24 | PROCESSOS DE CURA

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⚠︎ QUEM É VIVO SEMPRE APARECE! Aproveitem o capítulo e comentem bastante, nossa meta é 6K de comentários para liberar um novo capítulo no sábado (23/10)

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⚠︎ QUEM É VIVO SEMPRE APARECE! Aproveitem o capítulo e comentem bastante, nossa meta é 6K de comentários para liberar um novo capítulo no sábado (23/10). Esse capítulo contém consumo de álcool e drogas ilícitas, práticas ilegais e violência. Quero deixar claro que não compactuo com nenhuma dessas práticas e tento não romantizar nenhuma delas, sempre exponho os efeitos negativos desses assuntos na vidas das personagens!

— JOSH BEAUCHAMP

Mas eu sei que algum dia eu vou conseguir sair daqui
Mesmo que demore a noite toda ou cem anos
Preciso de um lugar para me esconder, mas não consigo encontrar nenhum por perto
Quero me sentir vivo, lá ora não consigo enfrentar meu medo

LOVELY | Billie Eilish

Não é incrível como as pessoas nunca reconhecem seu erro como sendo cem por cento sua culpa? É bem mais fácil culpabilizar uma série de fatores externos ao invés de confessar a dura realidade de ter errado.

Isso me irritava.

Nunca fui do tipo que transfere a culpa para outra pessoa. Pelo contrário, eu reconhecia que era uma máquina constante de erros, uma impressora gigante de merda ou como meu Richard costumava dizer, uma perda enorme de tempo, dinheiro e existência.

Respirei fundo tentando acalmar o mar revolto de emoções circulando dentro de mim. Estou parado em uma das avenidas mais famosas de Los Angeles. É tarde da noite, então não tem ninguém além de uns poucos mendigos dormindo ou se drogando nas ruas. Não uso a Porsche que ganhei por status e nem mesmo o Mustang comprado com meus primeiros salários depois de tirar a habilitação, é um carro potente, apesar de mais barato, nem sequer me dou ao trabalho de saber seu modelo. É apenas um veículo preto de vidros fumês com um motor modificado.

Cinco minutos.

Aperto a borracha envolta do volante. Na fachada da joalheria há o desenho de uma borboleta. Fecho meus olhos, descansando a cabeça sobre a área da buzina. O peso sobre meus ombros aumenta.

Borboletas me lembram Savannah e lembrar de minha irmã naquele instante não era a coisa mais racional a se fazer. Borboletas me lembram Savannah por diversas razões. Uma delas é que, quando pequenos, dávamos muito valor a primavera e consequentemente aos insetos que só apareciam nessa época do ano. Viver no Canadá era chato por viver um inverno severo por muito tempo, porém a estação das flores tinha a capacidade de fazer tudo melhorar. Tenho essa recordação tênue dela andando de um lado para outro com o pote de vidro cheio de insetos. É claro que Savannah queria guardar apenas borboletas, mas por serem mais raras de se encontrar, a loira acabou enfiando joaninhas e alguns outros besouros nojentos dentro de seu arsenal. Borboletas me lembram Savannah por sua beleza, não só a física — diga-se de passagem que ela estava no meu top cinco mulheres mais bonitas do mundo —, Sav também é linda se tratando de alma. Minha irmã é pura apesar de tanta sujeira a rodeando, é quase um diamante intocável, extremamente genuína. Savannah também é forte e cruel quando quer, me fazendo compreender porque a lâmina mais afiada é feita de diamantes. Eu entendo perfeitamente as circunstâncias que a moldaram para ser desse jeito. Não a julgo, pelo contrário, tento sempre enxergar seu lado. Essa é outra razão para eu ter uma borboleta marcada em minha pele. Acho que a metamorfose desse inseto é uma das mais bonitas e acredito que minha irmã tenha passado pelo mesmo processo.

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