Quinze

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Eu olhava para tudo aquilo, incrédula, chocada para dizer a verdade, tentando procurar uma lógica para tudo aquilo. Eram B , O-, das bolsas que estavam viradas com as etiquetas para cima, indicando o grupo sanguíneo. Aquilo era um assalto a um banco de sangue? Por que era muito estranho alguém manter um refrigerador lotado de bolsas de sangue assim, e a única lógica que me via a mente eram informações que eu havia visto em filmes e seriados.

Sorri nervosamente, balançando a cabeça para os lados.

- Isso é loucura – murmurei comigo mesma, fechando o refrigerador e percebendo só agora que minhas mãos tremiam.

Meu coração estava acelerado quando a resposta martelava em minha mente, e recusava-me a acreditar naquilo. Isso não era verdade, esse tipo de coisa não existe. É só uma lenda que foi originada por um romancista Irlandês. É só uma ficção.

Resolvi não brincar com a sorte e acabar sendo pega no flagra e logo saí daquele cômodo, fechando a porta atrás de mim. Desisti de procurar algo que pudesse abrir a porta do quarto, iria dormir no chão mesmo e amanhã cedo entraria pela minha janela. Só o fato de dormir naquele corredor frio e escuro já me causava um desconforto no estômago, principalmente quando as imagens do refrigerador não saíam da minha cabeça.

- O que faz ainda acordada no corredor?

Soltei um grito de susto quando escutei uma voz atrás de mim. Virei meu corpo dando de cara com a última pessoa que eu queria ver naquela noite. Meu coração parecia que sairia a qualquer momento pela minha boca, e eu tinha quase certeza de que podia escutá-lo bater dentro de mim. Meu corpo todo tremia e os olhos do senhor Uchiha avaliando-me naquele corredor escuro não ajudava em nada.

- Se-senhor Uchiha. – Minha voz saiu entrecortada, não conseguia controlar o nervosismo que sentia naquele momento, e eu sabia que metade daquele nervosismo não era por conta do que havia visto a alguns segundos atrás e sim pelo que aconteceu com a gente a algum tempo antes.

- Desculpe por assustá-la – seu tom era cortes. – Mas o que faz pela casa ainda?

- Eu... – estava ofegante, tentava controlar minha respiração. – Eu...

- Está nervosa. Aconteceu alguma coisa?

- Não! – Minha voz saiu um pouco mais alto que o normal, e odiei-me por isso. Estava levantando suspeitas, pois via com a pouca iluminação seu cenho franzir. – Quer dizer... não aconteceu nada. – Umedeci os lábios, dando um passo para trás. – Eu não estava tentando fugir caso o senhor esteja pensando isso.

Ele ergueu as sobrancelhas enquanto me fitava com aqueles olhos negros como um mar de trevas.

- Eu não estava pensando isso, miere, mas você acabou de me dar o questionamento da dúvida.

- Eu não estava tentando fugir, juro.

Droga, eu tinha que me controlar, mas estava difícil com ele por perto. Estava nervosa o suficiente para formular alguma coisa coerente na minha cabeça, principalmente quando meu corpo se arrepiava toda vez que o som de sua voz cantava em meus ouvidos. Meu corpo idiota reagia a cada movimento que ele fazia, mesmo que meu interior gritasse para ficar longe dele.

- E então?

- A minha porta do quarto está trancada do lado de dentro... eu fui a cozinha encontrar algo que possa abrir.

- Por que não me chamou?

- Não quero incomodá-lo.

Principalmente quando nos agarramos a algum tempo atrás e ainda mais depois que descobri seu segredinho nada conveniente para uma pessoa normal.

The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora