O Destino me Aguarda - O Final

Capítulo 91

- Eu não estou dizendo que eu realmente vou ficar com ele. - Elizabeth me dizia em chamada de vídeo enquanto eu terminava de me arrumar. 

- Elizabeth, quem não te conhece que te compre. - Ela olhou indignada mas riu em seguida. - Você está a mais de um mês ai e já me disse que ficou com o Pedro várias vezes. 

- O beijo dele é bom, o que eu posso fazer Emily?

- Só o beijo? - Ela abriu um sorriso malicioso parecendo se lembrar de algo e eu gargalhei começando a me maquiar. - Vocês dois realmente não prestam! 

- Ah amiga nós estamos aproveitando. Nós dois ainda estamos numa fase meio... 

- Piranha da vida? 

- Exatamente. - Nós duas rimos.

- Mas e o sentimento? - Ela suspirou e deu de ombros. - Como podem os dois cantarem sobre amor e negar o próprio? 

- Ah nem vem me dar sermão, pelo amor de Deus. Namoral mano. - Eu gargalho e ela ri também, mas logo me olha com amor e cuidado. - Você parece bem! 

- Eu estou bem amiga! De verdade. Alguns dias são melhores que outros mas já superei. - Já fazia mais de um mês e meio que Bel e eu tínhamos terminado e as coisas depois que eu voltei ao trabalho, correram relativamente bem. Alguns dias ainda me sentia melancólica sobre, mas eu já não chorava mais, não remoía, não me sentia mal comigo mesma. Bel parecia na mesma, agora no Canadá com a turnê e Piet me dizia pois conversava com ela e não doía ouvir sobre ela, só não conversávamos para dar tempo ao tempo para o sentimento diminuir e podermos tentar uma amizade do jeito certo. As questões políticas estavam calmas... pacíficas e novos planos estavam sendo colocados em ação e a loja crescia mais, permitindo a reforma de vários lugares essenciais do país. 

- Que ótimo amiga... fico feliz por você!

- E eu por você unicorniozinha, só não façam besteira vocês dois. 

- Vocês dois quem? - Pedro entrou na visão da câmera e passou um braço por Liz a puxando pra ele que fez ela rir e ele beijou a têmpora dela. - Oi Ly, saudades. Ainda está solteira? - Elizabeth solta uma gargalhada e eu reviro os olhos. 

- Você poderia ser mais ciumenta. - Eu falo passando rímel nos meus olhos e Pedro ri. 

- Não consigo com você amiga, perdoa... todo mundo te quer. Até eu me sinto tentada, principalmente quando você está de coroa. - Olho rapidamente para a minha coroa no cabelo já arrumado para o jantar após o baile de gala para arrecadação de fundos para o novo hospital do câncer e olho para a tela do celular. 

- Vocês as vezes me assustam! Não to pronta pra pegar os meus amigos. 

- Avise quando estiver. Seremos os primeiros da fila. - Pedro responde sensual e meu sangue ferve de uma maneira que eu não achava apropriado e sinto meu rosto queimar. - O que você acha Liz? 

- Eu acho perfeita a ideia! - Liz responde também sensual e eu engulo em seco. 

- Você corrompeu ela... - Sussurro e os dois gargalham. 

- Na verdade, ela voltou assim. Isso é coisa sua, você disse que ela precisava viver mais e ela está. - Pedro se defende. 

- Não precisavam me incluir nisso. 

- Mas é tão tentador... - Liz responde e eu olho os dois surpresa. 

- Elizabeth! - Exclamo e eles riem mais. 

- Eu to brincando amiga, mas se quiser, estamos ai. - Não consigo evitar rir e os dois acompanham, o olhar logo se transforma em amor de novo e eu sorrio. 

- Estamos com saudades... - Pedro fala baixo como se falar aquilo em voz alta doesse e eu sinto a dor de cada um que eu sentia falta me invadir de novo, como todos os dias, mas algo que eu já tinha aprendido a conviver. 

- Também estou com saudades! - Respondo e eles sorriem. - Preciso ir, nos falamos mais depois. 

- Até mais Ly. - Os dois falam juntos e eu sorrio provocante. 

- Darei tempo para vocês pensarem em propostas boas pra mim, quem sabe não me convencem?! - Os dois enrubescem e engolem em seco e me sinto vitoriosa enquanto gargalho. - Viu como é bom?! 

- Odiamos você! - Pedro solta e eu rio. 

- Eu acho que não! - Ronrono e eles riem de novo, mandando beijo e desligo. Termino minha maquiagem e saio do quarto com minha bolsa, descendo as escadas e encontrando com os meus pais e Piet já arrumados. 

- Pronta? - Meu pai pergunta enquanto minha mãe ajeita sua gravata e eu assinto que sim. 

- Pronta! - Os três sorriem. 

- Rumo a uma nova era da política italiana. - Piet declara e grito feliz, sendo acompanhada por eles e rimos saindo de casa. 

[...]

- O que temos pra hoje amigos? - Pergunto sentando na mesa do escritório e girando na cadeira, me distraindo com uma borboleta que voava do lado de fora das janelas. Tinha passado a manhã inteira cuidando da estufa e das flores do jardim, e passado a tarde desenhando e pintando novos looks para a coleção de outono. 

- O de sempre Majestade. - Roberto, o novo secretário que não era mais tão novo respondeu e afundo entediada na poltrona. 

- Nadinha? - Pergunto precisando de trabalho. Meu aniversário de 19 anos já tinha passado e mais dois meses juntos. Eu tinha ido por alguns dias para o Brasil, e comemorado lá com meus pais, meus avós, meus irmãos e meus amigos. Agora já em setembro, a política ia tão bem que tirando as despesas que eu pagava, orçamentos que eu aprovava e mais alguns planejamentos de metas e planos que eu traçava, eu não participava mais de tantas reuniões, apenas reuniões quinzenais para feedback, e participava mais de eventos que precisavam de minha presença. De resto, eu passava os dias visitando os orfanatos, empresas e casas que havíamos construído, os novos hospitais, as reformas e construções de outros locais. Meus avós ficaram mais um tempo na minha casa depois de voltarmos do Brasil mas também já tinham partido para uma viagem de cruzeiro. 

- Não Majestade. - Gi respondeu e eu bufei. 

- Qual o sentido de ter um ano de pura correria e depois não ter nada? - Perguntei esbaforida e eles riram. 

- Isso é algo bom, não é?! - Roberto perguntou e eu apoiei o queixo na mão. 

- Acho que sim. - Minha cabeça começou a trabalhar pensando em coisas que eu poderia fazer e alguém bateu na porta, logo Piet entrou. 

- Com licença. - Pediu e eu movi a mão para que ele entrasse. - A semana da moda em Paris está chegando e fomos convidados para participar. Como sou o presidente da loja, acho apropriado estar lá mas você estar, seria uma honra. - Ele explica colocando o convite que veio impresso em um papel elegante e fino pelo correio e leio as informações. Uma luz se ascende na minha cabeça e sorrio, ele ergue uma sobrancelha sabendo que estou tramando algo. 

- Piet... como está sua agenda? 

- Bem tranquila. Só cuidando da nova coleção. Por que? - Pergunta sugestivo e eu alargo o sorriso. 

- Acho que ta na hora de fazermos umas visitinhas para os nossos aliados e quem sabe ganhar mais... - Os três sorriem para mim sabendo o que aquilo significava. - Façam as malas galerinha, nós vamos passar um tempo fora de casa.