14. Boring Sunday.

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Após chegarmos no andar de nossos apartamentos, disse à Valentina:

— Que noite louca, cara!

— Mas você diz "louca" por eu ter ficado com o Erick ou por você ter quase ficado com o Zabdiel? - ironizou.

— Eu te odeio. - brinquei, cerrando os olhos, rindo.

Sorriu, dando um leve suspiro algum tempo depois.

— Ah não! Ouvir as pessoas suspirarem nunca é coisa boa! Você tá gostando dele??? - perguntei, indo em direção à porta de minha humilde residência.

— Antes eu, com certeza, diria que não. Mas depois de tudo o que aconteceu... depois de tudo o que ele falou hoje... acho que comecei sim a sentir algo diferente. - explicou, apoiando sua mão na parede, ficando de frente para mim.

— Eu odeio o fato de sempre falar que não vou te dar sermão porque você já é bem grandinha, porque, no final, é exatamente isso que eu sempre faço! - exclamei. — Mas eu só faço porque eu me importo muito com você.

Peguei em sua mão e inspirei profundamente para continuar minha fala:

— Quando vocês voltaram para a fogueira, pude perceber o jeito que ele te olhava. E, sei lá, não acho que seja apenas eu que me importo muito com você. E também não acho que seja apenas você que sentiu algo diferente... Mas, mesmo assim, a gente nunca pode criar expectativas demais, você sabe... Então, por isso, tenha cuidado e vá com calma. E, o mais importante, deixe bem claro pra você mesma que você não tem que depender de ninguém pra ser feliz ou pra se sentir bonita. Você é suficiente.

Valentina, então, inesperadamente, me puxou e me abraçou forte, como forma de agradecimento.

— Eu me sinto extremamente abençoada por ter você na minha vida!

— Eu te amo, guria. - imitei o sotaque da mesma, fazendo-a rir.

Nos despedimos e entramos — cada uma em seu respectivo apartamento.

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— Tem como você parar de sorrir? Tá me estressando um pouco. - disse a Erick depois de termos chegado no corredor de nosso apartamento.

— Inveja mata, ein, meu filho! - zombou, me dando um leve soco no braço. — Mas então, no caminho pra cá falamos a beça de mim e Valentina, mas... você não falou nada sobre você e a Cecília... - indagou.

— Não tem muito o que falar, né, já que não existe "eu e Cecília".

Percebi que ele me olhou, confuso.

— Sei lá, bro... No começo eu achei que era puro doce da parte dela. Mas a real é que a Cecília tem um trauma muito forte... que faz com que ela não consiga entrar em novas relações. Ela se abriu comigo hoje, lá na praia. - relatei. — Quando terminamos a nossa conversa, lá na mesa dos petiscos, íamos voltar pra fogueira e eu ia tentar fingir que nenhuma tentativa da minha parte tivesse acontecido, mas, por ironia do destino, quase nos beijamos... nesse mesmo instante.

Erick arregalou os olhos, como se estivesse extremamente surpreso. E ele estava.

— Iria acontecer, se você e a Valentina não tivessem chegado na hora.

— Ué, mas como que a gente pode ter atrapalhado, se, quando chegamos, nem vimos vocês? - perguntou, confuso e pensativo.

— Eu e a Cecília nos separamos rapidamente quando escutamos os gritos altos do pessoal. Na hora pensamos que eram pra gente, mas, depois de visualizar melhor toda a situação, vimos que eram pra vocês. Nem pra esperar uns cinco minutinhos mais, cara?! - brinquei, ainda que não achasse a menor graça.

The Movie of My Life | Z.J. Onde histórias criam vida. Descubra agora