Capítulo 23

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Anthony

Estamos na parte mais escura da caverna. Esse lugar já não se parece em nada da que estivemos, porque esse lugar é muito mais tenebroso. Tenho vontade de matar Jasmine por nos meter nessa situação mas, acho que ela está começando a aprender a lição. Seu sexto sentido está começando a não ser tão bom quanto antes.

- "Quem eram esses homens? Tive a sensação de que você não gostou de vê-los aqui." - Jasmine diz.

Não consigo ver bem onde ela está. Só por estarmos de mãos dadas, posso saber que ela está ao meu lado.

- "Eles não são precisamente o melhor da nossa civilização. Antigamente a civilização Tharoma era constituída de uma mistura de duas civilizações antigas. Cada uma delas tinham princípios diferentes e forma de pensar diferente." - diz o homem que ainda não sabemos o nome. Por que ele não se apresentou para nós?

- "A única coisa que sei é que os Tharomas são uma civilização antiga, mas em nenhum lugar diz que eles são uma mistura de duas civilizações." - ela diz. Franzo o cenho ao me dar conta do que o homem está dizendo.

- "Há muitas coisas que você não sabe e que pouco a pouco vão se revelando." - o homem diz e escuto Jasmine suspirar.

- "Que relação essas civilizações tem com minha suposta mãe?" - ela pergunta.

Eu estou tenso. Não é normal quem tenha tanto ministério em um só lugar. Na parte mas profunda do meu ser, sei que esse homem falará que houve um enorme derramamento de sangue e que alguém muito mal é o causador disso, e ele virá buscando vingança voltando dos mortos a cada 2000 anos.

Eu já estou viajando. Essas merdas não existem.

- "Sua mãe é uma a princesa da nossa civilização." - o homem diz e a luz que aparece a nossa frente começa a me incomodar.

Estamos saindo da caverna e o lugar que entramos é totalmente diferente. Há muito verde, muita água e muita vida. Isso não se parece com o deserto onde está a escavação.

- "E que civilização era essa?" - Jasmine pergunta e depois se cala quando se dá conta de onde estamos.

- "Pois eu te apresento a civilização de sua mãe. Somos os Tharcus. Nossa civilização é baseada no respeito a vida. Não somos ninguém para tirá-la, mas há excessões a regra. Nossa civilização acreditava e ainda acredita que a vida junto com os sentimentos são o mais importante. Alguém que não tenha um bom coração, não pode fazer parte da nossa família e é expulso." - o homem diz.

Caminhamos entre várias barracas até chegarmos numa barraca muito maior que as outras. Ela tem a mesma cor da areia e de dentro dela sai fumaça. O homem abre uma das portas e nos faz um sinal para entrarmos. Jasmine fica tensa do meu lado e busca o meu olhar. Ela não está muito confiante de entrar nesse lugar, mas tão pouco temos onde nos escondermos. Estamos cercados.

Aperto a sua mão e com um movimento de cabeça, faço um gesto para entrarmos. Dentro da barraca, é exatamente como eu imaginava ser. Havia artesanatos para todos os lados e também uma cama rústica.

- "Você havia falado de outra civilização. Como foi que vocês se uniram e criaram os Tharomas?" - Jasmine pergunta.

Ela está observando tudo e quando toca em um dos jarros que há na barraca, ela sorri enquanto seus dedos percorrem seus desenhos e sua pintura.

- "A outro civilização se chama Tromas. Eles pensavam que a única forma de manter o seu legado era através do poder. Não importava como eles obtinham esse poder, eles eram muito poderosos e as outras civilizações os respeitavam. Uma noite, o líder dos Tromas sequestraram a sacerdotisa do Tharcus. Ninguém sabe como, mas entre eles nasceu uma relação amorosa." - o homem diz e percebo que ele está tenso quando conta essa parte da história.

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