Olivia Jones
Cíntia entrou no quarto, e com um enfermeiro com cadeiras de rodas fazendo um sorriso surgir em meu rosto. Já fazia alguns dias que estava nessa cama de hospital fazendo exames e mais exames, não via a hora de ir embora.
— Bom dia, minha querida — sorri para ela.
— Bom dia — o enfermeiro veio até mim pedindo permissão para retirar a coberta de meu corpo, assenti e Cíntia o ajudou a me colocar sentada na cama.
Eu já estava com minhas próprias roupas, Peter havia ido ao meu dormitorio e pegado alguns conjunto que eram largos e confortáveis. Não gosto nem de pensar na bagunça em que ele fizera para achar aquelas roupas.
Sem muita dificuldade, o homem me colocou na cadeira e Cíntia pegou minha bolsa com meus pertences seguindo atrás pelo corredor. Havia todos pelo meu corpo um pouco doloridos e minha perna direita estava com gerso, por causa do osso que se quebrara no impacto do carro com meu corpo.
Apenas de pensar, um calafrio percorre meu corpo. As mais grossas daquele monstro em meu corpo, da sua voz e de suas intenções já era motivo para meu corpo tremer de medo de encontrá-lo novamente.
No estacionamento, Derek e Peter me esperavam com um sorriso. Com ajuda, o enfermeiro me colocou dentro do carro tomando os devidos cuidados. Agradeci a ele quando a porta foi fechada e todos e entraram dentro do veículo.
O hospital não era longe da faculdade, só não sei como iria sobreviver naquele monte de escadarias e corredores compridos andando de muletas.
No entanto, o carro não entrou no estacionamento do prédio no qual eu estava morando e sim no do outro lado da rua. No condomínio que um dia sonhei ser meu.
Então, foi só nesse momento em que parei pra pensar em como seria minha vida daqui para frente, Peter podia até de lembrar de mim mas eu sabia coisas, que magoaram ao fundo meu coração e ele havia me expulsado de sua vida. Meu pensamento entrou em colapso que nem percebi quando fui tirada do banco e já estava agarrada ao corpo de Peter, que me segurava em seu colo.
— O que estamos fazendo aqui? — perguntei, vendo Derik entrar para o lado do motorista saindo do prédio com Cíntia.
— Acho que precisamos de um tempo, não acha? — assenti e ele começou a andar em direção ao elevador, pedindo para eu apertar o décimo segundo andar.
Eu dava conta de andar ou pelo menos me sustentar mas, não vou negar que estava simplesmente amando estar sendo carregada daquele jeito. Peter entregou a chave,
e eu abri a porta revelando o apartamento, foi impossível não me emocionar.Era simples, nada luxuoso porém só de olhar eu já sentia aconchego. A sala apesar de pequena tinha um sofá na cor cinza sobre um tapete claro, a sala de jantar ficava do lado com uma mesa redonda, no mesmo cômodo havia a entrada para o corredor que julgava serem dois quartos e um banheiro e a cozinha que ficava do outro lado.
Com cuidado, o homem me colocou no sofá e minha bolsa de roupas no chão se sentando ao meu lado. No móvel da televisão alguns porta-retratos de fotos nossas que me fizeram sorrir em pura nostalgia.
— Gostou? Eu tinha decorado da maneira que achava que gostava.
— É perfeito — disse, ainda olhando em minha volta totalmente encantada.
Ele pegou minha mão ganhando minha atenção para seu rosto. Ficamos ali alguns minutos em silêncio, como se apenas nossas mãos se tocando fosse o suficiente.
— Tudo o que aconteceu — começou — Foi muita informação para absorver e ainda é. Eu me lembro das palavras que disse para você, praticamente te espulsando da minha vida e me lembro perfeitamente da saudade que senti quando você realmente partiu.
— Bem, você pediu para que eu visse para cá. Viver minha vida, sozinha.
— E tinha mesmo, você sabe que era o certo a se fazer. Não devia se prender a ninguém, tinha que realizar seu sonho — respirou fundo — Eu errei demais com você, fui grosso e te fiz infeliz. No entanto, estou aqui de novo com você e te quero de volta. Não quero que viva sua vida, sozinha.
— Você me traiu?
Aquela pergunta precisava ser feita, por mais que eu o amasse não aceitaria viver com alguém que era incapaz de ser fiel.
— Não, Olivia. Eu nunca seria capaz disso — garantiu, segurando meu rosto entre suas mãos — Você é única para mim, é tudo para mim, eu não faria isso nem se me pagassem. Te trair é te fazer triste, coisa que prometi para mim mesmo que não faria, nunca.
Eu não tinha como saber a verdade mas, uma voz dentro da minha cabeça dizia que ele estava sendo sincero.
— Irei resolver essa história assim que for buscar minhas coisas na casa de meus pais — levantei uma sobrancelha — O que? Acha que vou perder a oportunidade de morar com você depois de tudo pelo o que passamos?
Gargalhei, achando-o um completo louco. Ela acabara de se lembrar de tudo, sua cabeça refletia confusão e ainda queria seguir a vida como se nada tivesse acontecido?
— Você ainda quer, não é? — a insegurança passou por seu olhar — Porque se não quiser, vai ter que levar suas coisas de volta para a faculdade.
Arregalei os olhos e ele gargalhou.
— Estou brincando, só trouxe algumas roupas para ficar aqui alguns dias se quiser, seria mais fácil por causa de sua perna.
Também segurei seu rosto como ele estava fazendo com o meu.
— Você é louco, sabia? — ele assentiu — Senti sua falta.
— Isso foi um sim?
— Isso foi um sim.
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Até você se lembrar. {Completa}
Romansa"Quem é você?" Foram as três palavras que saíram da boca dele. As três palavras que ela não esperava ouvir depois de dois meses. Eles estavam prontos para iniciarem uma nova fase. Um novo passo em suas vidas. Um novo parágrafo na história de amor qu...