Capítulo 46

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- Não acredito que compraram um apartamento desse tamanho. - Falei para os meus pais olhando o apartamento que eles tinham comprado no meio do Brooklin, um por andar, e ainda era a cobertura. Os olhei indignada. - Vocês não sabem economizar? Quanto custou essa brincadeira? - Meus pais se entreolharam e depois sorriram pra mim daquela forma: não vamos falar por que você é muito mão de vaca. 

- Querida, vamos passar mais férias aqui do que pode imaginar, é melhor termos nosso lugar do que ficar se hospedando em vários lugares diferentes toda vez que viermos. - Minha mãe falou. 

- Eu não sei se vocês sabem mas temos casa de família. 

- É melhor prevenir. - Meu pai deu de ombros e massageei a têmpora. 

- Emi deixe seus pais, é mais um lugar pra ficarem. - Enzo falou suavemente e respirei fundo, e decidi que só ficaria animada por estar ali. 

- Tudo bem! - Respondi. 

- Ótimo, vamos descer e irmos pra casa da sua mãe. - Minha mãe falou e deixamos as malas no quarto, descendo até a garagem e Enrico nos levou até a casa da minha mãe. 

- Por que o pai nunca dirige? - Perguntei baixo para Piet. 

- Não sei, acho que ele não gosta muito. - Respondeu e assenti. Logo o caminho tão familiar pra mim começou a se apresentar pelas janelas e senti uma sensação gostosa de familiaridade. Porém, quando o carro parou na frente da casa dela e eu desci do carro parando em frente a porta, não me senti mais no direito de entrar gritando que eu havia chegado, em vez disso apertei a campainha e esperei. Ninguém pareceu perceber aquilo e me senti aliviada pois não queria ter que explicar como eu me sentia em relação aquilo, mesmo eu nem mesma sabendo exatamente. 

- Vocês chegaram! - Minha mãe exclamou animada assim que abriu a porta e ela me abraçou. - Ah minha filhinha, você ta maior do que a última vez que te vi, como pode? - Eu ri aproveitando o abraço e ela me deu um último beijo antes de me soltar e cumprimentar o resto. 

- Ora ora se não é minha paciente preferida. - Doutor Alexandre falou atrás dela e o abracei também. - Como você está meu bem? - Perguntou e eu o olhei. 

- Estou bem! - Respondi e esperava que ele acreditasse mesmo que aquilo só se aplicasse ao físico. 

- É perceptível que está bem mesmo. Opa... - Falou cumprimentando meu pai e entrei na casa da minha mãe. Meus cachorros vieram pra cima de mim e me abaixei os dando carinho e percebendo como sentia falta deles. Nada havia mudado na casa dela, tudo parecia o mesmo, mas me perguntei por que não me sentia tão a vontade. 

- Eu preparei um café da tarde pra nós com várias coisas e o Alexandre vai ir comprar pão ali na padaria, enquanto isso fiquem a vontade, só vou tirar o bolo do forno. - Minha mãe Ana falou e imediatamente eu, Piet, Luca e Enzo sentamos no sofá, Enzo com Anna dentro do carrinho ao seu lado que dormia e meus pais foram para a cozinha com a minha mãe, enquanto Doutor Alexandre fechou a porta saindo. 
 Me distrai olhando para um porta retrato que tinha na estante da minha mãe logo abaixo da televisão e lembrei daquele dia, tinha sido um dos natais que tínhamos passado antes dos meus pais separarem e os dois fingiam que nada de ruim estava acontecendo em casa apenas aquele dia. Lembrei da maneira que o meu pai gritava com minha mãe e aquilo fez subir um frio na minha espinha que me arrepiou toda. 

- Você ta bem Emi? - Encarei Enzo um pouco perdida e ele pegou minha mão entrelaçando nossos dedos, o que fez com que eu me acalmasse e me esquentou. 

- Estou, só me distrai um pouco. - Respondi e meus pais voltaram já comendo bolo. 

- Eu já falei que amo os bolos da sua mãe? - Meu pai perguntou olhando pra mim e eu ri. 

O Destino me Aguarda - O FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora