O Destino me Aguarda - O Final

Capítulo 61

 Acordei de manhã e lembrei da noite passada, sorri automaticamente. Quando eu voltei contei para os meus pais que fiquei conversando com Giorgio sobre o que tinha acontecido, perdi a hora e acabei jantando por lá. Meu pai acreditou mas minha mãe ergueu uma sobrancelha e sorriu, sabendo o que aquilo significava, mas deixou pra lá, até que eu fosse conversar definitivamente com ela. Coloquei uma saia soltinha e uma camiseta, pois naquele dia o professor tinha desmarcado a aula - e desci as escadas distraída, ainda pensando na noite anterior. 

- SURPRESA! - Tomei um susto colocando a mão no peito e olhei para todo mundo. Meus avós, Piet, meus pais, os pais de Giorgio, Carlota, o próprio Giorgio, Deny, professor Costa e todos os alunos dele estavam ali, junto com alguns funcionários da fazenda. Eu os olhei sem entender nada por um momento e depois "recontei os dias" desde que havíamos chegado lá, coloquei a mão na boca totalmente indignada. 

- Eu não acredito que você esqueceu o próprio aniversário. - Pietro falou indignado. - Onde você ta com a cabeça? - Eu comecei a rir quando ele apontou discreto para Giorgio, que lhe deu uma cotovelada de leve. 

- Querida, não me diga que esqueceu mesmo. - Minha mãe falou preocupada e confusa ao mesmo tempo. 

- Eu pensei que fosse semana que vem, desculpa. Isso é bolo de sensação? - Perguntei com água na boca quando olhei para o bolo - grande e bonito - e ela sorriu animada.

- SIM! Fui eu e Maria que fizemos. E tem mais na geladeira pros outros funcionários, mas venha, vamos cantar parabéns. - Meu pai ascendeu a vela e começaram a cantar parabéns, eu ri enquanto Piet fazia gracinha e fiquei sem graça também, assoprando as velas logo em seguida. 

- Dezessete anos hein, mais um ano e será maior de idade. - Meu vô falou me abraçando e eu o abracei de volta. 

- E rainha. - Minha mãe completou e olhei indignada pra ela. 

- O que? É só com 21. 

- Depois conversamos sobre isso meu anjo, feliz aniversário. - Meu pai falou me abraçando e todos começaram a me abraçar. O café foi cheio de frutas, pães, sucos, leite, café e queijo feito pelos moradores dali. Alguns me desejaram bênçãos, outros me deram alguns objetos artesanais que faziam, e fui agradecendo cada presentinho com todo o meu coração. 

- Bom, se estivéssemos em Milão, eu te levaria para a boate, mas como não estamos, eu fiz isso aqui. Ficou horrível, por que não sou artista igual a você, mas acho que da pro gasto. - Piet me entregou meu diário de viagem e eu o olhei confusa, ele abriu em uma página específica e as dez páginas seguintes contavam um pouco da nossa história, e o título era: como eu passei de caipira, para irmão da princesa perdida (a melhor). Ele colocou recortes de jornais da época em que falavam que eu estava desaparecida e até algumas do ataque contra o Palácio e as cidades, colocou a foto que ele tinha com os pais falecidos dele, e depois começou contando sobre o processo de mudança definitivo para o Palácio, as primeiras fotos como membro da família real e os desenhos que ele fazia quando pequeno em que ele já me incluía junto, e depois o ano que meus pais foram para o Brasil e ele ajudou a preparar algumas coisas para a minha chegada, e diversas fotos nossas em seguida, a maior parte nós dois fazendo caretas, zoando um com o outro, algumas que alguns amigos nossos tiravam quando estávamos distraídos, dançando, discutindo... nós dois no piano, como no começo. - Acho que eu acertei no presente, ela ta até emocionada. - Eu ri em meio as lágrimas que caíram e o abracei, ele me abraçou de volta com carinho e protetor. 

- Você é a melhor coisa que Milão me deu. - Falei olhando em seus olhos e ele sorriu. 

- Digo o mesmo, mas vou querer o primeiro pedaço de bolo. - Eu ri de novo e sequei as lágrimas.