Capítulo 12

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Anthony

Caminho por várias horas e não tenho ideia de onde estou. Levar o peso extra de Jasmine nos braços e a mochila nas minhas costas, não ajuda o oxigênio chegar nos meus pulmões. Fecho os meus olhos para respirar profundamente e para depois continuar a caminhar.

Ao fechar os olhos, escuto o som de água gotejando em algum lugar. Franzo o cenho. Talvez Jasmine tenha razão e perto daqui tenha alguma saída. Onde há água e vento, há uma saída perto.

Com cuidado e com a pouca força que me resta, começo a caminhar na direção de onde acho que está vindo esse som. Tenho tanto medo. Faz alguns minutos que não escuto mais Jasmine se queixar de dor, mas eu não posso fazer nada. Preciso deixá-la em algum lugar onde ela esteja mais cômoda e assim poder limpar sua ferida. A única coisa que eu peço a Deus é que não tenha acontecido nada de mal e que ela ainda continue com vida.

Caminho por mais uns 10 minutos e me surpreendo quando vejo luz. São pequenos raios que passam por alguns pequenos buracos que há no teto. No fundo, vejo que há uma muralha onde a água escorre e cai em um pequeno poço.

Ela tinha razão. A saída está próxima e na direção que ela disse.

A deixo deitada ao lado da água, preciso pegar um pouco de água para limpar a sua ferida. Ela precisa da água mais do que eu, embora eu esteja sedento. Me dá água na boca mas não bebo, eu preciso desinfetar essa ferida e a água é a única coisa que pode nos ajudar por agora.

Penso encher uma garra com água e começar a trabalhar com ela. Sei que essa saída é culpa dela, mas a culpa é minha por ter seguido ela. Suponho que se ela estivesse sozinha, nada disso teria acontecido, já que ela não teria se alterado tanto.

- "Deixe o que tiver nas mãos no chão. Ninguém toca nessa água." - diz um homem atrás de mim.

Fico tenso. Essa voz me parece conhecida. Dou a volta e levanto a sobrancelha quando me dou conta que são os mesmos homens que nos ameaçaram há alguns dias.

- "A água não é pra mim. É para ela." - digo. O homem franze o cenho e olha na direção onde Jasmine está. Ele empalidece ao vê-la e depois me olha.

- "O que foi que aconteceu? Você não pode tocar nessa água. Iker, traga Atziri. Ela é a única que pode tirar a água desse lugar. Diga a ela que é urgente. Nossa princesa precisa de nós." - diz o homem e eu o olho com as sobrancelhas franzidas. Do que eles estão falando? Quem é essa princesa que eles falam?

- "Estávamos explorando o lugar. Nós encontramos um pilar, de repente o chão começou a tremer e depois ele cedeu. A única coisa que eu senti era como se estivesse flutuando e minutos depois senti minhas costas doendo. Devemos ter sofrido uma queda de mais ou menos 5 metros. Ela terminou sofrendo um corte na perna e a cada minuto que passa, só está piorando." - digo e o homem faz uma careta.

- "Garotos, o mais provável é que Atziri traga o necessário para fazer um curativo como se deve mas ela não poderá se a ferida estiver infeccionada. Me dê as suas túnicas e a formaremos no chão, ao lado da jovem." - diz o homem que nos ameaçou.

Em questão de segundos, Jasmine está deitada de barriga para baixo. Eles rasgam a perna da calça e deixa à mostra a atadura ensanguentada que cobre a ferida de sua perna. Engulo em seco quando vejo eles começarem a retirar a atadura.

Um corte de cerca de 20 centímetros se estende do interior de suas pernas até a parte de trás dos joelhos. Se nota que deve ter sido profundo, porque um dos homens foi capaz de abrir os extremos e olhar de dentro. Ofego, quando eles jogam um tipo de bebida no corte e Jasmine geme de dor.

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