34. Ice Cream.

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— Boa tarde, Seu Zé! Vocês já encerraram o trabalho por hoje? - perguntei ao senhorzinho quando percebi que o mesmo, talvez, tivesse a intenção de fechar a lojinha, visto que estava com suas mãos no objeto que estende a tenda, mais conhecido como toldo.

— Boa tarde, minha filh... - pausou no momento em que se virou para mim. — Senhorita Ferrari???

— Não importa quanto tempo passe, o senhor nunca vai deixar de me chamar assim, né, Seu Zé?! - brinquei. — E, sim, sou eu mesma. Tô de volta pela área!

— Meu Deus, minha filha, o que você está fazendo aqui?

Assim, soltou o objeto e me abraçou.

— Eu tive que vir pra resolver algumas coisas da faculdade...

Nos soltamos.

— Senti sua falta, Seu Zé. - disse.

— Eu também, menina, eu também. Sabe, não foi fácil deixar a nossa melhor e mais antiga cliente ir embora, ainda mais pra outro país...

Sorrimos verdadeiramente.

— E agora que eu tô de volta, não podia deixar de passar aqui, tanto pra ver o senhor, quanto pra tomar o melhor sorvete de todo o mundo! E eu não tô dizendo isso só porque estou na sua frente, ein! Nem nos Estados Unidos existe um sorvete tão bom quanto os que o senhor vende aqui. Mas, afinal, o senhor já está fechando ou...?

— Eu estava, minha filha, mas agora não estou mais!

Entrou na loja e se posicionou detrás da grande bancada de sorvetes que ali havia.

— O de sempre, menina Ferrari? - perguntou, referindo-se ao sabor do sorvete que eu escolheria.

— O de sempre, Seu Zé! - confirmei, fazendo-o sorrir e colocar o sorvete de Frutas Vermelhas no potinho.

Ao terminar seu trabalho, me olhou nos olhos e disse:

— É bom ter você de volta, minha filha.

— EU QUERO UM DE FLOCOS, TIO ZÉZI! - Rafa gritou para o homem, sentada em uma das cadeiras que havia na calçada da loja, fazendo-nos gargalhar alto.

— É bom estar de volta, Seu Zé.

Sorri.

Quando o senhor preparou o pedido da cacheada, agarrei-o e fui em direção à onde minha amiga estava.

— Obrigada. - agradeceu-me. — Então... Onde paramos mesmo? - me perguntou, colocando uma colher de sorvete em sua boca.

— Não me lembro... - zombei.

— Sorte sua que a minha memória é ótima. Eu é que me faço de sonsa. - ironizou. — Vai, me conta. O que o cupido tem feito pelas ruas de Miami?

— Digamos que eu tive uns quinze cupidos de uma vez só...

Ri ao me lembrar de meus amigos.

The Movie of My Life | Z.J. Onde histórias criam vida. Descubra agora