CAPITULO 15

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Peter Collins

O vento batia me meu rosto enquanto o barulho da maré invadia meus ouvido.Minhas pernas balançavam freneticamente.

Mark chegou, se sentando ao meu lado olhando para o horizonte. 

— Eu traía Olivia — falei de repente, fazendo ele me olhar por alguns segundos.

— Como? Acho que não entendi direito.

— Clara. Eu a traia com minha ex — as palavras armagaram em minha boca — Você tinha contado com ela?

— Não. Depois que ela mentiu para mim nós paramos de conversar

Olhei para ele franzindo as sobrancelhas. Não disse nada, Então ele entendeu o meu silencio e começou a falar depois de parecer viajar no tempo.

— Eu e ela eramos amigos, desde de muito antes de vocês começarem a namorar. Eu  era apaixonado por ela, sempre fui porém nunca tentei nada... Um dia fiquei bêbado e falei tudo para ela, me declarei e adivinha? ela disse que era recíproco — sorriu sem humor — Uma semana depois disse que ia terminar com você e que iriamos ficar juntos. Acreditei e tivemos nosso beijo e... foi mágico, até você aparecer.

Absorvi a informação. Passei a mão na testa antes de ouvi-lo pigarrear continuando a falar.

— Ela correu para você, tentando explicar tudo. Pensei que ela iria falar que era apaixonada por mim como dizia ser — suspirou, parecendo que aquelas palavras doíam para sair — Mas, quando você disse que iria por um fim no relacionamento ela pirou. Disse para mim que, nunca gostou de mim eu era só... Diversão. E depois..

— Ela sumiu de sua vida — completei.

— É. A única coisa que sei era que ela começou a faculdade na cidade vizinha — deu de ombros — Não sei de nada.

Voltei para casa, exausto. Só conseguia pensar em como um cara era capaz de trair uma mulher, ou ao contrário. Eu sabia como era a sensação, a dor cortante, o coração se despedaçando e decepção. Eu não sabia se eu deveria me sentir culpado.

É claro que deve. Avisou meu subconsciente. Eu ainda era o Peter e não era porque esqueci que não devia arcar com minhas consequências, eu ainda era o cara que traiu a namorada, o cara que não teve a capacidade de arcar com um relacionamento, com a fidelidade.

Duas batidas na porta me fizeram levantar a cabeça, minha mãe entrou no quarto com aquele olhar de piedade como se soubesse exatamente o que estava acontecendo.

Sem dizer nada, se aproximou colocando minha cabeça em sua perna. Seus dedos começaram um carinho materno em meus cabelos e ali permiti chorar e a raiva me consumir.

Acredito que, a pior raiva era a de mesmo. A decepção de si. De ver sua falha.

Quando meus ombros aos poucos foram parando de balançar, Cíntia levantou meu rosto fazendo-me sentar a sua frente.

— Não faço ideia do que está passando aqui — cutucou minha cabeça — Se não quiser me contar, tudo bem. Mas, meu filho você da conta de resolver qualquer coisa se parar de pensar com sua cabeça bonita e começar a pensar com o coração. Você é um homem que sabe resolver qualquer coisa, eu te conheço a anos, sei que é forte e vai passar por tudo.

— Não vou não. Fiz uma coisa horrível e nem me lembro — minha mãe sorriu com ternura limpando as lágrimas que ainda deslizava por minhas bochechas.

— Quer me contar? — neguei, Olivia era uma filha para ela — Tudo bem, mas imagino que seja algo ligado a Olivia.

Assenti, abaixando meu olhar.

— Ela te ama e sabe ouvir. Independente do que fez que acredito que não seja tão ruim assim, ela vai compreender e vai perdoar se for o caso. Ela te ama, e Peter, o amor vence qualquer barreira. Eu e seu pai já tivemos muitas e olha só! Estamos juntos com um filho maravilhoso.

— Acha que devo conversar com ela?

— Está com os pensamentos em ordem? — neguei — Então, não. Organize as ideias para não fazer besteira.

Ela beijou ternamente minha testa antes de sair do quarto me deixando sozinho novamente. No móvel ao lado da cama estava a caixinha que Olivia havia me dado logo nos primeiros dias que sai do hospital, quando eu ainda tentava me recordar.

Todas as nossas fotos, mostrando o quão eu era feliz... Ou fingia ser.

Minha mente trabalhou, levando-me ao relacionamento com Clara fazendo-me perceber que não chegava nem aos pés de com Oliv.

— Peter, você não me ouve — Clara berrou me fazendo revirar os olhos.

— Eu não fazer suas vontades hoje, Clara. Tenho minha própria opinião — levantei-me da cama passando a mão pelo cabelo.

— Sempre foi nosso sonho ir para Sacramento.

— Não, esse sempre foi seu sonho — acusei, apontando o dedo o que foi motivo para as lágrimas apontarem nos olhos dela.

— Por que está me tratando assim? Você nunca apontou dedo para mim — respirei fundo.

— É porque é minha vida, Clara. E ela não gira em torno de você por mais que eu te ame — me aproximei dela segurando sua mão — Me entenda, Clara.

Ela não quis conversar, virou as costas e foi embora. Lembro que tive que comprar uma pulseira de berloques para pedir perdão por mais que eu não achasse motivo para tal ato.

Será que ela me perdoaria se eu a esquecesse como Olivia perdoou? Não, com certeza não.

Por isso, não podia deixar elas escapar. Não ia perder a pessoa que me amava de verdade.

Até você se lembrar. {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora