Capítulo 08

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Anthony

- "Você é uma mulher muito bonita para ser uma simples criada." - digo e ela me fulmina com o olhar. Tenho vontade de enforcá-la. Ninguém nunca me olhou dessa maneira. Somente Ela.

- "Eu não sou uma criada. Não acho que você teria feito tanto por uma simples de criada." - ela diz. Agora sou eu quem a fulmino com o olhar.

Percebo que ela estava olhando com receio o copo que está diante dela.

- "Não está envenenado. É apenas uma cerveja."

Tomo um grande gole da cerveja que está em meu copo. O gosto amargo do líquido percorre minha garganta, isso é muito bom. Estar perto dessa mulher me produz coisas que não deveria produzir. Eu sou o chefe dessa tribo e ela é a princesa de uma tribo inimiga.

- "Não estou acostumada a beber. E mais, eu acho que nunca bebi cerveja antes." - ela diz e eu franzo o cenho. Não posso acreditar que ela nunca tenha bebido cerveja. Ela com certeza está mentindo para mim.

- "Você é uma odalisca? Isso explicaria você estar muito bem vestida e alimentada. Elas são muito bem cotadas por esses lados e em qualquer tribo." - digo.

Vejo ela abrir amplamente os seus olhos e depois me fulmina com o olhar.

- "Como você se atreve a dizer isso? É um insulto você me chamar de odalisca." - ela se levanta da mesa e a vejo procurar alguém com o olhar. - "Você!" - ela disse olhando para dois dos meus homens que estavam por perto. - "Estou falando com o homem que me trouxe aqui." - melhor dos meus homens que se levanta. Ele ainda tem as marcas dos arranhões em seu rosto. - "Você pode me indicar onde irei ficar?" - o homem me olha e eu levo com a cabeça.

- "Não saberia te responder. É o chefe quem decide isso." - ele diz não muito seguro. Uma jovem que não chega nem aos seus pés o intimida? Ele terá que pagar por isso.

- "Que maravilhoso!" - ela diz com sarcasmo.

Eu a olho com raiva. Vejo ela começou a respirar mais rápido. É como se ela estivesse se contendo e isso estivesse lhe provocando estragos. Sem me dar alguma pista, ela sai em disparada na direção contrária de onde estamos. Sei que ela não chegará muito longe, tenho homens espalhados por cada entrada possível. Eles são os guardiões e os meus olhos durante as noites.

- "Senhor, com todo respeito que você merece, acho que o senhor faltou com respeito com essa senhorita. Por que a chamou de odalisca? Você sabe que isso é um insulto para qualquer mulher." - diz um dos meus homens.

- "Não quero que vocês se apeguem a ela. Quando descobrirmos os segredos de sua tribo nós iremos devolvê-la. Ela não pertence aqui e vocês sabem disso. Nenhuma mulher é bem vinda nessa tribo, somente aquelas com o dever de nos satisfazer." - digo. Eles se olham e eu franzo o cenho.

- "Não acho que ela deva ser considerada como uma odalisca, sua forma de falar e de se expressar, não é de uma odalisca." -  diz meu braço direito.

- "Uma mulher com classe não teria deixado o seu rosto com tantos arranhões. Essa coisa não é uma pessoa, é uma fera." - digo irritado. Como essa garota pode ser ganhado o carinho de meus homens em tão pouco tempo? Não consigo entender isso.

- "A situação explicam esses golpes. Nós a tiramos de sua barraca quando ela mal havia pegado no sono. É normal que ela tenha nos tratado assim. Eu também teria acertado uns bons golpes se me sequestrassem dessa maneira." - ele diz. Eu estou a ponto de matá-los, são dois idiotas.

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