Andávamos lado a lado em um massivo silêncio constrangedor. Eu pensava em quais palavras eu deveria usar com essa pessoa estranha da qual eu mal conhecia, mas tinha muitas coisas para perguntar.
— E então... — Iniciou ele. — Por que você não começou a falar ainda?
— Ah, bem... É um assunto delicado e não quero parecer estranho para alguém que conheci há poucos minutos.
— Não se preocupe com isso! Sinta-se à vontade para falar comigo sobre o que quiser!
— Ah, okay... — Virei meu rosto para frente, tentando desviar meu olhar de sua áurea animada e irritante. — O que o anão bronzeado falou sobre você ser bissexual, todos ao seu redor sabem disso?
— Sim, eu nunca fiz questão de esconder isso de ninguém.
— Você não sofreu muito preconceito por ser assim?
— Ah, é claro que sofri. Há pessoas que me tratam mal, que me olham estranho ou que sentem nojo de mim.
— Essas coisas são horríveis! Por que diz isso enquanto sorri?
— Porquê também há pessoas que me aceitam e me apoiam do jeito que sou! E quando se tem o apoio das pessoas que ama, o resto fica muito mais fácil de suportar. Existe o preconceito no mundo e, infelizmente, não posso fazer muita coisa para mudar isso. Além disso, eu sou um adulto, com sua própria casa e profissão. Minha vida só pertence a mim e ninguém tem o direito de interferir!
— Nossa... — Pronunciei após ouvir seu discurso que, com toda certeza, havia causado algum efeito sobre mim. — Eu achava que você era apenas um idiota lerdo, mas isso foi muito enternecedor.
— Obrigado!! — Falou ao sorrir para mim. — ...Espere aí, você me chamou de "idiota lerdo"?!
— Os seus pais reagiram bem, então? — Voltei a questionar, ignorando completamente sua indagação.
— Oh, não! Eu... não tenho pais. — Respondeu ele de um jeito estranho, mas logo voltou a falar normalmente: — Eu estava falando de meus amigos! Eles são muitos, pois sou uma pessoa sociável, mas eu amo muito cada um deles!
— Ah, okay. — Tentei finalizar o diálogo, visto que estávamos chegando ao lugar do ginásio onde nossos times estavam reunidos. — Bem, creio que nos separamos aqui. Obrigado pela conversa.
— Não há de quê! — Respondeu, curvando-se para frente educadamente. — Boa sorte no jogo, Tsukishima Kei!
— Pra você também, Akihiko Yuri.
✘
Sendai Frogs acabou sendo o time vencedor da minha chave, avançando para a semifinal. E, como o prometido, Yama estava na arquibancada torcendo e gritando muito, assim como Kousuke.
Quando os jogos acabaram, tive que voltar diretamente para o hotel junto dos outros integrantes de meu time. Tomei um banho, jantei na cafeteria e me apressei para sair, indo em direção ao hotel onde meu namorado estava hospedado. Assim que cheguei ao meu destino, bati na porta, ansioso para ver Yama, entretanto, não fui recebido por ele.
— Xiao Kei! Tadashi avisou que você viria! — Disse ao dar um passo para o lado para que eu pudesse entrar.
— Onde está Yama? — Perguntei enquanto eu retirava meus calçados.
— Ele ainda está jantando com Yamazaki e Kou-chan, mas eles já estão voltando. Venha, sente-se comigo no sofá! Vou te contar sobre a feira de tatuagem! — Agarrou meu braço novamente e me puxou para a sala de estar, fazendo-me sentar no móvel. — Aqui, beba! Cerveja geladinha pra você.
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Urusai|うるさい • [Tsukiyama]
FanfictionApós a formatura do ensino médio, Tsukishima Kei vê seu melhor amigo indo embora de Miyagi para ingressar em uma faculdade em Tokyo. Os anos passavam, mas Yamaguchi Tadashi não retornava assim como o prometido. E, quando Tsukki já havia perdido as e...