Eu ainda não sabia como reagir a Yamaguchi naquele momento. Não queria que entrássemos em novas discussões. Mas o que ele pretende ao vir me procurar no meio de meu expediente...?
— Como soube que eu trabalhava aqui? Hinata te contou?
— Não, ele não teve nada a ver com isso. — Yamaguchi deu um pequeno riso nasal e voltou a observar a exposição. — Foi apenas um palpite meu.
Eu fico ainda mais confuso com a expressão tranquila em seu rosto, diferente do semblante impávido e sem vida que ele tinha quando falava comigo anteriormente. Pela primeira vez, Yamaguchi não parecia estar sendo sarcástico ou irônico. Eu me sinto um pouco incomodado, pois não sei exatamente o que isso significa...
— Você veio até aqui para me provocar? — Questionei seriamente.
— Você sabe que o mundo não gira ao seu redor, não é, Kei? — Ele diz em um tom sereno, em seguida, volta a olhar para mim. — Eu vim com alguém. Ele foi ao banheiro, mas já deve estar voltando.
Pressiono os lábios e adoto, de imediato, uma expressão mais tensa em meu rosto, ficando cada vez mais incomodado ao saber que ele veio acompanhado. Comecei a questionar mentalmente quem seria essa pessoa.
— Você tem que ir, Yamaguchi. Agora é o horário de maior movimento aqui no museu. Você está deixando os outros visitantes desconfortáveis com suas tatuagens e piercings. Eles acham que você é perigoso. — Usei tal fato como uma justificativa para pedir que ele se retirasse.
— Isso não é motivo para me expulsar! Você vai chamar os seguranças?
— Yamaguchi, eu só quero que você vá embora! Eu cansei de discutir com você e quero realmente evitar isso.
— Está dizendo para eu ir embora porquê quer evitar uma possível discussão ou porquê está com ciúmes da pessoa que eu trouxe comigo? — Ele questionou.
Sobressaltei com sua pergunta, já que eu não esperava que ele fosse ser tão direto desta forma. Eu fecho a cara, não conseguindo controlar minha irritação, coloco minha mão em seu ombro e iniciei com seriedade:
— Yamaguchi, por favor, faça o que eu digo. Nós podemos conversar dep-
— PAPAI!! — A voz infantil soou pelo setor, fazendo todos dirigirem seus olhares para a criança de cabelos pretos e olhos acinzentados, que corre até Yamaguchi e abraça a cintura alheia. — Papai, quem é esse homem mau?
Não. Eu só posso ter escutado errado... Por que isso agora? Por que a situação fica cada vez pior...?!!
— Ele d-disse... Essa criança... Ele... Ele é... — Tentei formular qualquer frase coerente, porém acabei falhando miseravelmente.
Yamaguchi dividiu seu olhar momentaneamente entre a criança e eu, em seguida, soltou um pequeno riso e pegou a criança em seu colo.
— Ele não é um homem mau... Pelo menos, não tão mau assim. — Yamaguchi falou para o garotinho. — Cumprimente-o.
— Hm... — O pequeno torceu o nariz ao me olhar da cabeça os pés. — Olá, velhote gigante!
— Q-Quem é esta criança...? — Questionei com a voz trêmula. — Qual é a sua relação com ele?
Yamaguchi mordeu os lábios, tentando conter seu sorriso, já que ele estava claramente se divertindo com a situação.
— Você não ouviu o jeito que ele me chamou? Este é Kousuke, ele tem 7 anos... e é o meu filho. — Ele explicou enquanto a criança o abraçava ainda mais.
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Urusai|うるさい • [Tsukiyama]
FanfictionApós a formatura do ensino médio, Tsukishima Kei vê seu melhor amigo indo embora de Miyagi para ingressar em uma faculdade em Tokyo. Os anos passavam, mas Yamaguchi Tadashi não retornava assim como o prometido. E, quando Tsukki já havia perdido as e...