Dezoito

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Eu tomava meu café da manhã e minha mente vagueava distraída até o homem que eu havia conhecido no bar na semana passada. Ino diz que eu fui uma tonta por não ter pego o telefone dele, e Tenten só faltou dar na minha cara. E apesar de achar bem estranho o fato dele ter conhecimento de aonde eu morava – um detalhe que minhas duas amigas não teve conhecimento -, eu não podia negar que me senti atraída por ele. Seu jeito galanteador romântico e aquele sotaque romeno era tentador, minha pele arrepiava só de lembrar sua voz bonita flertando comigo. Ele era diferente, e não era pelo cheiro gostoso de seu perfume que deixava minha mente em êxtase, e nem por seus olhos intensos cor-de-ônix que me fitava de um jeito como se quisesse... sei lá, como se quisesse me devorar.

Mas o fato era que eu sonhava com ele todas as noites e era praticamente a mesma coisa. Ele era gentil e galante e quando eu cedia a seu charme tentador, sua fisionomia se transformava em um demônio e eu acabava morrendo no final. E fazia quase uma semana que eu estava tendo aquele tipo de sonho, era agoniante.

Saí de meus devaneios com Ino aparecendo na nossa pequena cozinha, puxou a cadeira e sentou-se de frente para mim. Franzi o cenho quando a vi arrumada e o rosto sem uma grama de maquiagem – e ela nunca saía de casa sem maquiagem - e os longos cabelos loiros amarrados num coque bem alto.

- Bom dia, Ino.

- Bom dia – ela murmurou puxando a garrafa de café e colocando um pouco em sua xícara, sua expressão era péssima.

- O que houve?

Ela suspirou pegando algumas torradas que eu fiz e adoçou seu café.

- Só tive um sonho ruim.

Ergui as sobrancelhas.

- De novo na escola só de lingerie?

Aquele era um pesadelo mais comum que Ino tinha desde o ensino médio e que a assombra até hoje.

Ela ergueu seus olhos azuis para mim.

- Quem dera... dessa vez sonhei com uma mulher.

- Mulher?

- É, e ela me disse coisas... não me lembro muito bem, só o que ela me disse que eu tinha que colocar um fim naquilo que não era para existir – e suspirou novamente. – Foi bem confuso e agoniante.

- Caramba. Também não ando tendo sonhos muito bons – comentei dando uma mordida em minha torrada.

- Só pode ser estresse, temos que parar de beber.

Sorri.

- Dissemos isso antes e acabamos enchendo a cara na semana seguinte.

- Você é uma péssima influência para mim, Sakura – e sorriu provocativa.

- Eu sou péssima influência? - A fitei fingindo incredulidade. – Você que é péssima influência, Ino Yamanaka. Caso não saiba, é você que tem as ideias. E vamos adiantar por que não quero chegar atrasada na aula.

- Ok, ok.

* * *

Depois de uma amanhã cheio de aulas, finalmente eu pude respirar melhor na pausa para comer algo. Estava eu e Ino sentadas no banco de madeira que havia no espaço aberto do campus, esperando Tenten que estava a vários metros de distância, conversando com seu "professor preferido". Ela estava nos dando um chá de cadeira de tanto esperá-la, que havia alegado que seria algo bem rápido. Ino estava bufando ao meu lado, enquanto sua perna temia de ansiedade. Hoje ela estava mais agitada e chata que o normal.

- Dá para você parar de tremer com essa perna, por que já está me irritando.

Ela bufou e se pôs de pé.

The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora