Peter Collins
Como eu poderia explicar a sensação de dormir e acordar ao lado de alguém que é o motivo para cada batida de seu coração?
A vida a dois, por mais que não oficializada, estava sendo mais que maravilhosa apenas das dificuldades. De manhã, ajudava-a a se arrumar e levava-la até a faculdade e no fim das aulas voltava para busca-la servindo o almoço, passávamos a tarde conversando sobre tudo o que aconteceu e sobre a faculdade, geralmente ajudava-a com as matérias que eu tinha facilidade e na noite íamos dormir, bem agarrados como se alguém pudesse facilmente nos separar novamente.
Minha mãe também aparecia as vezes, perguntando se a medicação estava regulada e para principalmente para bajular minha namorada. No entanto, naquele dia ela me mandou de volta para a casa que cresci para enfim, buscar minhas coisas. Até parecia que ela não queria mais o filho em sua casa.
Nunca fui de correr mas desde o acidente, eu mal piso no acelerador e também havia aposentado o veículo de duas rodas e agora só andava de carro ainda com receio.
Em algumas horas já estava em frente a minha futura antiga casa, pronto para pegar meus pertences.
No entanto, antes que eu pudesse abrir a porta senti a presença de outra pessoa atrás de mim. Me virei, dando de cara com Mark.
— E aí, cara! — ele veio me dando um soquinho no ombro — Onde estava?
— Fui resolver algumas coisas em Califórnia, sabe como é?! Cancelar a inscrição na faculdade e essas coisas — me senti um ator, acho que vou mudar meu curso de administração para artes cênicas.
— Nossa! Desistiu mesmo de Olivia? — eu juro que vi um início de sorriso em seu rosto.
— É, mais ou menos. Eu a trai, não a mereço.
— É... Tem razão, acho que ela é boa demais para você — meus punhos se cerraram.
— E quem seria bom o suficiente para ela? Você? — vi ele ponderar e aquilo para mim foi o fim.
Praticamente voei para cima dele, dando um soco certeiro no lado esquerdo de seu rosto fazendo ele cambalear tropeçando nas escadinhas da varanda caindo no chão em seguida. Minha respiração falhou mas, e ao mesmo tempo eu senti um peso sendo tirado de minhas costas.
Me olhando, quase com medo Mark se levantou fazendo uma careta.
— O que deu em você? — revirei os olhos.
— Não tente nunca mais acabar com meu relacionamento, Mark. Já acabou uma vez, não vai conseguir novamente. Qual era o seu plano? Me fazer voltar com Clara para ficar com Olívia? — seus olhos demostraram que eu estava certo — Não sei qual é a sua com Clara, e nem quero saber. Pare de querer acabar com minha vida, não vai conseguir. E diga para Clara parar de me ligar.
Me virei para ir embora mais me voltei com um sorriso.
— Vocês deveriam parar de destruir minha vida e talvez tentarem algo sério. Vocês se merecem.
Entrei e fechei a porta atrás de mim. Corri para a cozinha pegando gelo e colocando na minha mão xingando baixo por causa da dor. O que deu em mim em bater nele? Todos sabem que não tenho força! Mas, foi legal admito.
Peguei tudo o que pude voltando para minha casa.
Os dias se passaram como o vento de Agosto, rápidos que nem ao menos percebi que o dia do casamento de Daniela com Aline já era daqui algumas horas.
Olivia já andava sem minha ajuda apesar de ainda estar com gerso em sua perna. Ajudava-a apenas no banho, para não molhar e estragar o tratamento e as vezes a vestir uma roupa mais justa. Tirando isso, ela se virava por conta própria e como boa teimosa que era demorou aceitar usar moletas que ajudaria, só aceitou quando quase caiu ao subir o meio-fio.
— Você não vai assim, não é? — olhei para meu próprio corpo coberto apenas por uma calça de moletom.
— Por que não? Não gostou — ela virou o rosto voltando a se encarar no reflexo se maquiando, claramente deixando claro que não tinha gostado nada da ideia.
Me levantei da cama indo até ela abraçando-a por trás, deixando um beijo em seu ombro coberto pelo roupão.
— Não vou assim — garanti — Até porque não posso chamar atenção mais que as noivas.
Corri para o banheiro quando ela se virou jogando alguma coisa que não consegui indentificar em minha direção. Sorri comigo mesmo amando a vida que estava vivendo.
Quando sai com a massa de vapor quente me envolvendo observei Olivia colocando o vestido lavanda que era simplesmente maravilhoso, escostei meu ombro no batente observando a mulher maravilhosa que tinha, quando as alças do vestido alcançaram seus ombros ela enfim levantou o olhar para dando um sorriso doce. Devagar ela se virou indicando o zíper e eu fui até ela tocando no pequeno metal subindo-o devagar, as vezes, sentindo sua pele roçar nos meus dedos.
Respirei fundo controlando-me para matar a vontade que estava em mim desde o momento que me lembrei dela e a virei de volta encarando seus lindos olhos.
— Ruivinha, você está perfeita — ela sorriu, dessa vez eu tinha elogiado-a da meneira correta.
— E você vai ficar perfeito se colocar aquele terno — revirei os olhos me virando para colocar o tal terno que cobriria todo meu corpo.
★
A cerimônia foi perfeita, com direito duas entradas triunfais de Daniela e Aline que pareciam princesas usando aqueles vestidos todos pomposos. Claro que, Olivia chorou horrores na hora dos votos mas também sorriu e pulou da maneira que podia na hora da festa.
Eu particularmente, me esbanjei no banquete servido levando até alguns docinhos escondidos para casa no final da noite.
Era bom ver tudo no seu lugar; casais que nasceram para ficarem juntos finalmente um do lado outro, sorrisos nos rostos e principalmente as lembranças presentes em todos os momentos. A memória que para sempre ficaria. As histórias que um dia talvez, viraria um livro. E dos amores que eu sei que seria eternos.
Eu estava no lugar certo e não poderia reclamar.
Chegamos no nosso apartamento as três da manhã, rindo do desespero das solteiras ao tentarem pegar os buquês. Joguei a bolsa de Olivia no sofá, fazendo o mesmo em seguida totalmente sem sono.
A ruiva também se jogou ao meu lado colocando a perna em cima das minhas, levando a mão até minha nuca deslizando os dedos ali. Com a outra mão deslizou por meu maxilar fazendo-me olhar para ela, seus olhos brilhavam desejo.
Devagar me aproximei colando nossos lábios, trazendo-a mais para perto. O beijo que tinha começado calma, agora era necessitado e bruto. Me afastei, tocando em cima do gesso fazendo Olivia dar um resmungo manhoso. Sorri e me levantei com ela no colo.
— Acho que tenho uma promessa pra cumprir — ela gargalhou balançando a cabeça de um lado para o outro.
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Até você se lembrar. {Completa}
Romance"Quem é você?" Foram as três palavras que saíram da boca dele. As três palavras que ela não esperava ouvir depois de dois meses. Eles estavam prontos para iniciarem uma nova fase. Um novo passo em suas vidas. Um novo parágrafo na história de amor qu...