Na tela de um astro hesitante, o esclarecer de um elo.

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Agora eu vejo que, não me reconheço mais em meu ser, antes achava que tinha tudo sob meu controle.
Às vezes você acha que nada mais no mundo pode te derrubar e que você tá preparado pra tudo que bater em sua porta, não importa a dificuldade, ou o problema. Só que você não percebe que de repente algo totalmente diferente pode bater à porta, amor.
E isso pode atrapalhar tudo, pois você não espera tal afeto , conexão, apenas tem pânico.
Assim como as estrelas caem como se não se importassem com as consequências, eu também não estou mais em sanidade pra esperar.
Eu vejo, eu sei o que sinto, e isso já é um enorme passo.

Então…
Como é que eu falo de uma forma que ela acredite nisso?

Eu fico ali naquela mesa, cabeça baixa, os braços escondendo meu rosto que estava colado à mesa enquanto eu deixava minhas lágrimas escorrerem e um choro silencioso. Tentei esconder isso de tudo mas quando eu levanto meu olhar vejo um Luzidio com um arco meio com um sol, calças vermelhas bufantes, cabelo com um topete branco.Limpo meu rosto pra esconder os vestígio do que aconteceu.
— Você tá bem? O que aconteceu?
Eu tento respirar pra falar algo.
— Eu estou bem, não aconteceu nada.

O Luzidio não pareceu se convencer. Observo em volta e tem uma lusíada de cabelos longos com uma espiral na testa descoberta e um vestido meio marrom avermelhado, desbotado.
—Mas um homem bonito desse chorando numa mesa isolado. Vai me falar, o que te aflige tanto assim? Eu estava empolgado para fazer as suas novas roupas, mas nada se esconde de mim ok?  Então me fala, foi rejeitado por quem ama? Quem quebrou seu coraçãozinho.

Eu escuto aquilo e fico com um cringe ao mesmo tempo que tava mal, eu sinto o olhar e eu fico por um tempo calado, eu olho pro Luzidio, eu não conseguia pensar muito, só era um tanto desconfortável.
—Obrigado pela preocupação, não foi nada, eu te juro. Quem é você?

Vejo a pose do Luzidio mudando.
— Eu sou o Tecelão oras! Quem faria suas roupas?!
Eu contraio o meu rosto mas eu só fico ainda com o acontecimento passado na cabeça, algo na minha cabeça, penso e me preocupo com a situação anterior, mas o meu corpo não suportava mais, eu sentia o corpo inteiro formigar de vontade, minha cabeça pesada, quero pedir desculpas pra ela.
— Ah verdade, engano meu — Eu vejo aquela lusíada estranha sair— Então poderia me dizer como você faz suas criações, em geral como são os Tecelões, eu sou interessado em arte sabe. Inclusive quais outros serviços? Eu não conheci essa cidade bem, já que você se preocupou comigo queria conhecer — Falo na falsidade tudo aquilo. Seria bom se esse Tecelão abra o bico.

Eu não estava bem, e penso em conversar com o Cesinha, meu parceiro de quebra de portas, quem sabe ele me ajude. Já que também ele tá numa situação um tanto complicada.
O Tecelão me mede e fala todo aquele monólogo de Santo Berço e comenta as melhores pessoas para se falar, mas em geral ele fala com todo mundo.
— Você sabe quem faz os retratos daqui? Já que parece que não tem uma máquina fotográfica.
— A Artista, ela é chamada pelos Hoteleiros em geral, todos nós temos uns quadros dela, são bem bonitos e inspiradores, retratos são só mais para os ignaros geralmente. É uma febre.
Eu dou um sorriso meio desconfortável, " Super quero um retrato agora", mas ela deve ser a que tem mais informação sobre o tempo entre um retrato e outro e essas coisas.
Logo percebo que os Luzidios ficaram agitados e percebo que todo mundo chegou na Taverna, o que foi um alívio, precisava falar com o Cesar, vejo de relance e Liz e vejo que ela também chorou bastante, aquilo me deu um aperto no coração.
Uma mulher tão forte desmanchada assim por minha causa. É bem egoísta de minha parte a querer comigo quando ela quer me esquecer, mas eu não tive a minha chance de falar! Aquela rejeição não é o que sinto verdadeiramente.
Eu a amo, mas ver ela assim por causa de mim me faz ficar muito mal, em realidade eu já me sinto meio louco, é como se estivesse definhando, e isso parece uma doença.
Eu me culpo muito pelo estado dela, por ela estar a chorar todo minuto, por ter quebrado o coração dela quando eu na verdade gosto dela.
Eu não consigo parar de me culpar, o como eu consegui destruir tudo que tinha de importante.
A minha atual paixão que não sei muito ao certo.
É um sentimento diferente, me sentiria mal de esconder isso.
Após terminar de me medir, eu logo fui ao encontro deles e vi pelo olhar dos outros que algo aconteceu.
Estava confuso, será que eles viram algo da Liz?

O segredo entre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora