Vinte

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Era domingo à noite, e eu estava no meu quarto em frente ao espelho enquanto arrumava meu cabelo, estava indecisa se o deixava preso ou solto. Virei meu rosto para ver o ângulo enquanto segurava o cabelo para cima e o modelo de meu vestido combinava com ele preso. Podia sentir uma certa ansiedade me dominando conforme os minutos passavam, era hoje que iria jantar com o Sasuke, o cara que conheci do bar.

Ino adentrou o meu quarto com um pote redondo de sorvete, levando uma colher recheada na boca. Ergueu as sobrancelhas quando me viu arrumada, havia pouco tempo que ela tinha chegado da casa do namorado e não sabia das novidades, ainda.

- Aonde você vai toda arrumada assim?

Virei meu copo para sua frente e a fitei.

- Vou sair com o cara do bar.

- Mentira? - Ela ergueu as sobrancelhas, surpresa. - Como assim? Explica isso, pois eu não entendi muito bem, tipo, ele não havia sumido, sei lá, meses?

- Você pode me ajudar com o cabelo? – Pedi, soltando minhas mãos deles.

- Claro.

Ela se aproximou mais, deixando o pote de sorvete em cima da minha cômoda e começou o processo de modelar meu cabelo. Ino era muito ágil nisso.

- Sim, ele havia sumido – comecei, fitando a minha imagem e de Ino através do espelho. – Eu o encontrei ontem no bar.

- Sério? E por que ele sumiu?

- Ele disse que estava fora da cidade.

- Ah.

- Nós conversamos um pouco, não deu para dar muita atenção por que estava atendendo os clientes, mas ele foi gentil o tempo todo e no final me chamou para jantar e eu aceitei.

- Hm - vi um sorriso se formar em sua boca, através do espelho. – E o jeito que está arrumada e maquiada já diz tudo.

- O que quer dizer com isso?

- Está gostando dele. – Ela concluiu e um calorzinho aqueceu meu coração. – E nem inventa de negar, pois eu percebi a decepção que você ficou esses meses que ele sumiu, e vendo o brilho em seu olhar agora já diz tudo. Confessa que está gostando dele!?

Suspirei.

- Ah, Ino... eu não sei direito como definir o que sinto por ele, mal o conheço, acho que atração é o que define agora.

Eu havia sido sincera em minhas palavras, Sasuke era um cara bonito, galante e gentil. Eu não estava apaixonada por ele, e sim atraída por seu jeito educado e peculiar. Acho que era isso.

- De atração para paixão é um pulo, e isso é bom, o cara é gato demais – ela disse. – E você merece um cara legal que goste e valorize você e que seja cavalheiro.

- Ele é muito cavalheiro.

- E não é bom? – Ela me fitou rapidamente pelo espelho. – É raro ver um homem que corteje primeiro ao invés de sair passando a mão em lugares impróprios. Mas concluindo, qualquer homem seria melhor do que o idiota do Sasori.

- Não tem nem comparação um com o outro.

- E por falar no diabo, encontrei o crápula ontem. Acredita que ele teve a audácia de perguntar sobre você?

- Nem quero saber, minha cota de Sasori já deu na minha vida.

- Ainda mais com o gostosão do bar. – Ela sorriu maliciosa.

- O nome dele é Sasuke.

- Belo nome. – E soltou meu cabelo, dando um passo para trás. - Pronto, o que acha?

The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora