O Destino me Aguarda - O Final

Capítulo 41

 Sai do quarto de Pietro de manhãzinha quando ele ainda dormia e fechei a porta dando de cara com meu avô Henrique, ele abriu os braços e fui até ele o abraçando com força. 

- Nós vamos perder um grande companheiro minha neta, mas não hoje. - Me olhou encorajador. - Não hoje! - Eu funguei querendo chorar de novo, mas as lágrimas pareciam ter acabado. - Você e o Pietro precisam ser muito fortes daqui pra frente, pelo Filipi, pela sua vó Dirce e pela sua mãe, mas não precisam ser fortes comigo e com sua vó Angeline. - Eu assenti e ele beijou minha testa. - Agora vamos que tem croissant quentinho de banana com canela. - Tentou me animar e ri fracamente, o que fez ele sorrir. 

 Os últimos dois dias passaram depressa, principalmente pela parte de que todos ainda estavam digerindo a informação e quando menos esperávamos, já estávamos na estrada novamente a caminho de Milão, porém agora, com a certeza de que esperávamos a morte do meu avô. 

... 

- Meus anjos, sei que foi um choque pra vocês dois, também foi pra nós, mas seus avós pediram que esperássemos chegar esse momento para eles te contarem. - Meu pai falou logo depois do almoço, no escritório com nossa mãe ao lado. Eu e Pietro estávamos ainda cabisbaixos pela informação e ver o estado de nossa mãe depois que tínhamos descoberto a verdade só fez com que nos sentíssemos piores. 

- E o que devemos fazer agora? - Pietro perguntou baixinho olhando para o nosso pai que se ajoelhou na nossa frente pegando nossas mãos. 

- Aproveitar mais ainda o avô de vocês e ajudarem com o que ele precisar. - Nós assentimos e ele nos beijou na testa. Nos levantamos prontos para sair do escritório e nossa mãe nos deu um pequeno sorriso e também nos beijou, e saímos. Pietro segurou minha mão com tanta urgência que só consegui retribuir o toque e seguimos para o quarto dele, nos sentando na cama. 

- Não sei se você sente assim, mas talvez você possa se sentir um pouco injustiçada de ter tido pouco tempo com o vovô... - Pietro falou com a voz rouca e fraca que era consequência de dias chorando. Não consegui o olhar sabendo que aquele sentimento - por mais que eu tentasse evitar - era verdadeiro. - Quero que saiba que apesar de você não estar aqui fisicamente, o vovô sempre te carregou no coração. - Senti meus olhos arderem de novo e passei o braço no nariz para que ele não escorresse. 

- Piet... - O olhei. - O nosso avô é um dos homens melhores homens que já conheci na minha vida, e sim, eu tive pouco tempo com ele e me sinto injustiçada mas acho que não posso ficar agarrada a esse sentimento e sim ao sentimento de viver o hoje com ele como se fosse o último por que não sabemos se é mesmo. - Falei e ele assentiu concordando comigo. Ouvimos uma batida na porta e olhamos para lá. 

- Podemos entrar? - Aaron perguntou com Enzo e Luca ao lado dele, nós assentimos e eles se sentaram na cama com nós. - Estávamos conversando com o pessoal e pensamos em fazer uma noite do karaôke, podemos preparar alguns lanches, juntar todo mundo do Palácio e ficar lá passando vergonha.- Aaron propôs e eu e Pietro rimos fracamente. 

- Nós prepararmos os lanches? - Piet ergueu uma sobrancelha claramente brincando e eles riram. 

- Bom... os funcionários. - Luca falou e nós rimos de novo. 

- Pensamos que seria bom para distrair todo mundo... - Enzo colocou uma mecha do meu cabelo para trás e eu suspirei pegando sua mão. - Principalmente para vocês e seus pais. - Nós dois sorrimos pela atitude deles. 

- Acho que vai ser ótimo. - Respondi e Pietro concordou. - Vocês podem avisar todos? Acho que eu vou tomar um banho... - Perguntei me levantando e eles assentiram, olhei para Piet mexendo em seu cabelo. - Você também precisa. - Ele concordou e beijou minha mão, sai do quarto de Piet e entrei no meu indo direto para o banheiro. Enquanto a banheira esquentava, tirei meu tênis e prendi o cabelo, comecei a me lembrar de quando meus avós foram para Los Angeles e meu coração se apertou de uma maneira que meu peito começou a doer e me senti angustiada.