Capítulo 28

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Jasmine

- "Estou cansada de tantas mentiras. Todos nesse lugar sabe mais sobre minha mãe do que eu mesma. É como se meus sentimentos não fossem importantes. Vocês sabiam o quanto sofri durante todos esses anos sem saber da minha mãe e agora que eu sei sobre isso, sei que vocês sabiam o que aconteceu com ela e onde ela esteve enterrada esse tempo todo. Você não acha que eu não tenho o direito de me sentir irritada e magoada com você ou com meu pai por me esconder tudo isso?" - pergunto.

As lágrimas escorrem por minhas bochechas de forma livre. Tenho vontade de gritar porque não posso conter as minhas próprias emoções.

- "Pequena, há informações que seu pai e eu não somos os indicados para te dar. Deveríamos ter assumido que teríamos que te dizer a verdade cedo ou tarde. Deveríamos ter dito que éramos os seus tios, mas Robert se apaixonou por você quando te viu. Você é a menina dos seus olhos." - Frank diz em um tom derrotado.

- "Não renego o amor que me deram porque estaria sendo ingrata. Amo vocês mas vocês conheciam minha frustração por não saber sobre minha mãe. Todas as crianças que tem sido criadas por apenas um dos pais, sentem a necessidade de saber do outro. E para saber se podemos nos saber se somos amados ou simplesmente queríamos que eles soubessem sobre esse amor que sentimos por eles."

Nem sequer sei o que estou dizendo, só sei que estou muito magoada e confusa.

- "Você precisa se tranquilizar. Você tem chorado muito e não gosto de ver esses olhos vermelhos. Eu te disse o que sei sobre sua mãe e onde ela está enterrada, mas não sei como chegar até lá. Dizem as más línguas que há alguém que sabe mas nunca descobrimos quem é." - disse e respira profundamente.

- "Entendo que vocês não queriam me dizer que minha mãe faleceu e que não foi da melhor forma. Inclusive isso vocês também não quiseram me dizer, pois segundo você não era bom para minha saúde mental. É um pouco doloroso saber que ela já não está mais nesse mundo e que jamais irei conhecê-la, mas parem de me esconder informações. Tenho idade o suficiente para saber o que estão fazendo, sem contar que vocês são péssimos para mentir." - digo e me deixo cair na areia.

- "Você está bem?" - ele diz se colocando da minha altura.

- "Minha cabeça dói. Você sabe quando choro muito me dá um pouco de febre e também dor de cabeça. Vou tomar algo para que isso passe logo." - digo. Fecho os olhos esperando que a dor diminua um pouco.

- "Vou te levar pra cama, você precisa descansar. Agora, mais de um nessa escavação sabe um pouco do que aconteceu, já que você foi um pouco escandalosa quando descobriu que sua mãe faleceu. Vou buscar um pouco de água para que você tome um remédio." - Frank diz e eu assinto com a cabeça.

Não quero continuar brigando. Não quero continuar falando sobre isso. Tenho que tirar um tempo pra mim mesma para processar tudo o que descobri.

Frank me pega no colo e me leva pra minha barraca. Mantenho os olhos fechados até que sinto a suavidade do meu colchão. Sinto seu olhar em mim mas não quero abrir os olhos. É como se todo o peso da descoberta que minha mãe está morta caiu sobre mim me deixando esgotada.

Não posso continuar chorando. Isso me faz mal.

Uns minutos depois tudo fica em silêncio. Quero que esse mal estar passe e acho que a única forma que eu vou conseguir é dormindo. Mas não estou com sono.

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