do seu irmão, Laur. – Demi falou sorrindo.

— Eu sinto falta da minha família e ter Zac por perto mesmo que só por alguns dias, ajuda muito. – Falei e a alfa sorriu para mim. — Mas então, como estão vocês duas com a chegada do primeiro filho? – Perguntei vendo as duas se olharem com grandes sorrisos nos lábios.

— É maravilhoso a sensação sabe? Nunca imaginei que pudesse amar tanto alguém que eu nunca vi. – Demi falar sorrindo.

— Essa é uma grande responsabilidade, mas acho que estamos prontas. –Selena sorria abobalhada para sua alfa. — Só falta um detalhe para tudo estar perfeito. – Selena mudou a expressão e Demi também, automaticamente senti o clima entre as duas  mudar drasticamente.

— Selena já falamos sobre isso. – Demi passou a mão no rosto demonstrando seu nervosismo repentino.

—Eu quero ter a minha casa, droga Demi não dá pra gente viver o resto da vida debaixo da saia de sua mãe. – Selena indagou com uma feição chateada.


Troquei o rápido olhar com a minha ômega, ela havia conversado comigo sobre o dilema entre Demi e Selena a respeito de irem morar  sozinhas. Eu estava apenas esperando um momento propício para abordar esse assunto com a alfa, mas parece que esse momento foi forçado para agora.


— Droga Selena, eu já disse que não! – Demi levantou raivosa usando sua voz de alfa, assustando as duas ômegas. — Já mandei você parar de tocar nesse assunto. – Demi se movimentou mostrando que iria para cima de Selena.


Me levantei em um pulo puxando Demi para longe das duas, no mesmo instante meus sogros junto com meus amigos surgiam de duas casas vindo em nossa direção. Ainda segurando Demi que estava paralisada olhei para onde seu olhar estava fixo e assustado, minha ômega estava encolhida abraçando Selena como se quisesse protegê-la.


— O que está acontecendo aqui? – Alejandro perguntou encarando Demi.


Minha sogra e Normani estavam com Dinah e Shawn tirando as ômegas assustadas de perto de nós, Demi começou a sair da sua paralisia momentânea.


— Anda Demetria, eu quero explicações. – Alejandro esbravejou trazendo a alfa que eu ainda segurava, de volta a realidade.

— Pai... Eu... Eu... – Demi tentou falar algo mas parecia assustada e desacreditada pelo seu comportamento.

— Lauren leve ela para o centro de treinamento, vou ver como Camila e Selena estão. – Alejandro pediu dando as costas para ir aonde as ômegas tinham sido levadas.

— Não! Eu vou preciso pedir desculpas para a Selena, eu não sei o que deu em mim. – Demi tentou se soltar de mim, mas pela sua feição achei prudente por não soltá-la.

— Nem pense em me desafiar Demetria, faça o que eu estou mandando ou eu te darei uma lição aqui na frente de todo mundo. – Meu sogro rosnou para sua filha que se encolheu.


Alejandro se afastou de nós duas, puder ver todos os alfas observando de longe todo o ocorrido. Demi estava de cabeça baixa soluçando pelo choro, então decidi começar a andar com ela ainda sendo segurada por mim.

Caminhamos até o centro de treinamento assim, chamamos atenção das pessoas que estavam pelo caminho. Mas Demi estava muito transtornada para que eu me preocupasse com os olheres curiosos, tudo que eu queria era chegar o mais rápido possível.

Quanto mais eu me afastava mais meu peito ficava apertado, eu sentia o medo e angústia de Camila. Queria largar Demi aqui e correr para minha ômega, abraçá-la e fazer ela se sentir protegida e segura.


— Eu não sei o que deu em mim Laur... – Demi falou um pouco alto.

— Agora não é momento para falar disso, Demi. – Falei vendo as pessoas nos olharem com ainda mais curiosidade.


Chegamos até o centro de treinamento fomos direto para a sala que eu usava para fazer reuniões com Alejandro e os conselheiros. Só ali soltei a alfa deixando ela sentada na cadeira limpando suas lágrimas com a barra da camisa que usava, peguei um copo com água e ofereci para mesma.


—  Eu preciso pedir perdão para a Sel, isso nunca aconteceu. – Demi disse após terminar de beber a água. — Mas ela fica insistindo que temos que nos mudar, isso me tira do sério. – Ela gesticulou.

— Por qual motivo isso te tira do sério? – Cruzei os braços abaixo dos meus seios e encarei a alfa.

— Agora é mais seguro que a gente fique aonde estamos, não estou pronta para toda essa responsabilidade. Sem contar que tem o inverno.

— Não está pronta para essa responsabilidade? – Perguntei incrédula. — Por que raios então você se casou e a marcou com a sua mordida? – Me levantei começando a caminhar de um lado para o outro.

— Por que a amo e não queria que o merda do Justin roubasse ela de mim. – Vi ódio nos olhos da alfa ao falar do Justin.


Justin é filho de Simas e um perfeito lutador, pelas habilidades dele em luta ele seria um dos homens que lutariam ao meu lado. Mas nunca imaginei que Demi tivesse questões com ele, e confesso que fui pega de surpresa.


— Você fez tudo que fez por medo de perder a Selena para o Justin, nem pensou na porra da responsabilidade que você ia ter nas mãos? Você é uma irresponsável Demi. – Esbravejei.

— Eu sei tá bom! Eu só preciso de um pouco mais de tempo, estou aprendendo aos pouco e ainda tem o bebê. Nós precisamos de ajuda, eu não faço a mínima ideia de como cuidar de um bebê. Todas as vezes que eu tinha que trocar a fralda de Sofia, era Camila que fazia no meu lugar.

— Puta merda, então todo aquele papo de que você cuidava bem de bebês é papo furado. – Murmurei completamente besta com as afirmações de Demi.


Antes que Demi pudesse dizer qualquer coisa, a porta foi aberta bruscamente revelando Alejandro parado. Pela feição do alfa ele provavelmente escutou tudo que foi dito pela sua filha, engoli a seco já me preparando para o baque.


— Eu juro que se eu não amasse muito a sua mãe e fosse um homem que não cumpre com as suas promessas, eu já estaria te dando uma surra. – Alejandro falou andando em direção de alfa. — Como você pode ser tão imprudente? – Ele puxou Demi segurando ela pelo rosto, era possível ouvir as respirações rápidas dos dois.

Alejandro soltou Demi com violência que caiu no chão o a mão no maxilar gemendo de dor, o alfa caminhou até a cadeira e se sentou com os olhos fechados.


— Hoje você vai dormir na casa dos meninos, Liam e Vero estão arrumando um lugar para você ficar. – Alejandro falou já mais calmo.

— Mais pai, eu preciso. – Demi tentou argumentar mas parou bruscamente diante do olhar severo do pai.

— Continuando, hoje você não vai falar com a Selena. Dinah e Shawn levaram ela para casa dos pais. Eu vou pessoalmente contar o que aconteceu e pedir desculpas pelo ocorrido, e somente quando a Selena estiver mais calma vocês vão conversar. Ela tá com medo de você e está nervosa, temos que pensar no bebê de vocês... – Demi afirmou com a cabeça voltando a chorar. — Ainda tem Camila que está assustada e com medo de você também... – Meu peito doeu ainda mais e uma angústia tomou conta de mim, e não passou desapercebido pelos alfas. — Fique calma Lauren, Sabá está com ela. – Ele sorriu para mim e eu apenas concordei, embora o aperto no meu peito ainda fizesse presente.

— Me desculpe por isso Laur, eu não sei o que deu em mim. – Demi me olhou chateada.

— Tudo bem, logo tudo vai voltar ao lugar. Você precisa ter paciência e aproveitar esse tempo para por a cabeça no lugar, não pode continuar com as coisas assim. E o mais importante, aprender a controlar melhor, esses surtos não podem acontecer, você pode acabar machucando alguém mesmo sem intensão. – Olhei com carinho para Demi, eu já considero ela demais.

— Para todos vão dizer que você apenas está com medo de se mudar por causa do inverno e da guerra, que você apenas quer proteger sua ômega e seu bebê. – Alejandro explicou e Demi concordou. — Durante desses dias você vai me acompanhar em tudo, vou te enfiar responsabilidade pela goela. Você não tem mais tempo para ficar de infantilidade, breve vai ser mãe e você tem uma ômega que precisa de você. Então ou você toma atitude de alfa ou toma atitude de alfa. – O alfa dizia seriamente.

— Tudo bem pai. – Demi falou parando e chorar.

— E agradeça a sua mãe por não ter tomado uma surra...


Deixei Demi e Alejandro no centro de treinamento, já tinha certeza que não seria necessário separar os dois caso tivesse uma briga física. Corri o máximo que pude até a casa principal para ver como a minha ômega estava, deixando até mesmo de falar com todos que estavam do lado de fora de casa aparentemente conversando. Apenas acenei positivamente quando Sinu me perguntou se tudo estava bem entre Alejandro e Demi.

Encontrei Camila encolhida na nossa cama, aparentemente a minha ômega estava adormecida. Tirei a minha roupa ficando de roupas íntimas e me deitei atrás dela puxando seu corpo pequeno para o meu, abracei ela com cuidado para não machucá-la ou acordá-la.


— Amor... – Camila abriu os olhos me olhou e voltou a fechar suspirando forte.

— Estou aqui minha vida, descanse não vou sair do seu lado. – Falei baixinho e em resposta ela entrelaçou nossos dedos e relaxou o corpo.


Minha ômega não demorou para pegar no sono, e como prometido permanece ao lado ela velando seu sono, até que cochilei com ela em meus braços.

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