Prólogo

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Jasmine

- "Papai vamos nos atrasar se você não se apressar!" - grito para o meu pai.

Estou na entrada da casa com minha bolsa e quando olho em direção ao táxi, vejo que o taxista não está muito feliz com a espera.

- "Querida, me dê mais uns minutos." - meu pai grita de dentro da casa e eu reviro os olhos impaciente.

- "Eu te daria todos o minutos que quiser, mas acho que o taxista não pensa igual a mim." - digo.

Me aproximo do taxista e peço para ele esperar por mais alguns minutos. Ele me fuzila com o olhar e eu me sinto pequena. Ele é um homem gordo, com a barba cerrada e ele tem um olhar estranho que me dá um mal na espinha. Aliás ele não para de olhar pra mim, será que ele acha que eu sou o último copo de água no deserto?

- "Filha dê esses 10 dólares ao taxista e o despache. Não vamos sair agora. Alguém irá se unir a nós de última hora e chegará por volta das 3 da tarde." - suspiro pesadamente.

Me aproximo do taxista e peço para que ele tire todas as malas do carro, quando ele termina, eu lhe entrego o dinheiro e ele se vai. Mas não sem me dá uma última olhada que gelou todo o meu corpo.

Entro em casa e vejo que meu pai está olhando para o mapa da região para onde vamos.

- "Papai, quem é a pessoa que se unirá a nós? Aliás, é bastante irresponsável para se unir a nós de última hora e mudar o panorama inicial, não acha?" - digo enquanto me sento na poltrona na frente dele.

- "Serão só umas horas filha. Não é como se fossemos nos atrasar por dias."

- "Se isso te faz feliz, então vamos deixar pra lá." - digo.

Pego um livro e começo a ler um pouco mais sobre a cultura do lugar para onde vamos.

- "Quanto tempo mais teremos que esperar? Você disse que às 3 essa pessoa estaria aqui e já são quase 4." - digo cansada de esperar.

- "Jaz, são só 3:22. Deixa de ser tão impaciente." - meu pai diz.

- "Não posso acreditar que você aceite que essa pessoa seja tão irresponsável. Comigo você não é assim, se eu me atraso um minuto você já começa a me repreender." - cruzo os meus braços.

- "Você fica tão linda quando está com raiva."

Maldito! Ele está zombando de mim!

- "Papai!"

Antes que eu diga qualquer outra coisa, uma caminhonete preta com os vidros polarizados para em frente a casa. Como estamos na porta, percebo que outra caminhonete da mesma cor estaciona atrás dela.

De uma delas, descem dois homens enormes. Fisicamente são iguais ao meu pai. O maior é muito parecido, corte militar, postura intimidante e olhos azuis. O mais baixo tem o cabelo castanho, musculoso, olhos avelãs e embora pareça intimidante, tem um sorriso encantador. O mais alto, caminha até a porta traseira da primeira caminhonete e a abre. Dela desce um homem jovem, cabelo castanho usando terno e com óculos escuros. Ele está sorrindo e quando vê o meu pai, seu sorriso fica ainda maior. Nossa, o senhor desconhecido tem belos dentes brancos.

- "Robert quanto tempo sem nos ver. Sei que deveria ter chegado antes mas acabei me atrasando por causa de alguns documentos. Sabe como é difícil para mim sair, ainda por cima quando as coisas não estão em dia." - ele oferece a sua mão para o meu pai mas meu pai além de apertar a mão do desconhecido, ele o puxa para um abraço. Parece como se eles se conhecem a vida toda.

_ "Não importa filho. Algumas horas não fazem diferença. Afinal de conta, os restos não caminham por conta própria. E mais, estou muito feliz por ter decidido ir conosco. Ficar trancado em um escritório não me parece muito divertido." - meu pai diz.

Porque ele está tão feliz? Nunca tinha o visto assim. Não quero reconhecer mas estou sentindo um pouco de ciúmes.

- "É melhor irmos, por minha culpa vamos chegar tarde no lugar da escavação." - diz o cara arrogante.

Meu pai assente e entrega para um dos armários as suas malas e depois entra no carro.

Vejo como tudo passa diante mim. O cara bonito mas arrogante entra na mesma caminhonete que meu pai entrou e fecha a porta. Os dois homens enormes assentem com a cabeça em minha direção e entram na caminhonete. Depois a caminhonete é ligada e vejo ela se afastando até que some do meu campo de visão.

Ah isso é ótimo! Meu pai se esqueceu completamente de mim. Me sinto ferida, mas se ele quer jogar assim preferindo o cara desconhecido do que a mim. Ótimo.

Robert Gardner se você quer jogar sujo, então iremos jogar.

(...)

Anthony

- "É sério Robert não foi a minha intenção atrasar a viagem." - digo envergonhado. Estamos quase chegando no aeroporto.

- "Não se preocupe, minha filha é quem estava impaciente." - ele diz.

- "Sua filha? Eu não sabia que ela trabalhava com você."

- "Ela se formou no começo deste ano e desde então ela se tornou meu braço direito. Espero que os seus garotos esteja tratando ela bem lá no outro carro."

- "Ela já não está te esperando lá?"

- "Não. Ela estava te esperando comigo lá em casa. Ela ficou muito irritada quando mandei despachar o taxista para te esperar." - ele diz olhando para a outra caminhonete.

Vejo que os meninos descem mas não vejo nenhuma mulher descer.

- "Tem certeza que ela viria conosco?"

- "Porque você pergunta isso?" - ele diz surpreso.

- "Acho que esquecemos ela em casa." - digo. Ele olha para a outra caminhonete e depois para a nossa.

- "Droga! Essa menina não vai me perdoar por isso. Eu estava tão feliz em te ver que acabei me esquecendo dela." - ele diz envergonhado.

- "Quer que mando ir buscá- la?"

- "Isso não servirá de nada. Ela deve pensar que eu a troquei por você. O mais seguro é que agora ela vai aceitar a oferta de Hocking. Merda! Se ela trabalhar com ele, acredite em mim quando digo que a fortuna e a sorte estarão com ele."

- "Ela não faria isso." - digo.

Acho que por minha culpa ele acaba de se meter em um grande problema.

- "Você não a conhece. Ela é a melhor pessoa que você pode conhecer mas quando você a fere....Troia acaba ardendo." - ele diz triste.

- "Porque você diz que a fortuna e a sorte estarão do seu lado?" - vejo ele suspirar.

- "Ela tem algo...não sei como te explicar...ela tem um bom olho para esse tema. Às vezes posso estar procurando algo por dois dias ou mais até que eu encontre alguma coisa boa. Mas ela tem como um sexto sentido, e sempre que ela escava encontra as coisas. É como se algo dissesse para ela onde estão."

- "O que vamos fazer?"

- "Vamos continuar a viagem. Se ela aceitar a proposta de Hocking estará perto. Bom, na realidade a duas montanhas de distancia."

_ "Desculpe por isso."

- "Não se preocupe comigo, é melhor se preocupar com você. O rancor de uma mulher é coisa seria. E acredite em mim, depois de hoje tenha certeza de que Jasmine não vai muito com a sua cara." - vejo ele subir as escadas e entrar no avião.

Jasmine, um nome muito bonito. É o nome de uma princesa, de uma odalisca de sonhos eróticos. Um nome que é capaz de me tirar o meu lado selvagem e conquistador, embora seja só em sonhos.

Mas que mesa foi essa?

Esses pensamentos pervertidos sempre chegam sem aviso.

Entro no avião e é hora de partir.

Espero que por minha culpa não haja uma grande queda. Por que senão Robert me matará, minha família me matará e a senhorita Gardner também.

Uma pessoa poderia morrer três vezes no mesmo dia?

Olá meus amores, uma nova história se inicia. Espero que gostem.

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