Capítulo 40

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 O final de semana se passou rápido e meus padrinhos, meu vô e meu primo tiveram que embarcar de volta para o Brasil. Me despedi de cada um rapidamente - pois não gostava de despedidas - e eles falaram que nos encontrariam no casamento de minha mãe. Meus pais e meus irmãos brasileiros, assim como Doutor Alexandre e Angélica também tiveram que embarcar de volta naquela semana e aos poucos o Palácio foi esvaziando. Exceto por Aaron e sua irmã que iriam passar umas semanas ali, o resto dos nossos amigos também foram para curtir as férias perto dos pais e só retornariam para as aulas. 

- Levem o suficiente para uma semana, aproveitaremos para levarmos vocês nas cidades próximas e muita praia.  - Minha vó Angeline falou para todos no café da manhã e todos se animaram para conhecer mais lugares. Nós ficaríamos uns dias na casa dos meus avós e seria a primeira vez que eu iria para a casa deles e estava ansiosa. Depois que meus pais tinham se casado e assumido o país, meus avós por parte de mãe haviam voltado para a cidade antiga (onde meu avô conheceu minha avó em um verão que ele passava na casa da praia da família que havia ali, e conheceu minha avó enquanto ela caminhava pela praia) e meus avós por parte de pai foram no embalo e voltaram para Ravello onde não tinham nem três mil habitantes. Fui para o meu quarto e comecei a preparar minha mala com a ajuda de Rita e logo minha mãe apareceu com um olhar triste. 


- O que foi mãe? - Perguntei a estranhando já que minha mãe sempre estava sorridente e animada. 


- Nada Querida, só pensando longe. Quer ajuda? - Perguntou já indo para o closet e voltando com algumas peças de roupas. - Lá é bem calmo, você vai gostar. As paisagens lá são incríveis, eu amava brincar no jardim quando era criança. A casa da praia da família é grande, mas nem se compara com o palácio então talvez vocês tenham que se dividir entre a casa dos meus pais e dos seu pai. - Expliquei e fiquei um pouco confusa mas logo entendi e assenti. Quando a mala ficou pronta ela me olhou e me abraçou. - Tome cuidado Emily, a água naquela parte também pode ser agressiva e não quero que se machuque. 

- Não se preocupe mãe, todos vão estar lá. - Falei e ela me encarou pensando. 

- Vou mandar Lorenzo com vocês. - Declarou e só suspirei sabendo que retrucar, não adiantaria. Quando as malas de todo mundo estavam prontas e todos já haviam descido, começamos a nos despedir rapidamente de todos e o pessoal entrou no ônibus. Eu, meus avós, e Enzo entramos no carro com Enrico e Lorenzo, por que pelo que tinham me explicado, a realeza só podia andar assim para a própria segurança. Luca e Pietro quiseram ir na "farra" do ônibus e por mais que eu desejasse ter ido também, sabia que aqueles dias haviam acabado, então quando meus avós adormeceram depois de uma hora de viagem, coloquei meus fones de ouvido e encostei no ombro de Enzo, fechando os olhos também. Pensei que era horrível pensar que não podiam atacar o carro da família real, mas tudo bem atacar um ônibus com todos os meus amigos que são filhos, netos e tantas outras coisas. Apesar de não gostar, arrastei aquele pensamento para o fundo do meu pensamento e senti um carinho no meu rosto, o que me fez abrir os olhos e tirar o fone o encarando. 

- O que não te agrada? - Enzo perguntou. 

- Como sabe que estou pensando em algo que não ta me agradando? - Perguntei incrédula e ele abriu um sorrisinho. 

- Você faz muitas expressões até de olhos fechados. - Respondeu e me senti envergonhada, mas ri. - Então? 

- Deixa pra lá, não vale a pena. - Falei e ele assentiu sabendo que quando eu falava assim, realmente não valia a pena eu tentar explicar. - Ei, por que o pessoal do nosso colégio se forma aos 17 anos? Todas as outras escolas, inclusive na Noruega, o ensino médio dura até os 19. 

- Nosso colégio foi pensado para os príncipes e princesas, e filhos de pessoas poderosas. Então, ficamos menos tempo para entrarmos mais rápido nos negócios ou coisas do tipo, mas aprendemos exatamente a mesma coisa que os outros, só que em menos tempo. - Explicou e só fiz um "ah" de compreensão. Pegou um dos meus fones e colocou em seu ouvido. - Coloca o Shawn. - Eu o olhei contente, ele sorriu. - Eu gosto dele. - Dei o play na música In my Blood feliz, e eu me aconcheguei nele de uma maneira confortável para nós dois e voltei a fechar os olhos. 

O Destino me Aguarda - O FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora