42. Esta es Tu Cancion.

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𝒩𝒶𝓇𝓇𝒶𝒹𝑜𝓇  
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No estúdio...

— É, estamos trancados. - Zabdiel confirmou quando forçou a maçaneta da porta, logo após presenciar uma intensa crise de estresse de Cecília, que escutou, antes do rapaz, uns barulhos vindo da mesma e estranhou aquilo.

— E você fala assim, nesse tom? - perguntou, indignada.

— Ué, o que quê você espera que eu faça? Arrombe a porta?

— Sim? - respondeu como se fosse óbvio.

— E gastar o meu tempo e a minha energia por algo que eu nem me importo de ter acontecido?! Tô fora, obrigado!

Voltou a se sentar no sofá que havia na sala, pegando seu violão e começando a dedilhá-lo.

— Eu não sei porque ainda perco meu tempo com você.

Cecília bufou, antes de lembrar que havia levado seu celular e que nele havia tudo que precisava: crédito e bateria.

Pegou-o com ânimo.

— Não esquece que estamos em um estúdio, e que, por aqui ser um lugar que se necessita extremo foco, não tem sinal. - Zabdiel avisou, debochando, olhando para o rosto da garota que aparentava estar cada vez mais enfurecida. — Por que você tá tão estressada, ein? Você tinha algum compromisso depois da reunião?

— Não coloque o verbo no pretérito imperfeito, e nem tente se intrometer na minha vida. Nada do que eu faço é da sua conta.

Deixou a última frase escapar. Logo se arrependeu, foi mais rude do que gostaria.

— Ah, nada novo sob o sol. - disse, dando de ombros.

— O quê?

— Não, nada... É só que... não é de agora que todas as coisas relacionadas a você deixaram de ser da minha conta.

— Realmente... Mas é estranho você se importar com isso agora, já que, assim como você mesmo falou nas suas últimas aparições na Internet, você não tem nada com ninguém... o que significa que você não precisa desse tipo de responsabilidade. - retrucou, sem dó.

— É, mas eu acho que no evento do aeroporto, em um dos dias mais importantes pra nossa relação, onde eu expus verdadeiramente o que eu sentia, eu deixei claro que faria o que fosse preciso pra ter essa "responsabilidade". Uma pena que a única coisa que eu tenha recebido em troca tenha sido um "eu preciso ir".

Riu pelo nariz. Não tinha graça em sua fala.

— Vamos acabar com isso, eu não quero machucar você. - murmurou, olhando fixamente para o chão, já com um mar nos olhos.

— Agora que não é conveniente pra você, você quer arregar, né? E você pode até tentar, mas eu não acredito que tenha como você me ferir mais do que já fez.

Tentou inspirar fundo e se acalmar, mas não aguentou tamanha pressão, então Cecília explodiu, batendo forte com as duas mãos na mesa:

— CHEGA! É SÉRIO QUE VOCÊ QUER FALAR SOBRE AS FERIDAS QUE FORAM CAUSADAS NESSAS ÚLTIMAS SEMANAS???

— COMO SE VOCÊ TIVESSE ALGUMA PRA CONTAR, NÉ?

The Movie of My Life | Z.J. Onde histórias criam vida. Descubra agora