Maratona 1/3
Jasmine
Meu corpo inteiro dói. Isso é estranho, já que a última coisa que eu me lembro é que eu tinha um corte na perna e estava sangrando muito. Não tenho nem ideia de onde estou e quem está ao nosso redor. Sei que há alguém além de Anthony já que escuto mais de uma voz.
Abro lentamente os meus olhos para me acostumar com a luz que há. Vejo várias sombras mas não consigo distinguir nada.
- "Pelo menos está voltando a vida." - escuto a voz de alguém que eu não conheço.
- "Ela é forte. Para poder suportar desde pequena expedições de seu pai, precisa ser forte. Não é qualquer um que percorre tantos quilômetros com com poucas coisas e carregando somente o necessário para suas necessidades." - Anthony diz. Pelo seu tom de voz, me dou conta que ele está irritado.
- "As mulheres são mais fortes do que aparentam. Na antiguidade, as mulheres eram consideradas partes mais importantes de uma cultura. Elas eram consideradas sacerdotisas. Nem todas as mulheres podem trazer filhos ao mundo e as que podem, tem um trabalho muito duro. Elas podem fazer muito com pouco e são boas conselheiras." - diz alguém que está do meu lado direito.
- "Eu pensava que vocês eram machistas. O único que eu vi de vocês nesses dias, são homens montados a cavalo, armados e com muita vontade de nos matar." - Anthony diz e o homem tem o descaro de rir.
- "Para nós as mulheres são sagradas e não permitiremos que elas saiam machucadas. Não é que elas não podem lutar e se defender, elas podem mas enquanto pudermos fazer isso por elas, nós faremos. Além do mais, elas são sacerdotisas do nosso templo e seu maior trabalho é levar serenidade e a sabedoria que a nossa civilização precisa." - diz o homem.
Sinto um tipo de repuxão na ferida da minha perna que faz eu me queixar mais alto do que pensei.
Essa merda dói demais.
- "Calma, Jasmine. É normal que esteja doendo, você precisa ser forte. Eu disse que não deixaria que nada nos acontecesse e que conseguiríamos sair daqui. Ainda não cumpri a parte de sairmos daqui, mas a sua ferida já foi cuidada e agora você tem um novo curativo. É normal que você sentir dor." - Anthony diz.
Escuto um movimento e depois alguns sussurros do meu lado.
- "Você precisa fazer com que ela beba isso." - diz um outro homem.
- "Não darei nada para ela beber se antes eu não souber o que seja." - Anthony diz na defensiva.
- "Você pode beber. O gosto é amargo, isso é só uma mistura de ervas que ajuda a suportar melhor a dor. Não irá te fazer nada, exceto deixa sua língua com gosto amargo por algumas horas." - diz e tudo fica em silêncio.
- "Credo. Esse gosto é horrível. Você realmente quer que eu dê isso para ela beber? Se ela não pôr isso pra fora, será um milagre." - Anthony diz enquanto cospe várias vezes.
- "A maioria põe pra fora, mas o que resta no estômago ajuda. Antes nós dávamos álcool, para que a mistura não tivesse gosto tão ruim. O mal era que eles ficavam embriagados e acabavam fazendo coisas indecorosas. Nós homens pecavamos em pensamento." - o homem diz e isso me dá vontade de rir.
- "Bom, então preciso fazê-la beber um pouco." - diz Anthony.
Sinto em meus lábios de algo com uma textura um pouco áspera e logo um líquido espesso entra por entre meus lábios. A princípio consigo manter uma parte do líquido em minha boca mas ao sentir o gosto amargo desse líquido, me dá vontade de vomitar.
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Unidos pelo Passado
RomanceRobert Gardner é um dos maiores arqueólogos do mundo, tem um novo desafio ao ir em uma expedição no deserto mais árido do mundo para buscar vestígios de uma possível antiga civilização e relíquias que podem ter origem há centenas ou milhares de anos...