Vinte e Três

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Eu me via em cima de uma corda bamba entre a razão e o coração, e ele apertava toda vez que eu cogitava a ideia de que as teorias de Ino pudessem estar certas sobre tudo e sobre Sasuke. Eu confiava em Ino e em suas capacidades paranormais, acompanhava de perto sua evolução. Era meio estranho e deslumbrante ao mesmo tempo vê-la manobrar seus dons únicos com mais facilidade e agilidade, a certeza e a concretização que ela demonstrava com seus sentidos aguçados e conclusões que ela tirava de tudo depois de avaliar milimetricamente cada detalhe, era de dar inveja. E esse era o motivo de ter me posto na dúvida sobre os meus sentimentos por Sasuke e a validade que o nosso romance tinha.

Foi bom, eu amei cada momento, cada segundo ao seu lado, os seus toques frios, seus lábios sobre os meus e suas palavras carinhosas e seu jeito cavaleiro... tudo era perfeito nele. Mas perfeição não existia nesse mundo corrompido que vivia, e eu não podia simplesmente fechar meus olhos e ignorar as evidências que ele deixava escapar de vez em quando. Havia sim algo de errado em todo aquele ar de perfeição que ele exalava, seu jeito cortes não era usado a séculos, sua pele fria que nunca se aquecia e a palidez sobrenormal era o que mais me chamou a atenção, sem deixar de lado o pequeno detalhe a mudança de cor de seus olhos, esse detalhe era o que mais perturbava. Pois aquilo não parecia uma simples ilusão de ótica causada por excesso de claridade ou flash, para falar a verdade, o locar aonde estávamos não havia muita iluminação que causaria aquele efeito.

Isso era bem estranho.

Dois dias se passaram depois daquele dia, minha comunicação com Sasuke havia sido por telefone. Ele até cogitou a ideia de nos encontramos àquela noite, mas neguei, inventando uma desculpa qualquer. Estava meio receosa por ficar sozinha com ele... não exatamente medo, isso eu percebi que não sentia depois de todas aquelas informações, mas eu só precisava de um pouco de tempo para colocar minhas ideias no lugar e ter algo mais concreto antes de dar um passo grande. E era por àquele motivo que estava fuxicando sua vida pela internet. Tentei achar alguma rede social, Instagram, facebook, twitter, mas não encontrei nada. Digitei na barra de busca do Google Sasuke Uchiha e não havia nenhuma informação, nenhuma foto, nada.

Suspirei, cansada de tentar algo que só me levava à estaca zero. Era como se ele não existisse nesse mundo, não havia uma só informação para ser um cara importante com empresas... espera, talvez...

Digitei Romênia e Uchiha e... bingo. Uma página se abriu falando sobre uma família nobre que possuía minérios de ouro que ficava na área montanhosa da Transilvânia e minérios de jazidas de Praid, uma espécie de sal que é usado na produção de ração animal e também era usado para ser jogado nas estradas para derreter o gelo durante o inverno, eles chamavam de ouro branco, que ficava em Rosia Montana. Eles transportavam esse sal para vários países e seus minérios eram uma das principais fontes de economia de toda a Romênia, sem contar o minério de ouro na Transilvânia.

Prendi a respiração.

Sasuke não era um simples cara rico que conheci por acaso num bar, ele era podre de rico, dono e herdeiro de um império que colocava seu pais entre os cinco maiores produtores de ouro de todos os tempos. Apesar de não haver fotos da família ou dele mesmo, não era difícil de associar a única família que existia esse sobrenome, eram os únicos de toda a Romênia.

Ainda estupefata por descobrir que meu namorado era um cara que nadava em cima da grana, agora dava para perceber de aonde vinha sua refinaria e seu cavalheirismo, pelo simples fato de ele ter nascido em berço de ouro. E ele era discreto o suficiente em demostrar suas riquezas, pois era sempre evasivo quando se comenta sobre seu trabalho e sua vida na Romênia.

Um pouco mais abaixo do link que eu havia clicado havia outro que em chamou atenção, estava em inglês, mas soube distinguir o nome associado no título dizendo; Conde Uchiha. Abri o Google tradutor e copiei aquela matéria e traduzi. Falava de um conde cruel que morava em seu castelo na Transilvânia e que mandou massacrar uma vila inteira por ter se recusado a trabalho escravo a sua mercê nos meados do século XV, era um dos homens de confiança do tirano Vlad Țepeș. O restante da matéria era como o conde Uchiha executava suas vítimas sem um pingo de piedade e arrancava suas cabeças e pendurava numa estaca de ferro pontiaguda, depois de retirar todo o sangue de seus corpos, assim como seu soberano.

The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora