00 | PRÓLOGO

51.8K 4K 7K
                                    

⚠︎ Bem-vindos a fanfic Run! Antes de tudo, peço que sejam gentis nos comentários e lembrem que os personagens estão em constante evolução

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

⚠︎ Bem-vindos a fanfic Run! Antes de tudo, peço que sejam gentis nos comentários e lembrem que os personagens estão em constante evolução. Vocês podem acompanhar mais informações sobre essa história, incluindo spoilers, no meu perfil no twitter @/anymiaw e nas centrais disponíveis no linktree na minha biografia. Desde já, obrigado por dar uma chance a essa obra antes de ser um livro, significa muito para mim. Boa leitura!

— ANY GABRIELLY


Fique comigo um pouco maisEu vou esperar por vocêSombras se espalhamE querem se tornar mais fortesMais profundas que a verdadeNão posso deixar de amar vocêMesmo que eu tenteNão posso deixar de te quererEu sei que eu morreria sem você

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Fique comigo um pouco mais
Eu vou esperar por você
Sombras se espalham
E querem se tornar mais fortes
Mais profundas que a verdade
Não posso deixar de amar você
Mesmo que eu tente
Não posso deixar de te querer
Eu sei que eu morreria sem você

WAR OF HEARTS | Ruelle

Provavelmente você nunca sentiu a morte.

Provavelmente você nunca sentiu todos os sistemas do seu corpo entrando em colapso, suas memórias sendo roubadas em segundos, as vias respiratórias obstruídas, os sentidos falhando miseravelmente, a mente desligando-se...

É exatamente nesse momento que tudo se torna frívolo, porque nada é mais assustador do que sua vida sendo sugada da alma.

Você fugiria?

Você lutaria para viver?

Você teria motivos para continuar vivendo?

Quando a morte chega, você a acolhe como uma boa amiga ou você corre?

Você não precisa responder. Esse impasse é meu.

Sempre fui obcecada por controle, abominando tudo e todos que eram indômitos e me orgulhava disso, já que foi assim que consegui ser a melhor em todos os âmbitos que fui inserida. Desde que ingressei na escola, minhas notas são as mais altas, estudava e dominava todo conteúdo com antecedência, tão bem que poderia lecionar ao meu próprio professor. Tive poucas amizades, mas todas vinham desesperadas a minha procura pedindo apoio, porque eu era a Any dos conselhos e que sabia exatamente o que fazer em todas as situações, desde um beijo ruim até uma catástrofe natural.

Ao contrário de todas as garotas, eu nunca deixei nenhum menino fazer parte da minha vida por mais tempo que algumas semanas, isso porque acreditava que seria distração me envolver com qualquer pessoa de maneira afetiva e mesmo que eu ainda não tivesse decidido meu objetivo de vida, já sabia que não queria nenhum empecilho que me impedisse de chegar lá e namorado parecia muito algo que viria a ser um empecilho.

Mamãe tinha sua parcela de responsabilidade quanto a isso, por ter tido mais oportunidades que ela, eu fui criada e moldada em todos os aspectos para ser perfeita. Seguindo todas as suas regras, todos os horários que eram impostos sobre mim, todas as metas que tinha que cumprir e até superar. Tudo isso pelo motivo de, como eu já disse, Priscila não teve as mesmas chances na vida e eu era, de certa forma, seu investimento. Essa é a explicação de porque mamãe me apoiava tanto como pilota.

Eu tinha onze anos quando descobri o kart e junto o vento no rosto, o coração acelerado, o suor que escorria pela testa, a boca seca, a adrenalina pulsante que percorria minhas veias... Então, enquanto as outras meninas brincavam de boneca ou faziam balé, eu estava correndo a cem quilômetros por hora. Onde acabei me viciando nisso, como alguém se vicia em heroína, LSD, cocaína e todas outras drogas que eu não sei o nome. Correr, para mim, era quase como chegar muito próximo ao exício, o suficiente para me sentir viva.

Toda a minha vida, desde quando eu entrei na pista pela primeira vez, se resumiu a ser a melhor em correr. Confesso que por cinco anos eu cumpri essa tarefa de forma exímia, ganhei por cinco anos seguidos o campeonato nacional e me lembro do quão difícil foi a minha primeira temporada, com o mínimo de experiência possível. Entretanto, não tinha mais jeito, eu estava obstinada em fazer aquilo. Os campeonatos regionais e estaduais, levei todos os prêmios, trabalhando arduamente até ser reconhecida por todo meu país. Meu rosto estava estampado em revistas e programas automobilísticos. Mamãe finalmente estava orgulhosa.

Foi nesse momento que senti que estava destinada ao kart, tracei toda a minha vida e a carreira de sucesso que eu queria ter, exatamente nada poderia sair de linha ou isso significaria que não teria meu futuro promissor. Quando fui convidada a me mudar para LA e treinar um ano inteiro para o Los Angeles Karting Championship, me senti finalmente recompensada, não houve hesitação em deixar toda uma vida no Brasil para ir morar em um país completamente desconhecido. A partir dessa decisão que vi todo o controle que eu tinha, escorrer pelas mãos. Mudei de país, de escola, de casa, de kartódromo, de equipe e exatamente nada era como antes.

Então, se eu pudesse dividir a minha história em uma linha do tempo, haveriam dois marcos importantes: antes e depois dele fazer parte de quem eu era. Antes dele, minha vida era simples e decidida, sempre a Any Gabrielly do desempenho escolar excelente, uma ótima filha, apenas vivendo para a minha carreira como pilota, pensando que eu nunca amaria nada quanto a sensação de correr em um kart, uma vez que, o meu ver, era impossível sentir todas as aquelas sensações com qualquer coisa que não fosse um pequeno veículo movendo se em 200 km/h.

E de repente, algo não só provoca todas as mesmas emoções que a velocidade provocava no meu corpo, mas também outras mais que sequer posso descrever e depois dele existe só o depois... Comigo, ficando insana, querendo e implorando por mais de tudo que ele me oferecia. Gradualmente, as máscaras que eu construíra uma vida inteira iam caindo, revelando quem eu era de verdade. Meus instintos estavam cada vez mais ativos, os sentidos cada vez mais aguçados, a adrenalina ainda mais pulsante circulando pelo meu corpo, correndo e querendo-o mais-que-tudo, com todos os perigos, com todo o desejo, com todo o êxtase e com todos os riscos de morte que vinham acompanhados a Josh Beauchamp.

Sim, morte, porque era isso que ele remetia, como se houvesse uma placa neon vermelha em sua frente escrita "perigo" e, agora, com ele, eu não só chegava muito perto do exício, como também o tocava com minhas próprias mãos.

RUN 🏁 !¡ BEAUANYOnde histórias criam vida. Descubra agora