Any Gabrielly é a pilota mais famosa no ramo do kart brasileiro. Ao se mudar do Brasil com destino a Los Angeles para concorrer a corrida mais importante de sua vida, ela conhece Josh Beauchamp, seu colega de equipe. A brasileira que sempre foi obce...
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⚠︎ A meta de comentários é de 1K para desbloquear um novo capítulo no próximo domingo, então comentem muito! A autora recomenda escutar "Goosebumps" do Travis Scott no repeat durante todo o capítulo.
— JOSH BEAUCHAMP
Tenho me apegado a metáfora de anjos e demônios cada vez que estava mais envolvido com uma figura realmente angelical. Any Gabrielly apesar do caráter devasso em muitas situações poderia ser um sinônimo fácil de pureza. Estupidamente, eu também tinha meu lado monstruoso, como qualquer um, e descobri-lo nos últimos anos era muito mais amedrontador do que qualquer conto de terror.
É tolice acreditar que os monstros estão debaixo da cama ou no breu que ganha o quarto quando as luzes se apagam. Eles estão, e sempre estiveram, dentro de cada um de nós e em algumas pessoas são muito mais evidentes do que em outras. Basta uma única tentação para que eles venham a tona de modo muito intenso. Pense nisso da próxima vez que supuser que alguém é genuinamente bom, todos escondem uma faceta monstruosa, quer você queira ou não. Lúcifer é a prova desse ponto, um dos anjos mais bondosos já existentes, caiu pela própria soberba, apenas para reforçar que nem mesmo criaturas tão benevolentes quanto os guardiões do céu, são capazes de esconder demônios perversos debaixo das asas irreais.
— Ótimo. Seu desempenho está impecável. — Kyle me louvou com palmas de plena adoração, como se Deus tivesse descido do céu para lhe agraciar naquela tarde. Um coincidente contraste com meus pensamentos.
Um sorriso preencheu meu rosto, ainda extasiado com o final da rotina de voltas. Estava confiante para a fase de eliminatórias ao redor do mundo, nenhum dos outros pilotos era bom o bastante para me intimidar. A única com quem eu devia me preocupar era Any Gabrielly, pelo estilo de corrida imprevisível, pois não dava para saber o que ela iria fazer na pista, até realmente estar diante do asfalto.
— Confie em mim, Kyle, Berlim vai ser moleza. — Desferi dois tapas leves sobre seu ombro.
O treinador torceu o nariz, incomodado com a minha arrogância. Ao contrário de mim, Hanagami era genuinamente humilde.
— Não comemore a vitória antes do tempo, mas, você realmente precisa do primeiro lugar ou do segundo. O senhor Jones investiu em você, nessa temporada, a maior quantia de todos esses anos.
O tal velho milionário, era meu maior e mais antigo patrocinador, prevendo meu sucesso antes mesmo de eu ganhar o meu primeiro campeonato ao nível nacional. Na verdade, ele me apoiou desde quando acompanhou minha primeira corrida no Canadá. O meu treinador no país, disse que o homem se encantou pelo meu modo de correr e desde então, tem financiado a maior parte da minha carreira. Algo significativo, levando em conta o fato de Richard nunca ter oferecido um tostão do seu dinheiro sujo em prol de qualquer corrida minha. A única condição, em todos esses anos, era que a identidade do homem fosse mantida em segredo. Apesar de uma generosa quantia sempre ser depositada na minha conta ao final do mês, eu nunca troquei uma palavra ou vi o rosto do meu patrocinador, apenas recebia algum recado quando me dava bem nas corridas.
