Capítulo 29

163 24 1
                                    

Anthony

Justo às 23:00hs da noite estamos prontos para entrar no buraco. Jasmine está segurando minha mão e aperta a minha mão de vez em quando. Ela tem medo e isso é compreensível. Desde que começamos a trabalhar aqui, ela nunca quis colocar os pés aqui dentro. Ela se recusava a entrar dizendo que esse lugar lhe dava um mal na espinha.

Levamos tudo o que conseguimos carregar. Um pouco de água, um pouco se comida e as ferramentas necessárias para limpar o que encontrarmos. O ruim é que Jasmine está tremendo do meu lado, agora não estou muito certo de que trazê-la foi o certo.

- "Você tem que parar de tremer, está me deixando nervoso." - digo e ela suspira.

Quando entro, acendo uma das luzes e tudo o que estava escuro, agora tem luz. Quando Jasmine entra, a temperatura diminuí notoriamente e até eu sinto vontade de tremer.

- "Estou bem. Eu posso com isso e posso com essas coisas estranhas que acontecem. Quero saber o que aconteceu com minha mãe, e eu vou saber. Eu sou forte e isso não me dá medo." - Jasmine diz pra si mesma.

Tenho vontade de rir ao ver essa faceta dela. Ela sempre tem sido corajosa, exceto qualquer coisa que tem a ver com esse buraco.

- "O bilhete diz que eu vou saber como chegar no outro lado do buraco, mas não tenho a mínima ideia de como fazer isso." - digo e vejo Jasmine olhando em volta.

- "O que é que tem nas caixas presas no chão?" - Jasmine pergunta e eu franzo o cenho.

- "Por que está me perguntando isso?"

Jasmine está olhando em volta, mesmo abraçando a si mesma por causa do frio.

- "Porque supostamente examinamos todas as caixas, mas essas caixas que estão no chão, eu nunca tinha visto. Você examinou elas?" - franzo o cenho e olho em sua direção. Essas caixas não estavam aqui há alguns dias.

- "Essas caixas não estavam nesse lugar quando terminamos de examinar. Pode ser que alguém tenha mexido nelas, eu não as examinei mas pelo que vejo, parecem que elas são realmente antigas." - digo.

Vejo Jasmine pegar tudo o necessário para descobrir o que essas caixas dizem. Eu começo a caminhar nos arredores, observo tudo até que meus pés sentem algo duro e liso, bem abaixo da areia em baixo dos meus pés. É difícil dizer o que é. Assim decido limpar e ver o que é, vejo que são quadrados, tem alguns desenhos gravados nele. Cada quadrado tem um desenho diferente.

Olho de relance para Jasmine e vejo ela tocar tranquilamente os desenhos que havia na parede. Esses desenhos foram pintados por todas as paredes e era difícil dizer o que diziam. Tanto Robert quanto Frank acham que esses desenhos contam uma história, mas até agora não conseguir descobrir. Faltava algumas peças ou a história foi cortada.

- "O que você está olhando?" - pergunto a tirando do seu transe.

- "As imagens que estão nessas paredes contam a história de amor entre duas pessoas. Um amor que é proibido e que precisa de muita paciência e tempo para viver." - Jasmine diz e eu franzo o cenho ao ouvir essas palavras.

- "Como você sabe? Ninguém nesse lugar conseguiu dizer isso com tanta segurança quanto você." - digo. Ela suspira e volta a se abraçar quando o vento gelado volta a se fazer presente.

Unidos pelo PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora