Capítulo 102

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 Respirei fundo durante todo o caminho e me obriguei a ouvir o som dos lugares por quais passávamos. Obriguei meus sentidos aguçarem e meu instinto de sobrevivência tomar conta de mim, e toda aquela ansiedade que sempre esteve dentro de mim querendo me proteger, deixei que ela viesse, mas não de uma forma descontrolada, e sim para me manter alerta. Eu precisava pensar... precisava raciocinar. Sabia que aquela situação não era boa mas surtar só pioraria as coisas e eu não conseguiria extrair as informações que eu queria: minha família e meus amigos estavam bem? Enzo estava bem? Por que se não estivessem.... cabeças rolariam e eu não estava nem ai para qual imagem aquilo traria de mim. Eles me tiraram do carro, o que estipulei uns 20 minutos depois e me fizeram andar por um lugar em que o chão era molhado, já que o som dos meus sapatos pisando ecoavam e senti a barra do meu vestido ficando molhada, e depois pelo o que eu imaginava ser um corredor amplo, pelo eco que os sons dos passos faziam. Eles tiraram o saco da minha cabeça minutos depois e pisquei algumas vezes para me adaptar a luz de novo, e me jogaram dentro de uma cela, e percebi que Enzo já estava ali. Respirei aliviada quando vi que ele permanecia intacto, apesar de abalado e veio até mim me segurando nos braços e me avaliando também. 

- Emi, você está bem? Eles te machucaram? Você... você... - Ele se enrolou entre o norueguês e o italiano e vi sangue em seu nariz, o que fez meu sangue começar a ferver e guardei aquele sentimento dentro de mim, esperando o momento certo de liberar, como eu tinha aprendido nos últimos anos. Passei o dedo em seu sangue e franzi as sobrancelhas. 

- Estou bem! - Respondi firme e ele acreditou, pois tentou respirar fundo. - O que é isso? - Questionei começando a sentir a raiva se formar dentro de mim com força. 

- Own.... que fofo! - Ouvi aquela voz de mulher de novo e olhei para ela, indo até a frente da cela, sentindo falta de Enzo imediatamente após me afastar dele, e encostei na grade da cela. 

- E você seria? - Perguntei ronronando, uma calma que eu não sentia, e sorri. Ela abriu um sorriso maior. 

- Desculpe não me apresentar Majestade. Eu sou Elena Cinzia... - Ela estende a mão e eu aperto. Com ela, mais dois homens estavam parados cada um de cada lado dela, mas eu sabia que havia dezenas de pessoas ao redor de seja lá onde estivéssemos por ter ouvido vozes, e bom... era o sequestro de dois monarcas, formada em filmes de ação, eu sabia que teria um arsenal completo. 

- E posso saber por que decidiram nos sequestrar? - Pergunto e ela sorri maior. Céus, aquela mulher parecia a rainha má da Branca de Neve, tão linda mas tão igualmente maligna. 

- Bom... presumo que você se lembra dos ataques que fizeram seus pais a esconderem... - Ela disse se sentando em uma cadeira na minha frente. 

- Vagamente... 

- Ótimo! - Ela cruza as pernas casualmente. Certamente ela não sabia que eu tinha experiência em luta, já que tínhamos mantido isso em segredo absoluto. Aqueles que me viam lutar e que não eram da minha família, assinavam contratos e eram expressamente proibidos de dizer qualquer coisa sobre. Caso ela soubesse, com toda certeza teria uma escolta maior com ela. - Meu pai foi o responsável por arquitetar o plano e como ele morreu tentando completá-lo e mesmo assim você sobreviveu, eu decidi assumir e terminar seu plano. 

- Ou seja, nos matar... 

- Na verdade eu fiz alguns retoques... não só mataremos vocês dois e mostraremos pra todo mundo como um aviso à todos os monarcas do mundo, que passem a viver com medo e tentem fugir, como também exterminaremos todos aqueles que existem. 

- Uau, parece que você ficou bem ocupada desde o último atentado! Que puta herança de família! - Provoquei e ela fechou o sorriso. 

- Eu pareço uma piada? 

O Destino me Aguarda - O FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora