Any Gabrielly é a pilota mais famosa no ramo do kart brasileiro. Ao se mudar do Brasil com destino a Los Angeles para concorrer a corrida mais importante de sua vida, ela conhece Josh Beauchamp, seu colega de equipe. A brasileira que sempre foi obce...
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— ANY GABRIELLY
Eu não consigo deixar de errar nesta escuridão Porque estou vencendo esta guerra de corações Eu não posso deixar de querer que oceanos se partam Porque estou vencendo esta guerra de corações
WAR OF HEARTS | Ruelle
Quando tudo começa a pegar fogo, você tenta se aquecer ou se mantém longe o suficiente para não se queimar?
É justamente, entre o frio e o calor que mora o perigo, porque você pode morrer de qualquer modo. Foque na resposta dessa pergunta, esse é o maior ensinamento que o fogo pode te trazer.
Eu pensava sobre isso enquanto encarava a lareira acesa do quarto, fazendo minha última refeição do dia. A minha cabeça latejava de dor e a coluna gritava por um relaxante muscular capaz de aliviar a tensão ali. Desde o segundo que eu havia colocado os pés na capital da Alemanha, o único instante que meu corpo deu sinais de alívio, eu estava estranhamente acompanhada do piloto rival. Desejei poder gritar para meu organismo, dizendo o quanto eu o odiava por ser um fracote e principalmente, enfatizar que ele não podia encontrar em Joshua um refúgio, pois eu não poderia dormir com ele todas as noites sem ficar nua no processo.
Ainda mais, depois do loiro insinuar ao irmão que nós não tínhamos apenas dormido juntos. Fiquei furiosa comigo mesma por ser tão idiota ao ponto de me render a fraqueza que Josh Beauchamp significava em minha vida. Jasper tinha razão ao estar tão bravo e magoado comigo, eu não poderia lhe tirar em nenhum momento esse direito. Porém, não deixava de ter uma pontinha de desgosto em meu coração, por acreditar tanto em confiança e como ela era a chave para qualquer relacionamento. Só uma entidade divina e onisciente, sabia a luta que foi frear a minha parte irracional, a qual desejava Josh Beauchamp com todas as forças e lembrar que eu tinha um namorado.
Agradecia mentalmente por Priscila estar em outro continente e assim, podia ter pelo menos um pouco de alívio. Mamãe provavelmente estaria enchendo minha cabeça com suas centenas de recomendações para a corrida no domingo — não que os milhares de quilômetros a impedisse de fazer isso pelo celular — e me deixando muito mais ansiosa. Yonta cumpria bem esse papel de mãe, ordenando que eu frequentasse a academia do hotel todas as manhãs para não perder nenhum quilo de massa magra ou ganhar qualquer um de gordura, fiscalizando minhas horas diárias de sono ou se minha alimentação estava correta.
Os esforços de Taiwo eram quase em vão. Dessa vez, eu realmente estava com medo de perder, pois, meu cansaço além de mental se manifestava em exaustão por cada célula do meu corpo.
