Capítulo 17

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Jasmine

- "Papai, fica calmo. Isso tem um explicação." - digo mas meu pai está hiperventilando. Ele está respirando rapidamente e suas costas estão tensas. Tenho medo quando ele mostra esse lado. Eu só o vi assim duas vezes e tenho medo.

- "Você não tem nada para explicar. É Anthony quem tem que fazer isso. Por mais que me diga as coisas, sempre termina dando a volta. Agora porque beijou minha filha?" -  meu pai pergunta olhando para a cara de Anthony. Procuro Frank para pedir que me ajude, mas me dou conta que ninguém está por perto. Todos foram olhar para o buraco que apareceu.

- "Eu não beijei a sua filha. Foi ela quem me beijou. Sua filha é uma maldita bruxa. Ela simplesmente chegou, ordenou que fizéssemos umas coisas e depois pediu que eu me posicionasse sobre essas estruturas. Ela nunca me falou sobre o beijo. Ela apenas chegou e me beijou. Pode perguntar a qualquer um que estava presente." - ele disse e eu o fulmino com o olhar.

- "Não acredito totalmente em você, mas como não quero mais problemas, não direi e nem farei nada, mas se você voltar a beijá-la, nós vamos ter problemas." - meu pai diz e eu o olho sem dar crédito para o que ele está dizendo. Ele sempre esteve afastado de mim e agora, porque dou um beijo em alguém, ele dá um de pai ciumento. Simplesmente não entendo.

Deixo os dois sozinhos. Se o meu pai quer dar um de pai ciumento, vá em frente mas eu tenho muitas coisas para fazer. Começando com descobrir o que há no buraco que acaba de aparecer. Meu coração bate rápido quando penso nos segredos que esse lugar esconde.

"É melhor não descobrir."

Essa voz que não sei da onde saiu, mas em minha volta não há ninguém o suficientemente perto para poder escutá-los. Me detenho e faço uma careta. Suponho que estou muito animada e por isso meu subconsciente está brincando comigo.

Frank está me olhando com o cenho franzido mas, não me diz nada. Ele sabe que algo está acontecendo com minha cabeça. Ele sempre respeitou o meu espaço e suponho que o amo por isso. Ele nunca me pressionou como o meu pai costuma fazer na hora de conversar. É como se ele, não apenas protegesse a minha pessoa, mas também meus próprios sentimentos.

- "Sabe pequena, tenho medo de descobrir o que está escondido nesse lugar." - Frank diz e eu o olho com uma sobrancelha levantada.

- "Por que diz isso? Isso nunca aconteceu antes." - pergunto e ele franzo o cenho.

- "Todos temos vidas passadas. Umas boas e outras um pouco ruins. As pessoas desse lugar não nos quer aqui mas você, eles te protegem. É como se eles quisessem concertar algo. Tenho medo que isso tenha a ver contigo e isso faça com que te percamos. Embora seu pai seja um carrasco, ele te ama com todo o coração e se algo chegar a acontecer com você, ele não irá aguentar." - ele diz e eu franzo o cenho.

- "Desde quando você conhece o meu pai?" - pergunto.

- "Nos conhecemos na universidade, há mais de 30 anos. Por que pergunta?" - ele pergunta olhando para mim.

- "Você deve ter conhecido a minha mãe. Quero saber o que aconteceu com ela. Meu pai sempre desconversa quando toco no tema e tenho muita vontade de saber mais sobre ela. Não é fácil crescer sem uma imagem materna do seu lado, tendo em conta que tenho um pai que é um pouco machista e fechado. Só quero saber como ela foi e o que aconteceu com ela." - eu o olho. O seu rosto empalidece um pouco mas ele suspira pesadamente. Posso ver que ele está travando uma batalha interna.

- "Você deveria perguntar isso para o seu pai." - eu fecho os olhos com suas palavras e franzo o cenho.

- "Eu já perguntei a ele umas mil vezes e a única coisa que ele disse é que a minha mãe desapareceu. Como uma mãe pode desaparecer da face da terra e abandonar sua própria filha? Eu não concordo com o que você está me dizendo e o que ele está me dizendo. É uma estupidez." - eu digo um pouco irritada. Se este lugar esconde coisas, meu pai também não fica atrás.

Unidos pelo PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora