Cap.9 | Decisões precipitadas podem ter consequências permanentes

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Yamaguchi se põe a caminhar em minha direção com toda a tranquilidade do mundo, me deixando cada vez mais impaciente. Ele para na minha frente, me olhando com superioridade, mostrando o quanto estava se divertindo com essa situação.

— Você prefere que a tatuagem seja em seu tronco, então? — Ele questiona e eu me contento apenas em assentir com a cabeça. — Torso ou dorso?

Tanto faz.

Sua mão pousa solenemente em meu peito, me empurrando com gentileza, fazendo-me deitar na cama de barriga para cima. Mas tive que agarrar seu pulso bruscamente quando ele passou a abrir os botões de minha camisa.

O que você está fazendo?! — Questionei.

— Você precisa tirar isto para que eu possa fazer o meu trabalho, Kei.

Em outro movimento abrupto, afastei suas mãos de mim, segurei na barra da minha camisa e puxei a mesma para cima, retirando-a de uma só vez.

Os olhos de Yamaguchi passaram a explorar toda a superfície de meu corpo, me deixando completamente desconfortável com a situação embaraçosa.

— E então? Onde você quer que eu faça? — O garoto diz ao pousar a ponta de seu dedo em meu pescoço, descendo com o mesmo pelo meu tronco. — Na clavícula? No peito? Costela? Cintura?...

Sou obrigado a agarrar seu pulso novamente quando ele segura a fivela de meu cinto.

Yamaguchi. — Pronunciei seu nome, atraindo sua atenção para o meu rosto. — Não vá longe demais.

— Eu sei o que estou fazendo.

Você sempre assedia seus clientes desta forma?

— É claro que não! — Ele ri brevemente diante minha fala absurda, em seguida, se apoiou na cama e se inclinou sobre mim, aproximando nossas faces. — Estou dando este tratamento especial somente para você, Kei. Então seja um bom menino e confie um pouco em mim.

Após sua réplica, hesitei um pouco antes de soltá-lo. Observei atentamente Yamaguchi se afastar e desafivelar meu cinto, afrouxando um pouco a calça em meu quadril, por conseguinte, abaixou um pouco o tecido do lado direito de meu corpo, juntamente da minha cueca.

— Irei fazer a tatuagem aqui. — Ele diz, colocando o dedo perto da curva dos ossos do meu quadril, em minha barriga. — Eu vou pegar o decalque.

Se você tatuar algo impróprio eu juro que acabo com você!

— Eu levo o meu trabalho á sério, fique tranquilo. Há um desenho que fiz há alguns dias e quero adicioná-lo em meu portifólio. Você será o meu modelo.

Me mantive em silêncio, apenas observando suas ações. Ele tentou amarrar todo o seu cabelo, porém haviam alí alguns fios rebeldes que eram curtos demais para serem presos pelo elástico.

Por fim, ele apanhou uma máscara preta e olhou para mim intensamente antes de colocar a mesma sobre seu nariz e boca. Estremeci levemente com seu olhar e não pude impedir que as palavras de Koganegawa e Kyoutani voltassem brevemente em minha mente.

Yamaguchi caminhou até mim com um frasco e um pano, despejou o conteúdo do objeto em minha pele, em seguida, usou o pano para limpar a área onde a tatuagem seria feita. Apanhou uma lâmina para depilar qualquer resquício de pelo naquela parte de minha barriga, mesmo que não houvesse praticamente nada para ser depilado ali.

Por conseguinte, após higienizar minha pele mais uma vez, ele pegou o papel com o decalque escolhido por ele: um desenho, de aproximadamente 10 centímetros, de um dragão japonês esgueirando-se em um lírio-aranha.

Urusai|うるさい • [Tsukiyama]Onde histórias criam vida. Descubra agora