Peter Collins
— Pelo amor, Olivia não se lembra de mim? — perguntei com um fio de voz sem me distanciar. Passei a mão pelo cabelo vendo seu rosto confuso.
Abaixei minha cabeça por alguns segundos e quando a levantei novamente encontrei seu sorriso sacana no rosto.
— Deveria ter visto sua cara — ela gargalhou e eu coloquei a mão no peito olhando-a incrédulo.
— Caramba, ruivinha que susto — aos poucos seu sorriso sumiu e o meu surgiu devagar.
Sua boca abriu e fechou diversas vezes procurando as palavras.
— Você... — sua fala foi interrompida por mim que a completou.
— Lembrei, minha ruiva — segurei sua mão deixando um beijo ali e as lágrimas desceram por seu rosto.
Me apressei em limpa-las inclinando-me colocando minha testa na sua fechando meus olhos.
— Quando te vi, sendo arremessada eu senti muito medo... Te perder para sempre é meu maior pesadelo. Foi o que trouxe de volta, foi isso que trouxe as lembranças, eu não ia ficar longe de você, não ia aceitar me despedir mais uma vez —segurei seu rosto com as duas mãos — Se eu te esquecer de novo de você, pode me dar uma surra.
Ela riu, passando os braços em meus ombros puxando-me para um abraço.
— Nunca pensei que fosse gostar tanto de ouvir me chamar de ruivinha — susurrou em meu ouvido fazendo um sorriso surgir em meus lábios.
Me lembrar... Foi algo louco, como se eu estivesse acordando daquele coma só agora, como se a venda que estava em meus olhos fosse tirada e toda a verdade revelada.
Vieram devagar, como flashbakes pedidos no tempo. Durante todo o tempo em que ela esteve nas mãos dos médicos eu fui me lembrando do quanto eu amo essa mulher e no tanto que ela é importante. Quis próprio me bater quando me dei conta em que praticamente a expulsei da minha vida, Quando a fiz sofrer e chorar.
— Minha menina, que susto que nos deu — minha mãe abriu a porta fazendo Olivia se distanciar de mim — Peter, já fez ela chorar?
— Minha norinha — meu pai se juntou as duas me excluindo — Vocês tem que parar de sofrerem acidentes graves, eu não tenho idade para tantas emoções.
— Nunca mais você terá que ir no hospital por minha causa — garantiu, Olivia fazendo Derek sorrir.
— Contou a ela, filho? — assenti — Vou admitir, quis bater sua cabeça no chão quando disse que não se lembrava de Olivia. Esquecer da própria namorada, onde já se viu isso?
Todos riram e a médica entrou no quarto fazendo algumas perguntas para minha namorada que respondeu tudo certo o que indicava que ela estava bem.
Passei todo o tempo segurando sua mão, ainda meio atordoado com as memórias que ainda viam do nada minha mente. Nossas risadas, histórias, fotos, beijos, noites juntos e todo o tempo em que passei ao seu lado. Outras memórias também vieram mas, essas resolveria em outro dia.
Olivia Jones
Eu estava feliz, minhas bochechas doíam e minha mão já tinha a marca da de Peter — o que se lembrava de mim.
Ele se lembrava!
Ainda me pegava piscando forte para acordar sonho, só poderia ser um sonho. Ele estava de volta, bem aqui, do meu lado e sabendo quem eu era. Ele estava meio aéreo, e parecia com sono por isso quando minha amiga chegou ele foi até o apartamento tomar um banho mas prometeu que voltaria em menos de meia hora.
Assim que a loira apareceu na porta, a mesma de lançou na minha direção chorando.
— Me desculpa, é tudo culpa minha. Não devia ter te levado e muito menos ter saído de perto de você. Me perdoa — segurei seu rosto.
— Coloca nessa sua cabeça bonita que não é culpa sua, ok? — limpei suas lágrimas — Não é culpa sua. Estou bem, isso que importa. Não é sua culpa que existem loucos por aí.
Ela assentiu voltando a me abraçar.
— Ele se lembrou — sussurrei fazendo ela saltar da cama.
— Peter? — voltou o sussurro como se estivessemos contando o segredo do século. Assenti segurando o sorriso — Aí meu Deus!
Como uma boa ouvinte, se sentou e eu me pus a contar tudo o que aconteceu porque até então ela não sabia o que e nem como eu tinha feito para parar no hospital e nem muito menos o que Peter estava fazendo na California.
Como prometido o tal, voltou em menos de meia hora fazendo Dani ir embora pelo limite de visitantes. Em suas mãos um buquê que me fez levantar uma sobrando.
— Cravos cor de rosa — sorriu — Significava gratidão e lembrança. Vai ser minha promessa, que você nunca vai sair de minhas lembranças. Você vai fazer parte das principais, para sempre.
Ele colocou-as na mesinha do lado e virou meu rosto para ele segurando-me pelo queixo.
— Me desculpa por ter te esquecido.
— Para de me pedir desculpas, não tem o por quê — sorri levando minha mão até seu rosto.
— Temos que conversar.
— Agora não, por favor — quase supliquei trazendo seu rosto para perto do meu.
Ele sorriu antes de seus lábios tocarem os meus. Um contato simples mas que me fez suspirar, a saudade, o desejo... Todo esse tempo "longe" só fez meu amor crescer, coisa que eu achava que era impossível.
Peter me afastou rindo.
— Era engraçado ouvir você falar sozinha — bati em seu peito vendo-o gargalhar.
— Idiota — ele me puxou de novo fazendo nossos narizes se tocarem.
— Obrigada por não desistir, eu te amo.
— Eu te amo.
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Até você se lembrar. {Completa}
Romansa"Quem é você?" Foram as três palavras que saíram da boca dele. As três palavras que ela não esperava ouvir depois de dois meses. Eles estavam prontos para iniciarem uma nova fase. Um novo passo em suas vidas. Um novo parágrafo na história de amor qu...