Capítulo 56

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 Abri os olhos depois de tentar ignorar a galinha cantando pela quinta vez, mas eu já não tinha dormido naquela noite mesmo, não faria diferença levantar com ela. Sentei na cama e olhei para o relógio, vendo que eram seis da manhã e o sol já estava nascendo; eu já conseguia ouvir pessoas trabalhando do lado de fora. Levantei da cama e abri minha mala. Fiquei a encarando um tempo surpresa por não ter nenhum vestido, ou pelo menos não do tipo que eu usava em casa normalmente. Os vestidos que minha mãe tinha colocado na mala eram alguns bem simples, todos praticamente de uma cor só e lisos, ou outros com estampas, mas todos bem soltinho e leves. Sorri ao ver alguns que eu mesma tinha feito e amava, mas pelos hábitos do Palácio não havia mais usado. Vi minhas calças jeans, shorts também, camisetas básicas e camisas finas que eu sabia que minha mãe tinha escolhido para que eu pudesse usar enquanto eu ainda tivesse marcas. 

 Escolhi uma camisa branca simples e coloquei um short, assim como um tênis velho que eu tinha e deixei separados meus bonés, chapéus e acessórios. Arrumei o guarda-roupa ajeitando minhas roupas, esperava ficar quase um mês ali, e não queria deixar desorganizado. Achei algumas caixinhas de lembranças que eram da minha mãe e observei por um tempo, sorri ao ver algumas fotos e olhei os livros velhos que tinham ali. Coloquei eles na estante com a esperança de ressuscitar minha vida de leitora, e deixei a varanda aberta para que entrasse a claridade dali. Sai do quarto indo até o banheiro e dei de cara com Pietro saindo do quarto já arrumado também. 

- Uau, você realmente acordou com as galinhas. - Falei surpresa. Piet nunca acordava cedo e odiava quando tinha para ir ao colégio. 

- Eu tenho um milhão de coisas pra te mostrar, e o Deny já deve estar aqui com Giorgio, preciso colocar o papo o dia. - Meus olhos reviraram automaticamente ao ouvir o nome de Giorgio e Piet me olhou cuidadoso. - Olha, eu sei que ele pode parecer um babaca de primeira, mas ele é um cara bacana. Dê uma chance. 

- Já dei chances demais a muitos caras e adivinha, eles sempre me decepcionam. 

- Não eu! 

- Você é irmão, não conta. - Pietro suspirou. 

- Okay, mas vocês dois não vão conseguir me deixar entre a cruz e a espada. Vocês que se acertem. 

- Não estou pedindo pra escolher um lado, só não quero que fale dele como se fosse um anjo. Não estou com afeto pra homens ultimamente. 

- OKAY MULHER! Céus, só arrumo problema na minha vida tentando ser legal com todo mundo. - Eu ri e ele passou por mim e desceu as escadas, entrei no banheiro. Fiz minhas higienes e passei a base para esconder os machucados e percebi que eu realmente precisava tomar sol, já que a base estava escura, mas por sorte mais uma semana e nada aparecia mais. Não no rosto pelo menos. Fiz uma maquiagem básica para esconder o aspecto de doente e sai do banheiro dando de cara com minha vó Dirce e ela sorriu. 

- Uma bela manhã de sol não acha querida? Eu gosto tanto daqui nessa época do ano, é tudo tão florido e vivo, tem pessoas pra lá e pra cá, e minha parte preferida, não diga pra sua mãe, é me embebedar de vinho da vinícola. - Eu ri e vovó passou por mim entrando no banheiro. 

- Vovó? - A chamei antes que ela fechasse a porta e me encarou. Eu abri a boca uma vez pensando se realmente devesse perguntar e ela sorriu me encorajando. - A senhora está bem? - Ela sorriu gentil e fez um carinho no meu rosto. 

- Eu estou tentando, e uma hora vou conseguir. E você também! - Eu sorri e ela finalmente fechou a porta do banheiro, desci as escadas e dei de cara com os meus pais na cozinha. Minha mãe estava com um vestido simples florido e botas, o cabelo estava trançado e ela estava sem nenhuma maquiagem. Era típico minha mãe ficar sem nada aos domingos, mas de semana ela sempre passava a maquiagem básica dela. Meu pai também não estava com as camisas costumeiras dele, e sim calça jeans, camiseta e botas. Os encarei estranhando e "voltei pra terra" quando ouvi aquela voz insuportável: 

O Destino me Aguarda - O FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora