O Destino me Aguarda - O Final

Capítulo 21

[...]

- Você tem certeza disso Princesa? - Lorenzo me perguntou pela terceira vez enquanto dirigia em direção a clínica na cidade vizinha. 

- Você pode por favor parar de me fazer essa pergunta? Não sou eu quem estou grávida, é ela. - Respondi estressada pra ele em italiano, enquanto Scar estava de fone de ouvido no banco de trás. 

- É que é triste Princesa, não sei o que pensar. 

- Eu também não, mas... Ela não tem muitas escolhas Lorenzo. Por favor não faça parecer tão ruim. Ela já está arrasada o suficiente. 

- Não digo que é ruim, ruim, ruim... Muitas mulheres não podem fazer um aborto em alguns países, mesmo que isso implique dar a luz a uma criança morta, que vai morrer dali alguns dias e que até pode vir a trazer a morte dela. E claro... Tem a questão financeira e todo o suporte, enfim... É complicado. Não posso opinar, não sei o que é me preocupar em engravidar com 17 anos e decidir entre meu filho e todo o resto de uma vida. 

- Não é só isso... Ela não tem pais pra ajudar ela. E nem mãe pra auxiliar ela a saber o que fazer. E a vó ta doente... É difícil assim. Não sei o que pensar, só sei que não consigo julgar ela nem se eu quisesse. - Respondi sincera falando baixo e olhando pra frente, ainda em choque pelo que ela ia fazer. Ele parou em frente da clínica nesse momento e Scar tirou os fones, suspirando. 

- Espero que sua amiga fique bem. - Lorenzo falou com um sorriso fraco, e respondi da mesma forma. Saímos e entramos na clínica, uma atendente gentil falou com nós e Scar começou a preencher algumas fichas, fez uma avaliação rápida com uma psicóloga e depois se sentou na sala de espera. 

- O procedimento leva só alguns minutos, e depois você passa mais um tempo aqui pra nos certificarmos que você está bem. Você fará sessões de terapia uma vez por semana no melhor dia pra você, até a psicóloga te der alta e perceber que você está realmente bem. - A enfermeira explicou delicadamente para Scar. - É importantíssimo que você faça as sessões. - Ela frisou e Scarlett assentiu, assinando tudo que fosse necessário. - Você vai ficar bem querida. - Ela falou apertando a mão de Scar e ela sorriu, parecendo ficar mais aliviada. - O tempo de espera é de mais ou menos uma hora e meia até que ela seja liberada, se quiser pode ficar aqui ou na rua da frente tem uma cafeteria. - Ela falou olhando pra mim e eu agradeci, sorrindo. Depois de uns quinze minutos, Scar foi chamada e a abracei antes que ela entrasse na sala. Suspirei quando a porta foi fechada e sai, vendo Lorenzo fumar encostado ao carro. 

- Você não devia fumar. - Falei a ele, que jogou o cigarro no chão, o apagando. - E não devia poluir mais o meio ambiente. - Falei pegando a bituca do chão, me certificando que estava apagado e jogando no lixo. - Café? - Ele assentiu e fomos até a cafeteria. Comprei algumas coisas para nós e para Scarlett e nos sentamos na mesinha. Peguei meu café e suspirei. 

- Você parece cansada Princesa. - Lorenzo pontuou e eu o encarei. 

- Por que você fuma? 

- Por que você vive perguntando das pessoas e nunca gosta de falar sobre si? 

- Já falo muito sobre mim e mês que vem só vai piorar. - Respondi e bebi meu café. 

- Princesa a vida pública vai ser algo que você vai ter que se acostumar. - Ele disse e eu revirei os olhos. 

- Estou tão animada. - Falei fingindo animação e ele riu. Ficamos só jogando papo fora quando vi Scarlett saindo de dentro da clínica. Deixei uma gorjeta em cima da mesa e fomos até ela. - Comprei um sanduíche e muitos donuts pra você afogar qualquer tipo de sentimento neles. - Ela riu fracamente e pegou a sacola, e sentou no banco de trás do carro. Entramos no carro e Lorenzo dirigiu de volta a Orange e a caminho do bairro dela. Comecei a perceber que era uma bairro muito mais simples e até considerado subúrbio pelo o que já tinham me falado, mas que não deixava de ter expressões sonhadoras. Scarlett desceu do carro quando chegamos em frente a casa dela, com um gramado simples, assim como a casa. Ela agradeceu a Lorenzo e olhei pra ela preocupada. - Você está bem? -  Ela negou fracamente.