Cap.3 | Um ouvinte inusitado

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— Yamaguchi, você finalmente veio! — Hinata vibrou com sua voz estridente.

— É bom te ver, Yamaguchi! — Hitoka sorriu para o garoto.

— E aí?! — Kageyama cumprimentou de maneira informal, levantando sua mão brevemente para auxiliar em sua saudação.

— Estou feliz de estar aqui novamente! — Yamaguchi disse, se ajoelhando na almofada e tirando algumas cervejas das sacolas que trouxera consigo. — Eu comprei algumas cervejas sem álcool!

— Oh, obrigado! Yachi-san e eu agradecemos! — Kageyama falou ao pegar uma das latinhas.

— Sim, eu pedi para o Tsukishima comprar, mas ele esqueceu!! — Hinata disse, em seguida, me olhou para me julgar. — O que há com essa cara? Por que você está em choque, Tsukishima?

O que estava acontecendo aqui? Por que todos estão agindo normalmente? Por acaso, não estão conseguindo ver a figura que está diante de seus olhos? Oh, sim... É claro, eles já sabiam. O fato de manterem contato pode explicar o porquê de não estarem surpresos. Porém...

Por que...? — Questionei num rígido sussurro, enquanto mantinha-me cabisbaixo.

— O que disse? Não conseguimos ouvir. — Hitoka indagou.

POR QUE ESTÃO FAZENDO ISSO?! — Levantei meu tronco, batendo as duas mãos na mesa com uma brusquidão da qual não consegui controlar. — POR QUE ESTÃO AGINDO COMO SE YAMAGUCHI NÃO ESTIVESSE PARECENDO UM DELINQUENTE?!!

Um silêncio constrangedor pairou sobre o ambiente. Ninguém conseguia me dar uma resposta, me olhavam confusos como se eu fosse a única pessoa que havia perdido sua lucidez.

— Acho que... não foi uma boa ideia ter vindo. — Yamaguchi falou, escondendo sua melancolia por trás de um sorriso tranquilizador, em seguida, se levantou. — Nos vemos uma outra hora, eu já estou de saída.

— Ei, calma aí! Não há necessidade de ir! Espere, Yamagu-...-chi... — O barulho da porta de entrada interrompe a fala de Hinata.

— Acho que também vou embora. Foi bom ver vocês... — A loira se levantou e apanhou sua bolsa.

— Acompanharei Yachi-san até a estação. — Kageyama também se pôs de pé.

E, sem mais pronunciamentos, ambos apenas cuvaram-se numa reverência para se despedirem e saíram da casa.

Tsc! — Meus lábios estalaram, virei o rosto e franzi o cenho assim que meu olhar se cruzou com o do ruivo alí.

Hinata soltou um longo suspiro, andou até a mesa, se ajoelhou em um dos travesseiros, apanhou a lata de cerveja, despejou o conteúdo em um copo e deu um longo gole antes de iniciar suas indagações.

— Então, Tsukishima-kun... — Pronunciou solenemente ao abandonar o objeto de vidro em cima da superfície de madeira a sua frente. — Por que estragou tudo?

Isso lá é jeito de iniciar um diálogo?! — Pronunciei com indignação ao olhar para ele.

— Só quero entender o que aconteceu.

EU quero entender o que aconteceu! — Falei, dando uma ênfase exagerada na palavra "eu". — Por que ele está vestido desse jeito? Agindo de forma estranha? E como ninguém mais está surpreso com isso?!

— A resposta é simples. — Ele fez uma pausa para terminar de beber sua cerveja, em seguida olhou diretamente em meus olhos, emanando uma seriedade que nunca pensei sentir de sua parte. — Você foi o único que afastou ele.

Urusai|うるさい • [Tsukiyama]Onde histórias criam vida. Descubra agora