Capítulo 64

5 0 0
                                    

 Foram as onze horas mais longas da minha vida. Leandro continuava me atualizando que Karina ainda estava sendo medicada e que ela ainda não ia fazer o parto. Já havia avisado os meus pais que eu logo chegaria e que Enrico me levaria direto para o hospital. Passei a maior parte do tempo sentada na poltrona com a cabeça a milhão, apesar de eu ter ficado um tempo na cozinha com poucos funcionários do Palácio e matando a saudade, eu não conseguia ficar tão animada ainda. Quando o avião pousou, Enrico já preparou o carro enquanto as malas eram colocadas no porta-malas e ele dirigiu em direção ao hospital. Assim que cheguei já dei de cara com os meus pais. 

- Ah minha filhinha... Como você engordou, ta corada! Graças a Deus. - Minha mãe Ana falou me observando atentamente e vi os pais de Leandro. Eles vieram até mim falando que apenas ele e a mãe dela podiam ficar com eles e cumprimentei meus amigos forte e fui em direção ao andar que era a maternidade, ignorando todas as vezes que me falaram que eu não ia poder passar. Conversei com a moça da recepção e implorei para que ela me deixasse entrar e ela estava irredutível. 

- Com licença, mas você não é aquela princesa da Itália? - Uma outra recepcionista me perguntou um pouco incrédula e eu disse que sim. A primeira recepcionista pareceu me reconhecer e me deu uma ficha para preencher e em seguida uma etiqueta, me mostrando o caminho. Agradeci 50 mil vezes e agradeci mentalmente por agora ser uma pessoa pública. Assim que entrei na sala vi a mãe de Karina andando de um lado para o outro, claramente preocupada e transtornada. 

- Emily! - Ela exclamou abrindo os braços e eu a abracei. Leandro me olhou e me agarrou. 

- Eu não acredito que você ta aqui! - Ele disse e eu o abracei mais forte que eu pude. 

- Eu disse que viria. - Fui até Karina que me olhou feliz e chorou emocionada, eu a abracei delicadamente e coloquei a mão em sua barriga. - Vocês vão ficar bem! 

- Amiga... Se alguma coisa me acontecer, eu...

- Nem começa com essa palhaçada Karina! - A cortei. - Você não ficou carregando essa criança sete meses e meio pra não jogar isso na cara dela quando crescer com a cara do Leandro. - Ela riu, assim como Lele e a mãe dela. - Eu acho bom você ter a força pra cuidar dela, por que eu só sou a tia rica e eu preciso da mãe e do pai pra devolver quando ela começar a chorar. - Ela riu mais. 

- Até parece que você me devolveria ele, é capaz de eu dar ele pra você. - Eu ri e beijei sua mão. 

- Com licença... Mãezinha não podemos esperar mais. Infelizmente as contrações não param e você já tem dilatação suficiente.. É hora de ver a carinha do seu bebê. - A médica falou e senti um frio na barriga. 

- Ai meu Deus. - A mãe dela disse colocando as mãos no rosto e começando a rezar. 

- É agora amiga! - Eu falei e ela me olhou confiante. 

- É agora! - Ela respondeu e apertou minha mão uma última vez e as enfermeiras a prepararam e começaram a empurrar a cama. A mãe dela foi atrás e Leandro veio até mim. 

- Emily eu não consigo fazer isso, não dá, okay? É demais pra mim.

- Para com isso, a Karina precisa de você, é ela quem ta com um bebê querendo sair de dentro dela. 

- Não, mas eu sinto que vou desmaiar e... - Lhe dei um tapa no rosto e coloquei as mãos em frente da boca não acreditando. - Você me deu tapa? - Ele perguntou incrédulo. 

- Desculpa, desculpa, desculpa, mas eu to nervosa, seu filho vai nascer e você ta aqui perdendo tempo comigo se lamentando enquanto o amor da sua vida está na outra sala pronta pra dar a luz pro outro amor da sua vida e... RECOMPONHA-SE HOMEM, VOCÊ É PAI! - O chacoalhei pelos ombros e ele pareceu acordar. 

O Destino me Aguarda - O FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora