22. Feeling at Home.

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Depois de propor à Zabdiel que subíssemos juntos ao meu apartamento, pensei, por um minuto, que ele iria recusar o convite — visto que ficou longos segundos me olhando um tanto quanto impressionado. Mas, diferente do que eu imaginava, minha proposta não foi recusada. Inclusive, após esse mini espaço de tempo, o mesmo soltou um grande e largo sorriso, como se estivesse feliz com o que eu havia perguntado.

Ao chegarmos no andar de meu apartamento, pudemos perceber que o mesmo estava bastante silencioso — o que chegava a ser até um pouco assustador, já que o andar era habitado apenas por jovens e adolescentes.

Logo após termos entrado em minha residência, ofereci a ele, que sentava em meu sofá:

— Quer uma água?

— Não, obrigado! Mas, aí, continuando o assunto: então quer dizer que o seu andar é repleto de universitários?! - retomou ao tema que antes conversávamos no corredor.

Ri de sua curiosidade.

— Na verdade, não só o andar, senão quase o prédio todo. - expliquei, me apoiando nas costas do sofá, podendo, assim, olhar para o rosto de Zabdiel. — Esse prédio é um dos pouquíssimos que fica perto tanto da faculdade de Cinema quanto da de Moda, então meio que todos os estudantes preferiram viver aqui... pra melhor locomoção. Bem, alguns preferiram. Eu e meus amigos, por exemplo, não tivemos outra opção, por sermos bolsistas e a estadia estar inclusa nesse pacote. Mas, pra ser sincera, nós quatro gostamos muito de morar aqui. A gente se adaptou super rápido... Fora o fato da gente quase que viver junto, por conta dos nossos apartamentos serem praticamente colados um no outro.

Ele sorriu, e disse:

— É nítido que a relação de vocês é tão forte quanto a minha com os meninos.

Se endireitou no sofá para poder me observar melhor.

— Eu acho isso extremamente incrível... Esse lance de encontrar em outras pessoas uma nova família e, consequentemente, encontrar um novo lar. - continuou.

No mesmo momento comecei a contar meus dedos, para iniciar minha fala. Assim que o fiz, complementei:

— Nós nove temos bastante coisa em comum, ainda que sejamos muito diferentes... Estar longe das nossas famílias é uma delas. - pontuei. — Contudo, ainda bem que, assim como você disse, nós conseguimos encontrar em outras pessoas algo que nos faça lembrar, pelo menos um pouco, como é se sentir em casa. - conclui, sorrindo. — Vê se você consegue encontrar um filme legal pra gente assistir! Eu vou subir pra trocar de roupa, fico agoniada quando estou usando roupas de sair, em casa. - comuniquei. — Tem chips no armário, bebidas na geladeira... Fique a vontade! Mi casa es su casa!


— Eu não tô acreditando que estamos realmente assistindo isso!!! Fazia tanto tempo que eu não via ou lia coisas relacionadas, que já até tinha me esquecido a emoção que existe nessa história! - exclamei, com a cabeça ainda encostada no ombro de Zabdiel, enquanto iniciávamos Harry Potter e a Pedra Filosofal.

— Eu que não tô acreditando que você também gosta da saga! - retrucou, feliz. — Quando eu abri a pasta de filmes, foi a minha primeira opção, mas eu logo arrumei várias outras, porque tinha certeza que você não iria gostar da proposta. Você tem noção de quantas vezes eu tentei fazer os meninos assistirem os filmes comigo??? - perguntou, indignado, gesticulando freneticamente. — Agora eu finalmente vou poder falar sobre isso com alguém sem receber cara de nojo!

The Movie of My Life | Z.J. Onde histórias criam vida. Descubra agora