Capítulo 15

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Maratona 3/3

Jasmine

- "Desde quando vocês dois pensam da mesma forma?" - meu pai pergunta a Anthony e eu.

- "Bom, no final nos perdermos acabou dando os seus frutos. Jasmine tem razão. Esse deserto está escondendo algo mais e pra ser franco, não é aqui em cima. Temos procurado por todos os lados e não há nada. Só alguns frascos que se podem encontrar em qualquer parte." - Anthony diz e eu tenho vontade de rir quando meu pai o fulmina com o olhar, finalmente não sou eu dessa vez.

- "Isso está estranho. Vocês nunca se deram bem. Sempre estão brigando pior do que cachorro e gato, e agora estão se dando muito bem. Podem me dizer o porquê?" - Frank pergunta.

- "Quando se passam por momentos difíceis e a pessoa te trata de uma maneira diferente, os pensamentos e apreciações mudam. É só isso, precisávamos de tempo para conversar." - digo.

- "Um tempo para conhecer um ao outro." - Frank diz.

- "Exatamente." - eu sorrio.

- "Um momento. Vocês estão dizendo que não vão mais brigar e se darão bem?" - meu pai pergunta e nós assentimos. - "O que? Isso deve ser uma brincadeira de mal gosto!" - meu pai grunhe.

- "Papai, deixa de ser tão mal humorado." - digo mas ele não me escuta.

- "A única coisa que falta, é vocês se apaixonarem, depois vão dizer que estão em um relação estável e por fim vão se casar." - meu pai diz e Anthony e eu negamos.

- "Só levantamos a bandeira da paz. Mas se vocês não estão gostando muito disso, nós podemos voltar a brigar." - ofereço e meu pai e Frank trocam um olhar.

- "Não. Quero ver como vocês trabalham juntos. Como vocês vão fazer isso? Já que Jasmine está com a perna enfaixada, duvido que consiga caminhar e examinar as coisas como você gosta de fazer." - meu pai diz.

- "Pode ser que a minha perna não esteja muito boa, mas eu tenho olhos e boca para poder comandar. Além do mais, com a força de Anthony acho que possamos avançar mais rápido do que quando trabalho por conta própria." - digo e Anthony faz uma careta.

- "Eu me ofereci para ajudar no que puder." - ele diz fazendo outra careta. Esse homem vai ficar com muitas rugas se continuar fazendo isso.

- "Isso eu gostaria de ver. Você nunca trabalhou com essa menina. Ela é pior do que todos nós quando se trata de trabalhar. Ela grita com você, te mostra o dedo do meio e o pior de tudo..." - Frank diz me olhando. Olho para qualquer lado para não começar a rir. - "É que com esses lindos olhos que Deus lhe deu, não há uma forma de dizer não. Ela é um mal exemplo para as mulheres." - ele termina e Anthony ri.

- "Deixa de falar tanto e me diga, por onde vamos começar?" - meu pai pergunta a Anthony. Ele franze o cenho e depois olha para mim. Juro que estou tentando conter a risada mas com a cara que Anthony fez, eu não consigo.

- "Por que você está rindo agora?" - meu pai pergunta.

- "Nada. São apenas coisas minhas. Acho que é melhor começar a trabalhar na parte de trás do acampamento. Me dei conta que várias coisas apontam para esse lugar. Aliás, quando me perdi, vi algo que chamou a minha atenção mas, eu quero ter certeza antes de dizer alguma coisa." - digo.

Levo a minha mão até meu queixo e suspiro. Minha perna está doendo pra caramba mesmo estando sentada.

- "Como você pode ter visto algo se você não estava em boas condições?" - meu pai diz. Anthony ri porque ele já fez a mesma pergunta uma vez.

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