Capítulo 52

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- Como foi na Noruega? - Aaron perguntou assim que entrei na sala e ele veio se sentar ao meu lado. 

- Bom dia pra você também. - Ele riu. 

- Bom dia. Enzo está melhor? 

- Como você sabe disso? 

- Privilégios de ser melhor amigo. - Ergui uma sobrancelha sentando na cadeira e ele revirou os olhos. - Luca perguntou o que eu tomava quando estava de ressaca e precisava ficar acordado, por que aparentemente ele passou algumas noites em claro enquanto Enzo estava doente, mas eu tive que arrancar essa parte dele. - Eu ri. 

- Ele está melhor, a médica já deu alta mas disse que ia monitorar ele de perto pelos próximos dez dias. Ela não quer que ele fique doente de novo tão cedo e possa vir a se tornar algo pior que virose. 

- Tipo uma doença psicológica? - Encarei Aaron, ele me olhou por um instante preocupado. O olhei confusa. - Ly o Enzo tem várias chances de desenvolver alguma doença psicológica, os últimos dois anos vem sendo muito intensos pra ele e sinceramente não sei como ele ainda não caiu em depressão. Basta uma faísca pra se causar um grande incêndio, e consequentemente uma catástrofe. 

- Bom dia turma, vamos dar continuidade ao nosso trabalho? - O professor entrou na sala não deixando com que eu prosseguisse com a conversa, mas fiquei com aquilo na cabeça. 

[...] 

 Já estava de noite, e eu estava parada a uns cinco minutos na frente da porta dos meus pais com o coração disparado e sentindo minhas mãos suarem. Eu tinha decidido que ia contar, e eu ia, mas naquele momento o medo de contar e levar uma bronca ou coisa pior era mais forte que eu. Decidi não pensar mais e só bati na porta, logo ouvindo a voz da minha mãe para que eu entrasse. Entrei e fechei a porta logo em seguida. 

- Ah, oi querida, pensei que já tínhamos dado boa noite no Grande Salão. - Minha mãe disse desviando o olhar do livro dela, meu pai desviou o olhar do iPad. 

- Nós demos, mas... - Eu respirei fundo. - Preciso conversar com vocês. - Minha mãe colocou a mão no braço do meu pai com força. 

- Ai meu Deus, aconteceu Jean! - Ela exclamou. 

- Ai meu coração. - Meu pai colocou a mão em cima do coração e fez uma expressão de dor, ou tentou.

- Eu falei pra você que ia acontecer. - Minha mãe encarou meu pai. 

- Ai, Ariadne acho que estou tendo um infarto. - Meu pai falou dramático, mas eu estava surpresa demais pra rir de qualquer brincadeira. 

- Como vocês sabem? - Perguntei e minha mãe sorriu pra mim. 

- Querida, somos seus pais... eu tenho certeza que seus pais também já sentem que aconteceu. - O olhei transtornada e meu pai riu. 

- A cara dela é a melhor! 

- Vocês não vão brigar comigo? Me proibir de ver ele, falar que quebrei uma tradição, que sou impura? - Meus pais começaram a rir mas quando viram que eu estava falando sério - por que ninguém estava me levando a sério de primeira ultimamente? - pensaram. 

- Minha filha, rainha Elizabeth "morreu" conhecida como a rainha virgem e todos sabiam que ela não era. Nem por isso ela é menos especial ou foi uma governanta ruim. Céus, estamos no século 21, é totalmente antiquado. Eu acho que já passamos da fase de achar que uma mulher é vagabunda só por que transou antes do casamento. - Meu pai falou como se o que eu tivesse dito tivesse sido um absurdo. 

- Além do mais, você já toma anticoncepcional e tenho certeza que vocês usaram camisinha. - Minha mãe completou e eu só consegui assentir. Fiquei em choque por um tempo ainda e meu pai veio até mim, colocando a mão no meu ombro. 

O Destino me Aguarda - O FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora