CAPÍTULO 12

332 40 38
                                    

Olivia Jones

— Isso é ridículo — revirei os olhos para Peter.

— Sabe o que é ridículo? O Mark estar aqui — Peter trincou os dentes e eu dei um sorriso sem mostrar os dentes.

— Ele prometeu me ajudar, Oliv — dei de ombros cruzando os braços em frente ao peito —Você fica extremamente fofa quando está brava.

Bati na sua mão quando ele cutucou minha bochecha ganhando um risada sua.

— Certeza que não se lembra dela? Porque sinceramente, estão iguaizinhos — olhei para Mark por cima do ombro.

Peter comentou alguma coisa, não dei a mínima importância. Eu só conseguia prestar atenção em cada momento e em casa movimento que Mark fazia. Eu não confiava nele, não ia com sua cara. Por sua causa Peter chorou por meses como uma criança que perde seu brinquedo favorito no parque. E agora, estão aí, parecendo que nada aconteceu. Sei que não deve guardar remorso mas não dá. Não engulo esse cara.

Parei em frente a escola, franzi o cenho olhando para o moreno.

— O que estamos fazendo aqui?

— Prometi ajudar e as vezes o cérebro precisa reviver alguma coisa marcante. E nada mais marcante que o primeiro encontro de vocês — disse puxando mochila de suas costas me entregando uma pilha de livros — O encontro de vocês foi um clichê, porquê a volta da memória de Peter não pode ser clichê também?

— Eu não fingir me esbarrar nele — balancei a cabeça.

— É cara! É constrangedor — Peter cruzou os braços ao meu lado.

— Pode até ser. Mas confessem que é uma boa ideia — se virou para mim — Peter pode se lembrar de você.

Semi fechei os olhos nele, desconfiada. Mas já que estávamos ali...

— Vai pra debaixo da árvore, Peter — disse indo para o outro rumo.

— Anão, Olivia — resmungou — Não sou ator.

— Aqui não tem câmeras, não precisa ser ator — gritei já no meu posto.

1 ano e meio atrás.

Primeiro dia de aula em uma escola normal. Sem freiras — nada contra mas elas nos privavam de fazer muitas coisas por conta das regras— e com roupas "normais" e melhor, adolescentes que não estão nem ai para nada.

— Cheguei, Dani — falei, ouvindo um gritinho em seguida do outro lado da linha.

— Levanta a cabeça porque eu sei que está olhando para o chão — ergui meu olhar surpreendendo-me com o local cheio de pessoas sorrindo e conversando — Agora, comece a andar. Confiante. Lembre que é linda e gostosa.

Soltei uma risada colocando a mão na boca.

— Ótimo, agora as pessoas acham que literalmente sou um pimentão — comecei a andar, firmando os livros no meu braço encostando-os no meu peito.

— Falando em pessoas, tem algum bonitinho ai? Ou bonitinha?

Olhei ao meu redor. As pessoas me encaravam o que me fez encolher dentro do meu casaco.

— A maioria é loira e usam roupas coloridas. Tem meninas com uniformes de líder de torcidas, todas são muito lindas. Serio! Parecem que saíram de um filme teen de 2010 — escutei uma risadinha seguido por "gosto de loiras" — Os garotos... bem, são bonitos. A maioria tem topete e usam uma camisa xadrez por cima de uma preta ou branca.

— Você literalmente esta no high school music — disse animada me fazendo rir — Tem algum Zac Efrom ai?

Levantei meu olhar novamente indo para debaixo de uma arvore onde tinhas vários caras vestindo a a camisa do time, alguns me olharam sorrindo de lado. Arregalei os olhos querendo me enfiar minha cabeça no chão. Até que o vi. Os cabelos volumosos,  boca estranhamente muito bem desenhada e um maxilar marcado até demais para a idade.

— Me parece que achou um Zac Efrom — Dani me puxou para a realidade cantarolando, não disse nada o que fez ela rir — Oh! Ai meu Deus! É melhor não é?

Suspirei sabendo que teria que passar por eles para chegar até a entrada. Pelo amor, esqueci como se anda?

— Talvez um Leonardo DiCaprio — ela soltou um gritinho que me fez afastar o celular do ouvido. 

— Você pode ser a Rose dele.

— Não pira, Dani. Nem sei o nome dele — me senti um vencedora quando passei por eles.

— Descubra — olhei para o lado tentando criar coragem sabendo que estava de costas para o tal Leonardo DiCaprio. Chama-lo assim é estranhamente ridículo.

Dei um passo para o lado quando duas meninas passaram por mim só não esperava os quatro garotos que se vestiam preto. De proposito, o da direita esbarrou no ombro com tudo fazendo que com o impacto meus pés fossem para trás sem um pingo de coordenação. E la estava eu, esperando o impacto que faria um roxo enorme na minha bunda.

Porém, dois braços passaram por debaixo dos meus braços e minhas costas se chocaram com o peito, meu celular caiu no chão já que dei minha vida para proteger os livros mas mesmo assim dois deles caíram. 

— Tudo bem? — a voz me fez arregalar os olhos.

Não seja o DiCaprio, não seja o DiCaprio.

Levantei minha cabeça vendo o maxilar quadrado e olhos que era impossível definir uma cor exata. Um castanho esverdeado, talvez.

Sai de seus braços mais rápido que pude morrendo de vergonha e torcendo para que eu acordasse desse pesadelo. Com certeza, era um pesadelo. Tinha que ser.

— Estou. Desculpa —pedi já me abaixando para pegar os dois livros que estavam no chão.

Peguei os dois livros, meus romances preferidos : A garota que bebeu a lua e Os Miseráveis. Passei minha mão sobre eles vendo que não tinham estragado. Passei meus olhos pelo chão a procura do meu celular. Arregalei quando ouvi a voz de Dani:

— Espero que esteja com o Leonardo DiCaprio para ter sumido assim — levantei meu olhar vendo o garoto se aproximar do celular no chão — E por que esta dando eco? Colocou no viva-voz?

Me levantei estendi a mão para ele quando entregou o celular em minha mão segurando o riso. Soltei ar pela boca depois de desligar a ligação. Dei um sorriso nervoso.

— Leonardo.. — balancei a cabeça negativamente fazendo ele parar de falar e rir levantando a mão em rendição — Fala pra sua amiga que não sou DiCaprio e sim Peter.

dias atuais 

Observei Peter rir, sentado no banquinho debaixo da arvore.

— Me diz que eu descobri que eu era o Leonardo — assenti.

— Quando conheceu Dani, ela abriu a boca e contou sobre— sorri com a lembrança — Você me implicou por belos meses me chamando de Rose.

Mark se aproximou sentando-se do lado de Peter.

— Parece que minha ideia não deu certo. Foi igual ao esbarrão de anos atrás. Pensei que ia ativar sua mente se revivesse algum fato importante — se eu gostasse dele até diria que estava chateado.

— Talvez sua ideia então esteja errada, as vezes, só não é nosso encontro que vai ativar a mente dele — falei, dando de ombros.

— Ou eu nunca mais lembre.

Peter resmungou antes de se levantar e sair andando. Me levantei indo atrás dele mas a mão de Mark segurou meu pulso.

— Deixa ele sozinho. Ele precisa.

Até você se lembrar. {Completa}Onde histórias criam vida. Descubra agora