Sobrevivente da vida

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A gente luta contra monstros
Monstros que são vítimas
Vítimas de exoterroristas
Eles vão bater e eu vou revidar

Eu não me arrependo de ter entrado
Meu dia a dia foi planejado
Mas o que me mantem vivo é a sorte
Eu sou um sobrevivente
Minha equipe e idéia que me importam.

Eu senti meus olhos abrirem com dificuldade, tinha a vaga lembrança de estar falando com o Christopher, não consigo me lembrar ao certo qual o tópico mas eu tentei o compreender.
Varias imagens bateram a minha cabeça, mas eu não conseguia relacionar as imagens.
— Christopher? O que você falou?
Eu perguntei tentando abrir meus olhos, em meio ao esforço consegui escutar a voz de Joe.
— Thiago-senpai? Você ta bem?
Abri meus olhos e pude ver  claramente que apenas o Joe e  aquele menino do Brulio, o Arthur, estavam ali, pelo o que pude observar estamos na entrada da floresta perto do estacionamento.
— Christopher, onde está o Cristopher? Eu jurei que pude escutar ele.
Ao olhar para a cara do Joe consegui analisar que ele estava em conflito, algo dentro dele estava meio abalado,mas quando eu olhava para a cara do Arthur eu conseguia ver que ele estava em dor e muito assustador, como  se tivesse visto uma das piores coisas da vida dele.
O que deve ter sido, afinal, porque envolveram ele?
O que ta acontecendo ? Porque eu to aqui?
— O Chistopher sensei ficou pra trás, aqui é seguro precisamos ficar aqui!
O Joe me deu uns tapinhas e tentava me manter deitado.Ele parecia segurar o choro.
Algo deve ter acontecido !
— Ele ficou lá pra trás? Vamos buscar ele então!
Eu tento me levantar mas minha cabeça gira por causa do movimento rápido, meu corpo esta fraco, devo ter  sido desacordado, droga eu não queria ter que preocupar a todos mais uma vez, principalmente a Liz.
Eu sinto que eu iria cair mas consegui resistir. Passo a passo eu volto para procurar o Christopher.
Joe consegue me parar e me segurar, mas eu acabei vendo tudo.
Um grande incêndio na floresta, muita gosma preta para todo lado e uma aranha gigantesca caída no chão. A Liz esta viva, o Cesar está vivo, mas onde é que está o Cristopher?
Eu luto um pouco para me soltar de Joe e ando um pouco na direção da Liz. Ela estava segurando o ombro do Cesar, e foi assim então que me deu um clique na cabeça e entendi o que havia acontecido.
Eu vi que tinha um corpo em meio as chamas, apesar de se parecer com o Christopher eu quis negar, lentamente  me cai em si e as lágrimas correram em meu rosto.
Ele provavelmente  havia me salvado enquanto eu tava desacordado e acabou morto.
Será que eu sou amaldiçoado? Porquê?
Por que pessoas assim se sacrificam por mim?
Bom agora não é hora de me deprimir, eu só tenho a agradecer e eu irei cuidar do Cesar como agradecimento. É o mínimo que eu te devo por ter cuidado de mim Tio Chris. Eu não quero chorar, é difícil.
Uma chuva começa, vejo que o Cesar começa a chorar compulsivamente, grita  e bate no chão.
Escuto uma conversa ao fundo, acho que era o Brulio com aquele menino, o Arthur.
Escuto o Brulio gritar indignado.
Fico parado escutando a Liz falar que precisaríamos dar tempo ao Cesar. Pela cara dela ela também sentiu o impacto. Ele perdeu o pai.
Ela trocou um olhar solidário comigo por poucos segundos e no final voltou a consolar o menino.
Fiquei em estado catatônico, meu olhar baixo, a mão ao rosto.
Brulio, descute a veracidade dos animais que foram mencionados.
O que sera que eu posso fazer pelo Cesar ?
Senti minha sanidade diminuir,  não muito, mas dolorido.
Tento percorrer minha memória, mas parece que me ocorreu uma lavagem cerebral. Os flashs não fazem sentido nenhum!
Tenho a impressão de que o Christopher falou comigo. E era algo importante.
Eu me perdi um pouco no espaço tempo, é como se eu revivesse todas as perdas que tive.
Vejo o Joe dar uma pá para Cesar e ele estava a cavar um buraco pro Chris. A cada vez que a pá batia no chão parece ele se sentia pior, a chuva nas costas me preocupou, eu devo ao menos tirar ele da chuva, ficar doente não é bom.
Nada funciona como deveria ser.
Me levanto e vou no bar, queria um guarda-chuva mas ao entrar o Brulio estava com umas 3 capas de chuva, duas eram grandes.
Tenho uma breve conversa com Brulio, eu não tenho uma idéia da magnitude da situação, bem eu acordei agora de pouco, então eu volto, entrego uma capa de chuva para Joe e duas para Cesar, ele me responde com um pequeno obrigado.
O abraço e depois o deixo terminar o buraco.
Mordo meus lábios ao ver o Cesar carregar  o próprio pai para o buraco, ia o ajudar mas ele conseguiu o levantar. Por um momento eu vi o Chris nele e eu chorei um pouco mais.
O Cesar, tampa o corpo do pai aos pesares, cada vez que aquela pá toca a terra parece que dói, mas ele treme para tampar o rosto de Chris, seria aquele momento que o rosto dele iria embora. Joe chega e oferece ajuda, Cesar aceita, Joe pega junto da mão do Cesar, toma a pá, pega a terra e coloca a terra no buraco, em duas vezes ele tampa o rosto. Joe fica ajoelhado junto do Cesar.
A Liz havia feito uma cruz e a botou meio torta para direita.
Sinceramente Liz você é a melhor pessoa que eu tive prazer de conhecer. Espero que consigamos sobreviver essa juntos. Você é alguém que eu me orgulho de ter feito parte da vida, assim como eles.
Eu diante de tanta tristeza, pego meu relógio de bolso e resolvo colocar na cruz, aquilo seria um adeus, a Liz colocou uma foto sua mãe e o Cesar colocou uma foto de sua mãe também junto da Cruz.
Ficamos ali por um tempo diante da chuva para darmos força ao menino.
Eu prometo Christopher, eu prometo que irei cuidar do seu filho, assim como você cuidou de mim.
Passei a mão pela minha cara me reergui e esperei o povo. Depois de um tempo,todos menos o Cesar e a Liz, voltaram ao bar.
Aquilo deve ter afetado a Liz. Eu devo fazer algo quanto a isso. Provavelmente ela vai ficar mal.
Vejo a Liz entrar no bar, se sentar e começar a beber.
" Liz".
Ela virou uma garrafa de Whisky de uma vez.
Essa mulher é insana ! 
Eu dei uma risada dentro de mim mesmo, ja previ que eu teria que tratar de manter ela segura.
Vejo ela ja bêbada influênciando o Joe a beber. Ela estava vermelha e o Joe estava virando garrafas também com ela.
Isso é o exemplo que você quer passar para os nossos alunos ?
Ja vi ela virando aquela idiota bêbada antes.
Reviro meus olhos. Eu sai um pouco para fora e  vejo que o Cesar precisa ir embora. Ele estava andando no estacionamento. Resolvo chamar por ele:
— César! Não quer uma carona? Ta chovendo, não vai ser bom você pegar um resfriado!
—Não precisa Thiago, preciso de um tempo para pensar e esfriar a cabeça. Este é o melhor momento da noite para isso não acha? - ri ironicamente - te vejo no hotel.
— Espera um minuto!
Eu retiro o meu moletom e entrego para ele.
— Leva isso, chegando lá toma um banho quente e tira as roupas molhadas. Pode me devolver depois, não se preocupa, eu vou ter que vir de carro depois.
Eu o olhei nos olhos mas eu não consegui decifrar totalmente o que lhe passava. Ao menos quero que ele fique bem.
Eu me encostei na parede do bar e puxei meu cigarro, essa situação pedia por um cigarro.
Eu guardo de volta o cigarro em minha mão.
Aquilo não diminuiria a dor.
Fiquei ali o olhando o estacionamento, a noite ja havia caído a muito tempo, eu nem percebi.
O vento da noite estava gelado, eu estou um pouco preocupado com o Cesar, acho que eu vou atrás…
Escuto a gritaria vinda de dentro do Bar,  eu tento escutar o que era e parecia que o Brulio estava bravo.
Eu entrei de supetão e analisei a situação.
Liz e o Joe estavam evitando falar sobre o assunto, Arthur estava tentando acalmar o pai que estava muito bravo.
Chego ali perto de toda a situação e comecei a tentar desfazer a confusão.
— A GENTE PERDEU ALGUEM IMPORTANTE HOJE TAMBÉM— O Brulio falou com um pesar no coração.
Eu fiquei meio confuso com tudo e me perdi na emoção.
No final acabamos por ser expulsos do Bar.
Eu fiquei em choque pelo acontecimento e nem consegui mediar a discussão.
Após isso eu coloquei o Joe apoiado em mim e os acompanhei para o carro.
Os coloquei no banco de trás e liguei o carro.
Fui bem devagar para que não ouvesse problema.
Joe ficava falando:
" Thiago Sensei eu quero falar algo".
A Liz ficava botando a mão na boca dele.
—Joe meu querido, fala não.
Durante o trajeto eu comecei uma conversa já que o Joe realmente parecia querer conversar:
—  Pode falar Joe.
Ele arrancou a mão da Liz e disse:
— Onde ta o Cesar-kun? Eu queria consolar ele.
— Ele ja voltou pro hotel, vocês podem conversar la.
— E que eu queria, queria, queria muito dormir com ele abraçado, assim ele vai poder chorar. A gente poderia fazer exercício de meditação.
Eu fiquei um pouco chocado com a informação, esse menino só bebeu?! A vamo lá, ele não desse tipo de pessoa. Acho eu tenho mente poluída, o Joe só quer ajudar.
— Joe… O Cesar ta de luto, não parece querer conversar, seria melhor você o deixar mais na dele. Acho que ele não vai gostar se você fizesse isso.
— O que eu posso fazer então ? Eu quero ajudar ele.
Ele falou fazendo até bico. Mesmo ele querendo eu acho que o Cesar quer paz hoje. Foi até sozinho.
— DA um beIjo nEle então!
A Liz soltou das profundezas do universo.
— LIZ!
— O Menini quer beijar ué!
Ela tava bem largadona falando aquilo. Isso vai dar uma treta.
— Eu então vou beijar ele!
Percebo que estou ja estou na frente do hotel, estaciono e desligo o carro.
Dou uma respirada bem pesada.
— NINGUÉM daqui vai beijar ninguém a não ser que a pessoa queira. E O CÉSAR, só precisa de um tempo. Vocês não conhecem ele, ele é um COLEGA de trabalho e é proíbido inteirações durante  o trabalho. A gente veio aqui com um  propósito.
Eu soltei toda a minha raiva. Vi que o Joe ficou um pouco assustado com o tom que eu usei.
— Thiago-sensei…
— Me promete que não vai forçar nada no coitado.
Olhei para ele pelo retrovisor par analisar sua expressão.
Antes que ele me respondesse, ele abriu a porta e vomitou na rua. Ao menos não foi no carro.
Eu retiro o Joe que nem se mantem em pé e levo para dentro, a Liz sai e vem ao meu lado toda plena em andar de bêbada.
Tento resolver tudo certinho e descobri que o Cesar continua no mesmo quarto que antes, provávelmente ele queria companhia essa noite .
Comprei um quarto sozinho a liz sozinha também.
O atendente me alertou sobre as políticas do hotel e perguntou se eles estavam bem.
A Liz se zangou com o atendente e perguntou se tinha tinha bebida nos quartos.
Fico fazendo sinais para o atendente não piorar bebedeira.
— Thiago, me da a chave eu quero dormir no carro!
— Não, você não vai dormir no carro.
Ela se virou para mim furiosa.
— Você acha que eu te salvei de uma aranha pra você me fazer isso?!
Joe ficou cantarolando e o atendente perguntou:
— Tem certeza que não precisam ir para o médico?
— Não, é só bebedeira, eles beberam um pouco demais hoje. Pode deixar eu cuido disso, vou garantir que eles não façam mais isso ok?— Dei meu melhor sorriso amigável para convence-lo e assim o fiz.
— Alias quais são os quartos mesmo?
— São os quarto 32, 41 e o 23, mas então eu não tenho certeza se você pode ter essa informação.
— Bom de qualquer forma você ja passou.
— Oh não !
— Boa noite!
Acenei com meu melhor olhar para ele e vi que ele tremeu um pouco com meu comprotamento. Essa foi meio fraca. Vou ter que dosar um pouco daqui pra frente se não esse cara sera um problema.

Nas escadas a Liz falou que ficaria bem sozinha então falei que iria levar o Joe.
Subi as escadas com ele no ombro até chegar no quarto onde estavam os dois.
Bati na porta e Cesar. Após eu deixar o Joe no quarto.
Pensei em voltar para o quarto que eu estava, mas me lembrei que a Liz havia mandado ver na bebida hoje, provavelmente ela iria aprontar algo então voltei pro térreo e segui o caminho que vi ela seguir.
Não muito longe nas escadas eu vi que ela estava adormecida e o atendente estava tirando fotos dela dormindo.
Eu ja senti minha língua coçar no mesmo minuto.
Tirei uma foto silenciosa dele perto dela.
Cheguei perto dele e falei como quem quer nada:
— Então você além de dar informação proibida, você coleciona fotos de mulheres bêbadas?
Ele virou nervoso pra mim assustado com eu o surpreender.
— N-NÃO! — Ele negou nervosamente.
Poderia ver na sua cara que ele tava vendo meios legais de me processar por assédio moral então ja resolvi com minha lábia.
— Olha vou te propor uma troca— Tiro meu celular do casaco e mostro a foto que eu tirei dele fazendo a foto.
— Eu tenho uma foto aqui problemática, e você tem fotos problemáticas. Poderia te denúnciar por estar molestando um incapaz, mas vou te propor uma troca. Você me manda essas fotos  e eu apago a minha. Todo mundo apaga as fotos e saímos felizes ok?
—Senhor, ele está te incomodando ?— O segurança apareceu ao meu lado perguntando ao atendente e senti um pouco a aura dele.
Dei uma olhada pra ele mexendo no meu celular despretensiosamente e ele se calou.
— Só estava alertando a ele e a senhorita de que não aceitaremos tal conduta em nosso hotel. Uma próxima vez que vierem alterados para cá não poderam alugar os quartos.

Droga Liz! Vou ter que virar baba de vocês agora pra frente? Nossa eu vou te falar hein.
Amanhã a gente vai ter uma conversa séria.
— Entendo, não se preocupe, isso não ira se repetir.
O Segurança saiu e voltou ao seu posto, o atendente se desculpou comigo, falou que realmente não era ético aquilo que ele fez. Me passou as fotos e eu deletei em frente aos olhos dele a foto dele que eu havia tirado. Ele soltou até um alívio.
— Eu vou garantir que esse episódio não se repita,  não me encare mal, mas eu sou muito apegado a minha colega, ela é uma pessoa especial pra mim sabe?— Dei uma relaxada pra ver se fazia uma recuperação suave com o atendente.
— Eu entendo senhor,  ve se cuida dela como se fosse sua donzela, torço por vocês dois — Ele desceu as escadas com um mini sorriso em seu rosto.
É eu acho que a cartada do amor funcionou, esse povo de hoje em dia vê casal em todo lugar, ao menos isso funcionou ao favor da situação.
Eu abaxei e a cutuquei  o seu rosto para que ela acordasse.
— Se eu te cuidasse que nem donzela, você chutaria minha bolas.
Eu vi ela acordar aos poucos mas voltar a dormir.
Então esquentei minhas mãos e segurei seus dois ombros.
Isso daria uma cena super romântico cujo o cara daria um beijo. Bleh! Quem são esses roteristas que fazem coisas assim?

Chacoalho ela e grito pra ela acordar, a maneira suave e moderada para a Liz.
Ela acorda no susto. E fala:
— Thiago? O que aconteceu?
Saio de perto dela.
— Bom dia Cinderela! Vai dormir nas escadas até que hora ?
Ela mexe sua cabeça pra acordar um pouco, reclamando de torcicolo, se levanta e reclama das costas. Acompanho ela até seu quarto, durante esse trajeto começamos a puxar uns assuntos. Ela até recuperou um pouco de sanidade e contou que o Joe confessou que estava apaixonado pelo Cesar no bar.
— Você acha que isso vai se algum empecilho para a investigação?
Perguntei por preocupação, afinal nunca se sabe se teremos perdas.
— Bom, o Cesar nem sabe disso. Acho que o Joe planeja falar depois da missão, espero que não tenhamos mais perdas. Vou conversar isso com ele.

Ela falou e colocou a mão na cabeça. Ofereci um apoio e ela negou.
— É precisamos deixar ele a par de que nossa missão pode haver perdas. Amor é uma faca de dois gumes.
Eu continuei a andar ao seu lado.
— É a paixão é um empecilho ! Ainda mais que o Joe é bem sentimental. Se ele perder o Cesar, acho que cometeria suicídio em batalha — Ela concluiu.
— Agora parando pra pensar. Caso você me perdesse você iria beber ?— Toquei nesse tópico.
Ela parou por um tempo e ficou com lagrimas rente aos olhos
— Eu… não quero perder mais ninguém— Ela falou bem baixinho.
— Brincadeira! Acha que eu vou morrer facilmente ? Eu tenho você para me salvar, principalmente de aranhas.
Tentei quebrar o clima e funcionou. Ela limpou os olhos e fingiu que nossa conversa continuou sem dor.
— Não conte comigo pra sempre, nunca se sabe se eu vou estar desacordada.
— Eu vou te proteger então, assim você cuida de mim— Eu falei zoando com a cara dela.
A gente ja estava no corredor dela.
—Nossa que besta, OK ENTÃO— ela me deu um tapa nas costas.
Me despedi dela e fui para o meu quarto e dormi.
No meu hábito de dormir me lembrei de algumas memórias que tive no quarto com o Chris.
Aquilo me deixou em paz para dormir.Não sei o por que, mas quando eu fechei meus olhos e relaxei memórias voltaram a minha cabeça.
Eu antes de acordar estava em um labirinto branco, um símbolo no chão, fui salvo por Christopher, e eu o prometi que cuidaria do César.
Abri os olhos com um pesar no coração, ja era de manhã, mas eu me virei e tentei dormir mais um pouco.

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